Iniciamos a seção de passeios de 2017 rodando até o sul catarinense, para visitar a cidade de Tubarão.
Como é de costume durante o verão no litoral, enfrentamos um fluxo intenso de veículos por todo o percurso de aproximadamente 140km.
Assim que chegamos na cidade paramos a Formosa em frente à Praça Sete de Setembro.
Tubarão tem cerca de 100.000 habitantes atualmente. A localidade era ponto de parada para os tropeiros que desciam da região serrana com mulas carregadas de queijo, charque e outros produtos.
A carga era cambiada por sal, peixe seco, farinhas e tecidos transportados pelos navios que atracavam no Porto de Laguna, completando assim a rota Lages – Laguna.
Sim, Tubarão pertencia a Laguna até o ano de 1870, quando o território foi desmembrado e criado o novo município.
A arborizada Praça Sete de Setembro conta com uma ampla pista de skate, ostenta um Monumento à Bíblia e dispõe de diversos bancos para descanso.
Em suas proximidades fica o Museu Willy Zumblick, o qual homenageia o pintor tubaronense de mesmo nome. Infelizmente o local estava fechado.
A poucos passos dali fica o Hospital Nossa Senhora da Conceição.
A prefeitura municipal de Tubarão.
E a Paróquia Nossa Senhora da Piedade.
A igreja matriz de Tubarão foi erguida em 1974 e diante dela fica a Torre da Gratidão, construída para lembrar os donativos que a cidade recebeu de várias partes do país no auxílio pela enchente ocorrida no mesmo ano.
Tubarão deriva do tupi Tuba-Nharõ, que significa Pai Feroz, nome que os habitantes primitivos também davam ao rio que corta a cidade.
Da igreja passamos pelo Edifício Dom Joaquim.
E nos encantamos com a Casa da Cidade Humberto Rohden.
Instalado num palacete neoclássico construído no ano de 1897, a Casa da Cidade serviu como residência e sediou a prefeitura e outros órgãos públicos.
No dia 4 de outubro de 1930 o local testemunhou o movimento revolucionário em apoio a Getúlio Vargas, que tomou o controle político de Tubarão, sendo instalada no palacete a sede do Governo Provisório do Sul de Santa Catarina, o qual destituiu os prefeitos municipais de toda a região.
O nome Huberto Rohden foi dado no ano de 1984 em homenagem ao filósofo nascido em São Ludgero, localidade que pertencia a Tubarão.
Com uma temperatura bastante elevada finalizamos nossa caminhada e rodamos com a Formosa até o Farol Shopping, em busca de ar condicionado e almoço. No estacionamento do shopping colocaram uma corrente prendendo o pneu traseiro da Formosa em uma barra fixada ao chão, achamos curioso.
De barriga cheia voltamos a encarar o sol e seguimos até o Museu Ferroviário, onde havíamos agendado uma visita às 13h00.
Museu Ferroviário de Tubarão
Local: Avenida Pedro Zapellini, 2.200 | Oficina | Tubarão – SC
Telefone: (48) 3632-3450
E-mail: museuferroviariotubaraosc@hotmail.com
Site: http://www.museuferroviariotubarao.com.br/
Funcionamento: Segunda a sexta das 8h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00
Ingresso: R$ 5,00 segunda a sexta | R$ 10,00 sábado e domingo
Tempo médio de visitação: 2 horas
No local fomos recepcionados pela simpática Lorilza Oliveira, diretora do museu, que nos acompanhou durante toda a visita, contando a história do local e nos apresentando o seu rico acervo.
Logo de cara já ficamos boquiabertos com a Locomotiva 5, fabricada na Alemanha pela Jungenthal em 1954.
O Museu Ferroviário de Tubarão é um dos poucos museus do gênero no Brasil e único em Santa Catarina.
O local preserva a memória da Estrada de Ferro Donna Thereza Christina, expondo exemplares de locomotivas a vapor e vagões vindos da Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e da antiga Tchecoslováquia, no período de 1912 a 1956, além de utensílios, documentos, esculturas e fotos da história da ferrovia na região.
Além de manter um dos maiores conjuntos de acervo ferroviário do país, ali estão outras raridades, como uma caixa d’água vinda de Londres no ano de 1882.
Pudemos ver um carvão mineral em seu estado natural e outro após ser queimado por uma locomotiva a vapor.
O local é também uma oficina de locomotivas, mantendo diversas peças de reposição e moldes para fabricação dos mais variados itens que compõem os trens.
E o torno que eles utilizam foi fabricado em 1928 na Inglaterra.
Em uma área coberta nos maravilhamos com uma linda Locomotiva 53.
Datando o ano de 1920, a máquina foi fabricada pela The Baldwin Locomotive Works da Filadélfia – Estados Unidos.
A Baldwin foi a maior fabricante de locomotivas a vapor do mundo.
O imponente motor e os detalhes finalmente acabados em madeira na cabine da locomotiva impressionam.
Sem dúvidas a Locomotiva 53 é uma verdadeira obra de arte!
Atrás da Locomotiva 53 está exposto um luxuoso vagão construído em 1944 na cidade de Santa Maria – RS.
A estrutura, chamada de “Vagão Administração”, levava engenheiros que atuavam na inspeção das linhas férreas e é composto por sala de visitas, sala de reuniões, quartos, banheiro com banheira e cozinha.
Ao seu lado uma locomotiva alemã Heinrich Lanz Mannheim de 1919.
A Locomotiva 6, fabricada na Alemanha pela J. A. Maffei, se destaca por suas curvas.
Já a Locomotiva 2, fabricada na Inglaterra pela Manning Wardle em 1916, possui linhas mais sóbrias.
Aliás, esta locomotiva foi utilizada na Primeira Guerra Mundial.
Vimos uma trilheira, máquina utilizada na construção dos trilhos.
E na sequência a volumosa Locomotiva a vapor 208 (Santa Fé), fabricada na Tchecoslováquia em 1949.
Esta locomotiva pertenceu inicialmente à Argentina, e posteriormente passou a operar no Brasil.
Ao seu lado figura a Locomotiva 7, fabricada em 1912 pela Henschel & Sohn em Kassel – Alemanha.
Um fato curioso desta locomotiva é a presença da porta na cabine, explicada por ela ter sido utilizada na linha Tubarão – Imbituba, passando pela Ponte Cabeçuda em Laguna – SC.
A pequena Heinrich Lanz Mannheim, de fabricação alemã, parece de brinquedo.
Assim como o trator de esteira fabricado no Texas – EUA em 1945.
Conhecemos uma mesa de testes de freios.
E nos surpreendemos com a Locomotiva 300, fabricada nos Estados Unidos, capaz de puxar cerca de 80 vagões.
Esta locomotiva é tão grande e alta que os operadores precisavam ter no mínimo 180cm de altura para conseguir descer e subir da máquina em movimento sem maiores problemas.
A Locomotiva 10, fabricada pela Baldwin em 1920, é muito elegante.
Ao seu lado uma escultura representando o ferroviário e seu filho.
E a grandiosa Locomotiva 153, fabricada em 1941 pela American Locomotive Company.
A Locomotiva 205, Santa Fé, data de 1949.
Outra que se destaca é a Locomotiva 100, de 1919, a qual aguarda ansiosamente para ser restaurada.
Bem como sua vizinha, uma locomotiva do início do século XX.
A Locomotiva 9 foi fabricada pela Baldwin em 1922.
Um fato interessante é que grande parte das locomotivas permanecem em funcionamento e eventualmente o museu promove passeios turísticos.
Após nos encantar com as locomotivas fomos conhecer outras peças e materiais utilizados na época.
Vimos um cofre protegido por duas combinações e duas chaves diferentes.
E uma valiosa peça que pertenceu a Dom Pedro II.
Nas paredes placas de diversas locomotivas a vapor que transitaram pela região decoram o ambiente.
E, no fim do passeio, FredLee tratou de repousar rapidamente na cadeira que era de Dom Pedro II.
Repouso concluído com sucesso, agradecemos à nossa guia pela maravilhosa apresentação, vestimos as jaquetas, colocamos os capacetes e retornamos à capital catarinense pelo mesmo trajeto da ida.
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Boa tarde,
Como sempre mais uma viagem maravilinda trilhada pelas estradas da vida de vocês dois pessoas amadas e maravilhosas. Deve ter sido ótima, bem aproveitada e curtida e, como sempre nosso coração segue com vocês mundo afora. Amei a trilha sonora do vídeo… esse “senhor compositor e cantor brasileiro” Zé Ramalho com suas letras sempre marcantes, atuais e que nos levam à reflexão… sou fã nº1… de carteirinha…. amo muito. Saudades.
Olá! A viagem foi ótima mesmo, não apenas pela visita à Tubarão e seus atrativos como pelo trajeto em si :) Sobre o Zé Ramalho, dispensa comentários rsrsrs Saudades, beijos do Fred, Nico e Sayo.
Que disposição de vocês!!! Porque em Tubarão faz muitoooooo calor… Parece que estamos numa grande sauna, e de Harley ainda…
Mas as fotos ficaram muito boas!
Grande abraço para vocês!
De fato estava um calor escaldante, por isso acabamos visitando o shopping, em busca de ar condicionado para nos recompor e visitar o Museu Ferroviário durante a tarde :)
Obrigado Vera e que 2017 seja de muitas estradas e viagens para todos nós!
Abraços.
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