Expedição 2022: Uruguay • La Paloma • La Pedrera • Punta del Diablo • Rocha • Rocha • Uruguai
Rocha, Uruguai: Uma Capital Rica em História, Cultura e Hospitalidade
29 de Agosto, 2022Encante-se com o Mirador de La Pedrera, aviste baleias em Punta del Diablo e explore Rocha, uma acolhedora capital departamental no Uruguai, rica em história e cultura.
Após desfrutar de 11 dias maravilhosos na encantadora cidade balneária de La Paloma, chegou o momento de nos despedir. Nosso próximo destino é Punta del Diablo, onde pretendemos rever amigos uruguaios e, com sorte, avistar baleias em suas praias paradisíacas. Em seguida, continuaremos nossa jornada até Rocha, a histórica capital departamental no Uruguai, pronta para ser explorada.
Durante uma longa viagem, passamos por lugares tão fascinantes que nos apaixonamos à primeira vista, e a vontade de ficar é enorme. Um desses lugares é a maravilhosa cidade balneária de La Paloma, no departamento de Rocha, Uruguai.
Porém, a viagem deve continuar e, após incríveis 10 noites neste verdadeiro paraíso, hoje nos preparamos para o último dia em La Paloma.
Despertamos logo cedo e iniciamos o dia organizando nossos equipamentos para amanhã voltar a rodar com a Formosa e desbravar novos destinos uruguaios.
Entre uma tarefa e outra, aproveitamos para lavar nossas roupas e organizar as bagagens. Para o almoço, a Sayo fez um verdadeiro banquete com coxa e sobrecoxa de frango assado no forno com legumes e especiarias, acompanhado de uma salada verde fresca.
Durante a tarde, que passou voando, Sayo preparou os tradicionais e irresistíveis cookies com gotas de chocolate, totalmente livres de açúcar. Eles foram feitos apenas com bananas, flocos de aveia, óleo de coco, gotas de chocolate amargo, raspas de laranja e especiarias.
Com tudo praticamente pronto para pegarmos a estrada amanhã, cevamos um chimarrão especial de primeira em nossa cuia térmica e embarcamos na Formosa, que ganhou um merecido banho durante o dia. Carregamos os cookies e fomos até a Plaza España, onde se destaca o letreiro com o nome da cidade de La Paloma e o icônico Farol do Cabo de Santa Maria à sua esquerda, com a belíssima Playa Las Rocas ao seu lado direito.
Ali, já no entardecer, degustamos os saborosos quitutes acompanhados pelo mate amargo e estendemos a lona no extenso gramado para expor alguns adesivos, bandanas e camisetas à venda. O valor arrecadado nos ajuda a financiar a viagem, além de proporcionar encontros inesperados que podem gerar grandes amizades.
Foi assim que conhecemos o simpático casal José Artigas e Olga, que vieram da capital Rocha a bordo de uma Kombi para acompanhar o pôr do sol de La Paloma.
José Artigas e Olga, que também são motociclistas, viajantes e aventureiros, logo nos convidaram para conhecer sua cidade, que fica a cerca de 30 quilômetros de La Paloma. Eles gentilmente nos chamaram a passar alguns dias em sua casa.
A cada dia nos surpreendemos mais com a receptividade e hospitalidade do povo uruguaio, que faz jus ao lema: “Un país chico, pero de corazón grande!”.
Conversa vai, conversa vem, nos despedimos com a promessa de visitá-los dentro de alguns dias. Acompanhamos um pôr do sol inesquecível na Playa Las Rocas e retornamos à aconchegante Cabana Mexicana, nosso lar durante toda a estadia em La Paloma.
Para o jantar, tivemos croquetes feitos à base de batata-doce cozida, farinha de grão-de-bico, azeite de oliva, iogurte natural, pedacinhos de queijos uruguaios, especiarias e um mix de ervas desidratadas.
No dia seguinte, despertamos logo cedo, vestimos as roupas de viagem, carregamos as bagagens na Formosa e entregamos as chaves da Cabana Mexicana.
Gostaríamos de deixar registrado nosso agradecimento especial à Gisela e sua família por nos ceder gratuitamente a confortável Cabana Mexicana durante 11 noites em La Paloma: Muchas gracias, Gisela y familia!
Cabana Mexicana:
https://www.airbnb.com.br/rooms/47373064
Cabana Uruguaia:
https://www.airbnb.com.br/rooms/47373584
Cabana da Casa:
https://www.airbnb.com.br/rooms/47391501
Para quem tiver a oportunidade de visitar a apaixonante cidade de La Paloma, em Rocha, Uruguai, recomendamos hospedar-se na Cabana Mexicana, assim como na Cabana Uruguaia ou na Cabana da Casa, que estão na mesma propriedade. Elas garantem todo o aconchego necessário para explorar cada maravilha de La Paloma e seus arredores, como o Parque Nacional Cabo Polonio.
O destino do dia é a pitoresca cidade de Punta del Diablo, que visitamos alguns dias atrás, mas estamos retornando por um motivo especial. Logo após deixar La Paloma, rodamos cerca de 10 quilômetros pela Ruta 10 em direção ao norte até avistarmos a placa indicando La Pedrera. Em uníssono, decidimos pelo intercomunicador: Que tal uma paradinha no Mirador de La Pedrera?
Não hesitamos e entramos na pacata cidade de La Pedrera, atravessamos seu charmoso centrinho e fizemos uma breve parada no Mirador de La Pedrera, que proporciona uma vista fabulosa do agitado Oceano Atlântico.
Logo retomamos a viagem e, próximo ao meio-dia, em meio a um calor surpreendente, chegamos a Punta del Diablo. Vestidos com nossas roupas de motoqueiros malvadões (calças de cordura, couro e botas pesadas), iniciamos uma bela caminhada pelas areias da Playa del Rivero. Nosso destino era a ponta rochosa que separa a Playa de los Pescadores da Playa de la Viuda, onde nossos queridos amigos Mery e Alvaro nos aguardavam.
Que alegria reencontrar os amigos que conhecemos em nosso primeiro dia na República Oriental do Uruguai, mais precisamente no balneário de Lago Merín! Entre abraços e sorrisos, cumprimentamos Alvaro, Mery, Sofía e Lucas, que com binóculo e câmera fotográfica em mãos logo apontaram para o mar. Pudemos então avistar uma cena maravilhosa: baleias bailando suavemente em um verdadeiro espetáculo de acasalamento, a poucos metros de onde estávamos.
Como é gratificante e emocionante ver animais selvagens livres em seu habitat natural. Observar as baleias-francas-austrais em Punta del Diablo, tão de perto, foi uma experiência incrível e difícil de descrever. Essa cena linda ficará guardada para sempre em nossas memórias.
Na sequência, fomos almoçar, trocamos de roupa e, com trajes mais apropriados, voltamos a caminhar pela extensa faixa de areia das belas praias de Punta del Diablo. No fim do dia, começamos a ver os inúmeros barcos de pesca artesanal, com suas cores vibrantes, retornando de alto-mar após horas de pesca, um verdadeiro ritual e símbolo local.
Uma infinidade de peixes e generosos camarões nos pequenos barcos recém atracados na areia revelavam o ótimo dia de pesca. Essa alegria era compartilhada não apenas pelos pescadores, mas também pela comunidade local e pelos turistas que acompanhavam de perto o trabalho árduo dos aventureiros do mar.
Para acompanhar o mate no fim do dia, uma surpresa: Alvaro e Mery nos presentearam com uma caixa de alfajores artesanais com sabores variados, provenientes de sua cidade, Río Branco – Cerro Largo. Na bela caixa, havia uma foto da representativa Ponte Internacional Barão de Mauá, que une Brasil e Uruguai, e que cruzamos durante nossa entrada no país vizinho.
Aliás, o motivo de nosso retorno a Punta del Diablo foi justamente um convite dos amigos para comemorar o cumpleaños, ou melhor, o aniversário de Sofía! Que alegria e privilégio poder compartilhar esta data tão especial com os amigos. Muito obrigado, Alvaro e Mery, pelo convite, receptividade, acolhida e pelos lindos momentos que passamos juntos!
Após desfrutar de um dia e uma noite maravilhosa em Punta del Diablo, partimos debaixo de chuva (o que explica a ausência de fotos) rumo à capital departamental: Rocha. Lá, outros amigos uruguaios nos aguardavam: o casal que conhecemos em La Paloma, José Artigas e Olga.
Chegamos à cidade de Rocha no meio da chuvosa tarde de sábado. Estacionamos a Formosa em um amplo posto de combustível Axion, localizado ao lado do principal trevo de acesso à capital departamental, e avisamos nossos amigos de nossa chegada.
Não demorou até José Artigas aparecer com sua icônica Kombi. Ele nos guiou até sua casa, e durante o trajeto, vivenciamos uma cena, no mínimo, curiosa.
José Artigas avançava tranquilamente por uma extensa avenida repleta de lombadas enormes. Nós o seguíamos de perto, mas à medida que surgiam as lombadas, ele se distanciava, pois eram tão altas que praticamente precisávamos parar a Formosa e passar com ela na diagonal, ainda assim, raspando suas partes baixas.
Até que, em uma determinada lombada, a Formosa simplesmente ficou atolada. Sim, a altura do quebra-molas era tão exagerada que segurou a moto pelo chassi, com os dois pneus no ar, impedindo-a de ir para frente ou para trás.
No exato momento, um carro de polícia passava no sentido oposto, e os policiais certamente se divertiram ao ver a Sayo desembarcando da Formosa enquanto eu forçava a moto para frente e para trás até, finalmente, conseguir sair daquela situação constrangedora.
Lombada vencida, olhamos para frente e cadê o José Artigas? Claro, ele não percebeu que ficamos presos na lombada e seguiu adiante. Porém, atento, minutos depois ele retornou todo preocupado. Explicamos a situação e, entre risos, continuamos até sua casa, onde Olga nos aguardava.
Uma vez na acolhedora casa de nossos amigos em Rocha, passamos o resto do dia conversando. Tomando um mate e saboreando facturas (biscoitos uruguaios), descobrimos que José Artigas foi um exímio ciclista, ostentando uma impressionante coleção de troféus e medalhas. Ele guarda a sete chaves sua antiga bicicleta de corrida, um verdadeiro tesouro.
Na sala da residência do simpático casal, estão expostos diversos troféus e objetos que representam os inúmeros encontros de motos e carros antigos dos quais participaram. Durante a noite, compartilhamos um delicioso jantar preparado pela Olga e, já tarde da noite, fomos descansar.
No domingo, José Artigas nos presenteou com um autêntico assado uruguaio, um churrasco de primeira! Para a sobremesa, a Sayo preparou uma irresistível tortilha de manga, uma fruta que nossos anfitriões nunca haviam provado. A tortilha foi feita com uma massa de banana, cacau, aveia tostada e coco ralado, recheada com manga ao mel, mirtilos e gotas de chocolate amargo.
Em seguida, fomos passear a bordo da Kombi Home de nossos amigos. O destino? A impressionante Puente Laguna Garzón, inaugurada em 2015, que une os departamentos uruguaios de Rocha e Maldonado. A ponte destaca-se por seu formato circular, sustentado por uma série de colunas que permitem o livre fluxo das águas da emblemática Laguna Garzón e o uso de embarcações, um elemento típico do lugar. O projeto é de Rafael Viñoly, famoso arquiteto uruguaio reconhecido por suas inúmeras obras internacionais, incluindo o novo Aeroporto de Carrasco, em Montevidéu.
Ao chegar ao local, mal pudemos desembarcar da Kombi devido ao vento insuportavelmente forte. O jeito foi fazer um rápido registro fotográfico ao lado do veículo, protegidos do vento, e devorar alguns alfajores dentro da Kombi.
Na segunda-feira, que amanheceu coberta por uma fina camada de geada, fomos explorar o centro histórico de Rocha, capital do departamento de mesmo nome no Uruguai.
Logo no início da caminhada, passamos ao lado do histórico Ranchito Pianni, ou Rancho Pianni, uma das casas dos primeiros colonizadores da cidade de Rocha.
Em instantes chegamos ao coração da cidade de Rocha, a arborizada e pacata Plaza Independencia. O dia estava fabuloso, com temperatura amena, céu azul e, apesar de ser uma manhã de segunda-feira, nos surpreendemos com a tranquilidade do local, especialmente por Rocha ser uma capital departamental.
Talvez o fato da cidade de Rocha abrigar pouco mais de 30.000 habitantes explique tamanha tranquilidade. Uma curiosidade intrigante sobre o Uruguai é que mais da metade da população do país vive em Montevideo.
Ah, e imaginem a alegria da Sayo por estar na cidade de Rocha, afinal, seu sobrenome é justamente Rocha. Ou seja, a Rocha brasileira ficou extremamente feliz na cidade e departamento de Rocha, no Uruguai.
A cidade de Rocha foi fundada em 23 de novembro de 1793 por ordem de Rafael Pérez del Puerto, que chegou em 1777 como parte de uma expedição espanhola, sob o nome de Nuestra Señora de los Remedios de Rocha.
O nome da cidade, por sua vez, tem origem no sobrenome de Luis Rocha, um dos pioneiros a se estabelecer nesta região, até então semidesértica, dedicando-se à produção de couros. Curiosamente, a palavra “Rocha” deriva de “Roza”, que em galego-português significa “campo pronto para ser semeado”.
Nos arredores da Plaza Independencia estão importantes edificações municipais e departamentais, como o Teatro 25 de Mayo, Club Social Rocha, Cine 1° de Agosto e a Iglesia Nuestra Señora de Los Remedios.
Vale destacar que a cidade de Rocha foi planejada e estruturada em um padrão de tabuleiro, com construções baixas e ruas estreitas. Caminhar pelo centro histórico da encantadora capital, com suas ruas de paralelepípedo e cercado por charmosas construções, é uma experiência bastante agradável e nos transporta para o passado não tão distante da região.
Uma dica valiosa para os viajantes: na ausência de banheiros públicos, os cassinos, bastante populares em cidades maiores no Uruguai como as capitais departamentais, oferecem banheiros gratuitamente aos visitantes.
Durante o passeio, passamos também pela Intendencia de Rocha e pela Plaza Congreso.
E chegamos ao Museo Regional de Rocha Milton de los Santos.
Museo Regional de Rocha Milton de los Santos
Com entrada gratuita, o Museo Regional de Rocha Milton de los Santos representa um dos locais que preserva fascinantes histórias da cidade de Rocha e merece ser visitado.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo Regional de Rocha Milton de los Santos partindo do centro de Montevideo – Montevideo – Uruguai:
Contatos do Museo Regional de Rocha Milton de los Santos
- Endereço: 25 de Agosto, 162 – Centro | Rocha – Rocha – Uruguai
- Telefone: +598 1955 208
- E-mail: museoregional@rocha.gub.uy
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Museo Regional de Rocha Milton de los Santos.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sexta: 8h00 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora
O Museo Regional de Rocha Milton de los Santos, que oferece entrada gratuita, foi inaugurado em 1985 e expõe um belo acervo dividido em seções como megafauna, antropologia, arqueologia, artigos gaúchos, história de Rocha e documentos locais.
Dentre os inúmeros itens em exposição, um dos que mais nos chamou a atenção foi a cortina de 1917 que pertencia ao Teatro Excelsior, no centro histórico de Rocha.
Após conhecer o espaço cultural voltamos a caminhar pelas ruas centrais da capital de Rocha e, com o avanço do horário e a proximidade ao meio-dia, algo nos chamou a atenção: a quantidade de cartazes em frente aos restaurantes e lanchonetes indicando o prato do dia: nhoques!
Imaginamos que o tradicional prato italiano faça um sucesso tremendo entre os uruguaios, pois em praticamente todos os estabelecimentos o nhoque era o prato do dia.
Ao entardecer, retornamos à casa de nossos amigos e anfitriões José Artigas e Olga, que preparavam delicadamente nhoques para o jantar! Não conseguimos conter a curiosidade e perguntamos o motivo da escolha do prato. Espantados, ambos nos olharam pasmos e falaram: Hoy es 29, día de los ñoquis!
Percebendo que não estávamos entendendo nada, e surpresos por não existir tal dia no Brasil, trataram de nos explicar. Ñoquis del 29: Uma curiosa tradição no Uruguai é que todo dia 29 (de todos os meses) é comemorado o “Día de los Ñoquis”, quando os uruguaios comem a conhecida massa italiana feita à base de batatas e farinha, acompanhada por molho, normalmente vermelho com pedaços de carne, ou, como é conhecido por aqui, tuco.
Reza a lenda que se colocar uma moeda debaixo do prato neste dia e saborear os nhoques, não faltará plata. Claro que seguimos a tradição e saboreamos deliciosos nhoques caseiros feitos com muito amor pela Olga (estavam deliciosos) regados com queijo uruguaio ralado, com as devidas moedas de pesos uruguaios embaixo dos pratos.
Antes de jantar, registramos um momento especial ao lado dos amigos junto às suas máquinas: a Kombi movida a diesel e uma Kawasaki Ninja impecável dos anos 1980. É claro que a Formosa não poderia ficar de fora desse registro memorável. Agradecemos muito a José Artigas e Olga pela hospitalidade. Amanhã, partiremos de Rocha logo ao amanhecer!
Acima o mapa com o trajeto percorrido entre La Paloma e Rocha, passando por Punta del Diablo.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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