Expedição 2022: Uruguay • José Ignacio • Maldonado • Pueblo Garzón • Uruguai
Pueblo Garzón e José Ignacio em Maldonado, Uruguai: Charme Histórico e Luxo à Beira-Mar
30 de Agosto, 2022Descubra o encanto histórico de Pueblo Garzón e o luxo à beira-mar de José Ignacio, em Maldonado, Uruguai. Explore praias paradisíacas, o farol icônico e a nostalgia única desta região.
Em um dia gelado, com temperaturas abaixo de zero e um céu azul deslumbrante, deixamos para trás o departamento de Rocha e adentramos em Maldonado. Nossa viagem nos levou ao pitoresco e charmoso povoado de Pueblo Garzón, rodamos pela emblemática Ponte Redonda sobre a Laguna Garzón e descobrimos a sofisticada cidade litorânea de José Ignacio, no Uruguai.
Na madrugada entre segunda e terça-feira, a cidade de Rocha, no Uruguai, registrou temperaturas congelantes. Despertamos cedo, nos aquecemos com um café quente, carregamos nossos equipamentos na Formosa e, após a grossa camada de geada que cobria a capital departamental derreter, nos despedimos de nossos amigos e anfitriões, José Artigas e Olga.
Embalados pelo frio e sob um céu azul encantador, seguimos pelas ruas centrais de Rocha em direção à Ruta 9. Já na rodovia nacional, paramos para registrar o momento com algumas fotos em frente ao colorido letreiro da acolhedora cidade da Sayo no Uruguai, Rocha.
Avançamos rumo ao sul e, cerca de 30 quilômetros depois, cruzamos a pequena ponte sobre o Arroyo Garzón. Esse ponto marca a divisa natural entre os departamentos uruguaios de Rocha e Maldonado.
Já no departamento de Maldonado, avistamos uma placa indicando Garzón à direita. Sem hesitar, pegamos a estreita via asfaltada e, em poucos instantes, chegamos ao charmoso povoado conhecido como Pueblo Garzón.
Pueblo Garzón é um daqueles lugares que parecem ter parado no tempo. Suas antigas construções, carregadas de história, mantêm-se de pé, transmitindo uma paz e tranquilidade incomparáveis. A cada canto, o ar de nostalgia é palpável.
A história de Pueblo Garzón remonta a 1892, quando o comerciante Fermín de León fundou uma vila cortada pela Estrada Real. Viajantes de todos os cantos passavam por suas ruas em direção à mina de sal do governador Garzón.
No entanto, o nome do povoado homenageia outro Garzón, o general Eugenio Garzón (1796-1851), militar uruguaio que se alistou no exército de Artigas em 1811, marchou com o general José Rondeau até o Alto Peru, acompanhou San Martín em suas campanhas de libertação no Chile, Peru e Equador, e estava destinado a se tornar um dos primeiros presidentes da República Oriental do Uruguai. Lamentavelmente, ele morreu a caminho de Montevidéu, quando ia tomar posse do cargo.
Garzón foi oficialmente declarada cidade em 17 de junho de 1935. Viveu seu auge nos anos 1940, quando abrigava mais de 2.000 habitantes. Atualmente, a localidade conta com pouco mais de 200 moradores. Com a inauguração da Ruta 9, que passa a alguns quilômetros ao sul do povoado, a população de Garzón começou a diminuir drasticamente.
Durante meio século, Pueblo Garzón permaneceu como uma verdadeira cidade fantasma. No entanto, nas últimas décadas, algo surpreendente aconteceu: as abandonadas e históricas casas de Pueblo Garzón se transformaram em restaurantes de luxo, bares de vinhos e galerias de arte. Turistas de todo o mundo começaram a chegar, maravilhados por suas ruas não asfaltadas e seu estilo único.
O célebre chefe argentino Francis Mallmann estabeleceu um polo gastronômico de alta cozinha em Garzón, praticamente ao mesmo tempo em que Alejandro Bulgheroni inaugurava a vinícola Bodega Garzón. Em seguida, Pablo Atchugarry criou uma reserva natural com um belo parque de esculturas, e Susana Giménez adquiriu uma propriedade na região.
Apesar dessas mudanças, o charme original de Pueblo Garzón foi preservado. Hoje, o local se converteu em um verdadeiro refúgio, oferecendo uma vasta gama de opções gastronômicas, enoturísticas e artísticas. Personalidades como Marcelo Tinelli e Cameron Diaz já foram vistas caminhando tranquilamente por suas empoeiradas ruas.
Aproveitamos a tranquilidade e beleza de Pueblo Garzón caminhando por sua área central, passamos pela pequena Capilla Nuestra Señora de la Merced, que estava fechada, e pelo Club Social y Recreativo Garzón.
Na agradável praça central de Pueblo Garzón, com seu desenho simétrico e repleta de palmeiras, onde uma infinidade de caturritas fazia uma verdadeira algazarra, saboreamos um iogurte natural e algumas bananas antes de pegar a estrada novamente.
Partimos de Pueblo Garzón por outra via, rodeados por uma paisagem deslumbrante, com curvas agradáveis, alguns aclives e declives, e demos de cara com uma extensa área de plantio de olivas.
Logo, passamos pela entrada da Colinas de Garzón, que administra 500 hectares com mais de uma dezena de variedades de oliveiras provenientes da Itália, Espanha, França, Israel e Argentina. Essa diversidade resulta em azeites de oliva extra virgem de excelente qualidade, incluindo o azeite de oliva extra virgem mais premiado do Uruguai.
O estabelecimento Colinas de Garzón oferece visitas turísticas em sua propriedade. Infelizmente, no dia de nossa passagem, as visitas estavam fechadas.
Continuamos pela estrada, passando por uma área coberta de vinhedos e diversas bodegas. Logo, nos deparamos com alguns gaúchos devidamente pilchados, montados em seus esbeltos cavalos e acompanhados por seus fiéis cachorros, tocando um grande rebanho de gado. Esperamos a boiada passar e seguimos adiante.
Em instantes, cruzamos a Ruta 9 e continuamos rumo ao leste. Quilômetros depois, chegamos a um grande trevo com a Ruta 10. Seguindo em frente, chegaríamos a José Ignacio, mas decidimos dobrar à esquerda para rodar com a Formosa pela icônica Puente Laguna Garzón, que se destaca por seu incomum formato circular.
Os ponteiros do relógio já indicavam meio-dia quando estacionamos a moto às margens da Ruta 10. Aproveitamos para degustar um irresistível pão de manteiga com queijo e presunto, contemplando o belíssimo cenário da Laguna Garzón encontrando o mar em José Ignacio, no departamento de Maldonado, Uruguai.
De pança cheia e coração contente, voltamos a rodar com a Formosa pela cênica Ruta 10 uruguaia. Embalados por um forte vento, logo alcançamos o requintado centro de José Ignacio.
José Ignacio, uma pacata vila de pescadores artesanais, onde se vive o slogan “Aquí sólo corre el viento”, transformou-se rapidamente em um luxuoso balneário com praias paradisíacas, pousadas e resorts de altíssimo padrão, e gastronomia internacional. Esta cidade é uma extensão vistosa e animada da famosa e badalada Punta del Este.
O nome da cidade deriva do primeiro colonizador da zona. José Ignacio, como não poderia ser diferente, tornou-se um hábil pescador, tradição que passou a prevalecer na pequena vila.
Em meio a diversas mansões, chegamos ao Faro José Ignacio, também conhecido como Faro Punta José Ignacio. Este verdadeiro símbolo local foi erguido em 1877 no extremo mais saliente e rochoso da península para evitar, ou ao menos reduzir, os constantes acidentes navais em seus arredores. Esta área do Oceano Atlântico é especialmente perigosa para a navegação devido aos inúmeros arrecifes.
Assim como ocorreu em La Paloma e no Parque Nacional Cabo Polonio, as visitas ao Farol de José Ignacio estavam temporariamente suspensas durante nossa passagem pela cidade. A vista do alto do farol de 25 metros deve ser surpreendente! Mesmo sem poder subir no farol, aproveitamos para caminhar por seus arredores e admirar a impressionante beleza natural de José Ignacio.
Uma curiosidade interessante sobre José Ignacio é que, em 1907, o agrimensor Eugenio Saiz Martínez fez o primeiro loteamento de terrenos na área, prevendo o brilhante futuro turístico do paradisíaco balneário, um futuro que poucos acreditavam na época.
No fim do dia, após desfrutar bastante do visual e absorver a energia local, deixamos José Ignacio e rodamos pouco mais de 30 quilômetros até chegar em Punta del Este. Mas este é um assunto para a próxima postagem.
Acima o mapa com o trajeto percorrido entre Rocha e José Ignacio, passando por Pueblo Garzón, em Maldonado, no Uruguai.
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Valeu…
;)
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.