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Cascata do Tigre e Produção de Orgânicos em Machadinho – RS
25 de Setembro, 2021Explore a majestosa Cascata do Tigre, uma das cachoeiras mais belas do Rio Grande do Sul, e testemunhe a produção orgânica em Machadinho.
Apesar do sábado ter amanhecido sob um céu encoberto por densas nuvens em Erechim, no norte gaúcho, mantivemos o entusiasmo e nos preparamos para uma jornada até Machadinho. Este município é reconhecido pelas suas águas termais e pela excelente infraestrutura do Parque Thermas Machadinho, além da produção de alimentos orgânicos. Destaca-se também por abrigar uma das mais belas cachoeiras do Rio Grande do Sul, a imponente Cascata do Tigre.
Saboreamos um café da manhã delicioso e, vestidos com os trajes de moto viajantes, colocamos a Formosa para rodar depois de alguns meses parados.
Iniciamos nossa viagem a partir da “Capital da Amizade”, Erechim – RS, seguindo pela rodovia BR-153 em direção ao norte.
Prosseguimos pela Rodovia Transbrasiliana em meio a um intenso fluxo de veículos, especialmente carretas carregadas, até alcançarmos o Rio Uruguai, a divisa natural entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Ao adentrarmos em solo catarinense, o azul começou a dominar o céu e as temidas nuvens desapareceram lentamente no horizonte.
Apenas alguns quilômetros adiante, nos despedimos da rodovia federal, adentrando na sinuosa SC-390.
Seguindo pela estrada estadual, atravessamos o centro da pacata Peritiba – SC.
E avançamos pelo interior catarinense rodeados por uma beleza ímpar.
Em seguida, passamos por Ipira, cruzamos a ponte sobre o Rio do Peixe e alcançamos Piratuba – SC.
A cidade, renomada por suas águas termais, exibia uma movimentação peculiar de turistas, algo notavelmente diferente do que testemunhamos em nossa passagem pela região em março deste ano.
A presença de pessoas nas calçadas, lojas, restaurantes, hotéis e no Balneário Termas de Piratuba acrescenta ainda mais beleza à cidade, transmitindo uma energia positiva e animadora.
Deixamos rapidamente o centro de Piratuba e seguimos por uma estrada municipal em direção à continuidade da rodovia SC-150. Ao alcançá-la, dirigimos rumo ao sul.
Com um céu azul, temperatura amena, asfalto em perfeito estado de conservação e uma paisagem de tirar o fôlego, rodar de moto torna-se uma experiência verdadeiramente prazerosa.
Com a Formosa roncando lindamente ao bailar entre uma curva e outra, nos aproximávamos de maneira ágil da Usina Hidrelétrica Machadinho – Carlos Ermírio de Moraes (UHE Machadinho).
Gradualmente, o vasto lago formado pela barragem, que represa as águas do magnífico Rio Uruguai, começou a se revelar, adicionando ainda mais beleza ao cenário.
O destino do nosso passeio hoje é a cidade de Machadinho, no Rio Grande do Sul, que fica a cerca de 85 km de Erechim. No entanto, para contornar um trecho de aproximadamente 25 quilômetros de estrada de terra em péssimo estado de conservação entre Marcelino Ramos e Maximiliano de Almeida, optamos por seguir um trajeto mais longo, composto por 150 km de estradas asfaltadas.
A rota escolhida proporcionou-nos explorar uma região nova para nós, revelando-se extremamente bela e agradável.
Em um ponto específico da estrada, decidimos fazer uma breve pausa para esticar as pernas e apreciar a beleza ao nosso redor.
Minutos depois, retomamos nossa viagem e, a poucos quilômetros da Usina Machadinho, o asfalto em ótimo estado de conservação desapareceu repentinamente, dando lugar a uma pavimentação repleta de remendos, buracos e pedras soltas.
Logo, o asfalto (ou o que restava dele) sumiu por completo, dando lugar a uma espécie de rípio catarinense, uma mistura de terra fina com muitas pedras soltas, que se estendeu à nossa frente.
Para nossa satisfação, e especialmente para a Formosa, a transição para esse tipo de pavimentação durou apenas alguns metros, e, finalmente, nos deparamos com um semáforo, que acabara de mudar para a luz vermelha.
Junto ao sinal de trânsito, uma placa indicava o tempo médio de espera: 7 minutos.
O semáforo desempenha um papel crucial no controle do tráfego de veículos pela barragem da Represa Hidrelétrica de Machadinho, que entrou em operação no ano de 2002.
Equipada com três unidades geradoras de 380 MW, a Usina Hidrelétrica Machadinho possui uma potência instalada de 1.140 MW, representando aproximadamente 37% da demanda de energia do estado de Santa Catarina ou 23% do total consumido pelo estado do Rio Grande do Sul.
Comparada a outros empreendimentos do setor, a capacidade de geração da Usina Hidrelétrica Machadinho é considerada elevada em relação à área de seu reservatório, que possui um perímetro de 500 quilômetros e abrange diversas localidades, incluindo Piratuba, Capinzal, Zortéa, Celso Ramos, Campos Novos e Anita Garibaldi em Santa Catarina, e Maximiliano de Almeida, Machadinho, Barracão e Pinhal da Serra no Rio Grande do Sul.
Cerca de sete minutos depois, a luz vermelha do semáforo se apagou, e o sinal verde liberou nossa passagem pela barragem da maior usina hidrelétrica de Santa Catarina.
Após cruzarmos a barragem, retornamos ao território gaúcho e decidimos fazer uma breve pausa para nos hidratarmos e saborearmos uma deliciosa pera.
Revigorados, retomamos nossa jornada, agora desfrutando do excelente asfalto da RS-478.
A poucos quilômetros à frente, atravessamos o centro de Maximiliano de Almeida, onde acessamos a RS-208.
Apenas 18 quilômetros separam Maximiliano de Almeida de Machadinho – RS.
Os ponteiros do relógio marcavam 12h15 quando alcançamos o destino do dia.
Machadinho abriga atualmente cerca de 5.000 habitantes, está a 360 quilômetros da capital gaúcha, e sua altitude média é de 757 metros acima do nível do mar.
Seu curioso nome tem origem em um dos primeiros colonizadores a se estabelecer na localidade, o senhor Manoel Machado de Campos, que chegou à região no ano de 1901.
O homem popular, reconhecido por sua bondade e estatura baixa, rapidamente recebeu o apelido carinhoso de Machadinho. Esse nome passou a ser associado à localidade, que, no ano de 1959, tornou-se um novo município ao se desmembrar de Lagoa Vermelha, RS.
Ao chegarmos ao centro da cidade, marcada pela predominância da colonização italiana, rodamos até a Chácara Brilho do Sol.
Chácara Brilho do Sol
Conhecida por produzir qualidade e comerciar saúde, a Chácara Brilho do Sol é uma propriedade familiar que oferece visitas guiadas por estufas organizadas e muito bem cuidadas, onde são cultivadas verdadeiras delícias orgânicas.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Chácara Brilho do Sol partindo do centro de Passo Fundo – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos da Chácara Brilho do Sol
- Endereço: Rua Zéquinha Lima – Centro | Machadinho – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefones: (54) 99122-7391 | (54) 99214-3343 | (54) 99214-3625
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial da Chácara Brilho do Sol no Instagram.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 8h00 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 2,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora
A propriedade familiar, conhecida por produzir qualidade e comerciar saúde, oferece a oportunidade de realizar uma visita guiada pelas estufas organizadas e muito bem cuidadas. É nesses ambientes que são cultivadas verdadeiras delícias orgânicas.
Enquanto nos encantávamos com a bela plantação de morangos, legumes e verduras, a simpática Jane compartilhava a história do empreendimento e nos guiava por cada etapa do processo produtivo das frutas e hortaliças especiais.
Unindo tecnologia a técnicas, experiência e uma paixão pelo cultivo da terra, a família de Wilson Antonio Tessaro produz alimentos livres de defensivos agrícolas, os quais são distribuídos pela região.
E, é claro, esses produtos estão disponíveis para compra na própria chácara. Lá, os visitantes têm a oportunidade de adquirir não apenas frutas, verduras e legumes frescos, mas também vinhos, sucos, méis, queijos, salames, geleias, vinagres e uma variedade de outras delícias coloniais.
A decisão de abrir as portas da propriedade para visitação está alinhada à vocação turística do município de Machadinho, RS. A cidade atrai milhares de visitantes de todo o país em busca de suas águas termais com propriedades terapêuticas e medicinais, as quais brotam diretamente da fonte com temperaturas em torno dos 46 °C.
O Parque Thermas Machadinho, um balneário completo com cerca de 10 hectares de área verde, bosques e piscinas, oferece um cenário harmonioso de paz, diversão, adrenalina e tranquilidade.
Inaugurado em 2004, o parque desempenhou um papel crucial no impulso da economia municipal, transformando Machadinho – RS no destino turístico que é hoje: uma cidade muito bem preservada, com um povo acolhedor e uma variedade de atrativos a serem explorados.
Além do parque de águas termais e da Chácara Brilho do Sol, Machadinho oferece um balneário nas margens do Rio Inhandava, opções de pesque e pague, parque de aventuras com rapel e trilhas ecológicas, cachaçaria, ervateira, museus e uma deslumbrante cascata que será nossa próxima parada.
A cidade também dispõe de uma estruturada rede hoteleira e gastronômica, pronta para receber todos os visitantes.
Após explorar a Chácara Brilho do Sol, degustar algumas delícias coloniais e comprar nosso lanche, seguimos em direção à Cascata do Tigre.
Do centro de Machadinho até a Cascata do Tigre são aproximadamente 8 quilômetros, dos quais 6 consistem em estrada de terra, a qual está, em sua maior parte, em excelente estado de conservação – melhor, inclusive, do que muitas estradas asfaltadas que a Formosa já percorreu pelo Brasil afora.
O cenário ao longo do percurso é espetacular, e, rodando com bastante tranquilidade, logo chegamos à entrada da propriedade que abriga a famosa queda d’água, considerada uma das mais belas cachoeiras do Rio Grande do Sul.
Parque da Cascata do Tigre
O Parque da Cascata do Tigre, localizado no interior de Machadinho, apresenta uma excelente estrutura, proporcionando trilhas em meio à mata nativa, churrasqueiras, banheiros, lanchonete e, é claro, a atração principal que dá nome ao local: a fabulosa Cascata do Tigre.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Parque da Cascata do Tigre partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos do Parque da Cascata do Tigre
- Endereço: Linha Tigre | Machadinho – Rio Grande do Sul – Brasil
- Telefone: (54) 99977-6314
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 8h00 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 8,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 4 horas
Web Story
Navegue pela web story abaixo para uma experiência única de conteúdo visual.
Assim que estacionamos a moto à sombra, uma senhora sorridente nos recebeu calorosamente e nos conduziu até o quiosque, onde encontramos a lanchonete, churrasqueiras, banheiros e a entrada para a trilha que percorre a Mata Atlântica até a queda d’água.
Após alguns minutos de conversa, iniciamos a caminhada pela trilha ecológica, que estava bem demarcada.
Apenas alguns passos foram necessários para nos depararmos com um verdadeiro presente da natureza: a incrível Cascata do Tigre.
Em meio ao verde da mata nativa, destaca-se a imponente queda d’água, com mais de 60 metros de altura.
Continuamos pela trilha e, para nossa surpresa, chegamos até uma caverna que avança por trás da cortina de água da Cachoeira do Tigre.
Dentro da caverna, conhecida como Caverna do Tigre, estão espalhadas diversas esculturas do mamífero que representa uma lenda local. Segundo relatos dos antigos moradores, a região era habitada por tigres que circulavam pelas matas locais.
Mito ou verdade, o fato é que a Cascata do Tigre é algo surreal, e entrar na caverna, ficando atrás das águas que caem com força e maestria, transmite uma sensação única, difícil de ser expressa em palavras.
Dentro da caverna, há também a imagem de uma santinha, e alguns bancos estão dispostos para descanso e contemplação.
Dedicamos vários minutos apreciando tamanha beleza e, finalmente, retornamos à trilha.
Sob a proteção da sombra proporcionada pela Mata Atlântica, descemos em direção aos pés da Cascata do Tigre.
Ao atingirmos o nível do rio, que estava com um volume acima do normal devido às chuvas recentes na região, percorremos as pedras até encontrar um local adequado para nos sentarmos e apreciar aquela maravilha natural.
Devidamente acomodados em uma enorme pedra de frente para a Cascata do Tigre, preparamos um refrescante tereré e montamos um caprichado sanduíche de pão de aipim recheado com queijo curado na erva-mate, adquiridos na Chácara Brilho do Sol.
Não demorou muito para que o Bob, um adorável cachorrinho, surgisse entre a mata e se acomodasse rapidamente ao nosso lado. Sorridente, recebeu carinho de todos, experimentou o tereré e nos ajudou na árdua tarefa de saborear os quitutes.
Após nos alimentarmos, continuamos nos hidratando com o tereré, absorvendo toda a energia do ambiente, enquanto o sol nos presenteava com uma generosa quantidade de vitamina D.
A tranquilidade e a paz presentes no Parque da Cascata do Tigre eram tão intensas que, quando nos demos conta, o dia já se encaminhava para o seu final.
Realizamos as últimas fotos no local, expressamos nossa gratidão à Mãe Terra e começamos o retorno pela trilha.
No caminho de volta, fotografamos o queijo curado na erva-mate, ou o que restou dele, e também a flor que é símbolo do Rio Grande do Sul, o delicado e elegante Brinco de Princesa.
Nos despedimos do Bob e retornamos ao centro de Machadinho – RS, passando em frente à prefeitura municipal.
Chegamos à Praça da Matriz, onde observamos que as placas que indicam o nome das ruas da cidade têm o formato de um machado, um toque bastante criativo!
Na Praça da Matriz, encontra-se uma ampla estátua do frei Teófilo Antoniazzi.
O monumento, com 12 metros de altura, é uma homenagem ao religioso, natural de Flores da Cunha – RS, que pertencia à Ordem dos Freis Capuchinhos e esteve presente por mais de 30 anos na paróquia da cidade.
A paróquia, aliás, é uma beleza arquitetônica e abriga em seu interior um museu e um mirante em uma de suas torres.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário destaca-se no centro de Machadinho – RS por suas imponentes dimensões e pode ser avistada de praticamente todas as ruas da cidade.
Com o dia chegando ao fim, partimos de Machadinho – RS pela RS-208.
Ao chegarmos em Maximiliano de Almeida – RS, decidimos retornar por um trajeto diferente do qual viemos, avançando pela RS-126 sentido sul.
Desfrutando de belas paisagens e com o sol baixando no horizonte, passamos pela entrada de Paim Filho, SC.
Cruzamos o centro de São João da Urtiga – RS, conhecida como a “Capital Regional do Desenvolvimento”.
E rapidamente alcançamos Sananduva – RS.
Dali, percorremos alguns quilômetros pela RS-126 até atingirmos o entroncamento com a RS-467, na qual seguimos rumo oeste.
Em uma parte mais elevada da rodovia, fizemos uma parada para apreciar mais um espetáculo proporcionado pela natureza.
Em silêncio, testemunhamos a despedida do Astro Rei, que lentamente se ocultou atrás das colinas, deixando para trás um incrível gradiente de cores que tingiam todo o céu.
Que pôr do sol magnífico! Em seguida, guardamos a câmera fotográfica e, sob o brilho das estrelas, percorremos as estradas gaúchas, passando por Ibiaçá, Tapejara, Getúlio Vargas e, por fim, chegando em Erechim, após uma jornada de 350 km.
Abaixo o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Erechim – RS e Machadinho – RS:
Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
Lindo passeio…..cenário bucólico…..bem vindos de volta às estradas!
Os meses vão passando e há sim “energia positiva e animadora”.
Grande abraço pra todos e avante!
Valeu Fernando, obrigado pelo comentário.
Abraços…
Um passeio de tirar o fôlego e alimentar a alma com tantas belezas. Natureza exuberante e o por do sol então 😍😍😍 extraordinária demontracao da criação divina, pura energia e vida!
Feliz em acompanhá-los em mais uma aventura e que venham muitas mais!
Saudades de vocês 💖💖💖
Sem dúvidas um lindo passeio :) repleto de paisagens maravilhosas e um contato mais próximo com a natureza, estávamos precisando.
Beijos…
Belo passeio, com direito a plantação de morango, trilha cheia de tigres e mais uma amizade desta feita com um sorridente cachorro … valeu…
Perfeito comentário, um resumo de nosso passeio em poucas palavras :) o Bob (cachorro) realmente parecia sorrir toda vez que apontávamos a câmera fotográfica para ele, foi muito divertido.
Abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.