Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Nova Friburgo • Rio de Janeiro • Teresópolis
Colégio Anchieta e Parque Ecológico do Cão Sentado: História, Natureza e Trilha em Nova Friburgo – RJ
22 de Novembro, 2020Descubra a rica história do tradicional Colégio Anchieta e aventure-se pela fascinante Trilha do Parque Ecológico do Cão Sentado, imerso na exuberante Mata Atlântica em Nova Friburgo - RJ.
No cinzento domingo, deixamos Cachoeiras de Macacu e seguimos para Nova Friburgo, explorando seu centro histórico e o icônico Colégio Anchieta, um marco centenário. Em seguida, desbravamos a fascinante trilha do Parque Ecológico do Cão Sentado, imerso na exuberante Mata Atlântica. Concluímos o dia viajando até Teresópolis – RJ.
No início da manhã deste domingo, decidimos nos despedir de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro.
Embora a região ofereça muitos atrativos naturais, como cachoeiras, poços e o deslumbrante Parque Estadual dos Três Picos, optamos por explorar esses locais em uma próxima visita.
As fortes chuvas dos últimos dias nos motivaram a adiar a exploração dessa área.
Dessa forma, seguimos pela rodovia RJ-116, que atravessa o centro de Cachoeiras de Macacu, em direção ao norte.
Pouco depois, passamos pela entrada do Parque Estadual dos Três Picos.
Em seguida, começamos a subir a sinuosa Serra da Boa Vista.
A rodovia estadual RJ-116, com pedágio, serpenteia pela densa floresta da Mata Atlântica enquanto atravessa a Serra da Boa Vista.
Em meio a um cenário deslumbrante, fizemos uma parada no Mirante de Macacu para contemplar a impressionante beleza natural ao nosso redor.
Alguns quilômetros depois, alcançamos o topo da serra, após subir mais de 1.000 metros em menos de 25 km de percurso.
Nesse ponto, cruzamos a divisa entre Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo.
Nova Friburgo, localizada no centro do estado do Rio de Janeiro, é uma cidade com aproximadamente 190.000 habitantes. Ela é famosa por ser a “Capital Nacional da Moda Íntima”.
Ao entrar no município, passamos ao lado do maior sutiã do Brasil, que impressiona com seus 16 metros de comprimento e 5,8 metros de altura.
Até meados do século XVIII, a área que hoje faz parte de Nova Friburgo era habitada pelos índios goiatacazes e puris.
Em 1818, o rei Dom João VI, buscando fortalecer os laços com os povos germânicos para obter apoio contra o Império Francês, propôs uma colonização planejada na região.
O rei então emitiu um decreto autorizando o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, Sebastião Nicolau Gachet, a estabelecer uma colônia de cem famílias suíças na Fazenda do Morro Queimado, no distrito de Cantagalo. A região foi escolhida por seu clima e características naturais semelhantes às da Suíça.
Assim nasceu Nova Friburgo, a única cidade brasileira criada por um Decreto Real. Ela foi batizada em homenagem à cidade de origem da maioria das famílias colonizadoras, Fribourg.
Nova Friburgo também foi o primeiro município brasileiro a receber imigrantes alemães. Ao todo, 456 alemães chegaram à cidade em 3 de maio de 1824, três meses antes da chegada de imigrantes alemães em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
No centro de Nova Friburgo, carinhosamente chamada de Friburgo, fomos explorar a Praça do Suspiro.
A encantadora Praça do Suspiro abriga vários monumentos, uma feirinha regional e a estação do teleférico, que leva até o topo do Morro da Cruz.
Nas proximidades da praça, encontra-se a base militar Tiro de Guerra 01-010.
Também nas proximidades está a Capela de Santo Antônio.
Considerada um dos cartões postais da cidade, a pequena igreja foi construída em 1884 por um português como forma de agradecimento.
Reza a lenda que a embarcação em que o português viajava sofreu um naufrágio, e ele prometeu construir um templo em devoção a Santo Antônio se conseguisse ser salvo.
A charmosa Capela de Santo Antônio, com seu estilo neoclássico, teve sua torre erguida somente em 1948.
Perto da igreja, há uma pequena gruta com a imagem de uma santa.
Além disso, nas proximidades estão a Praça das Colônias e o Teatro Municipal.
A partir da praça, começamos uma caminhada pela área central da cidade.
Logo chegamos ao Colégio Anchieta.
Colégio Anchieta
O Colégio Anchieta de Nova Friburgo, fundado em 1886, já recebeu alunos bastante conhecidos, como o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Colégio Anchieta partindo do centro do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Colégio Anchieta
- Endereço: Rua General Osório, 181 – Centro | Nova Friburgo – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefones: (22) 2525-4400 | (22) 98843-8035
- E-mail: comunicacao@colegioanchieta.org.br
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Colégio Anchieta.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sexta: 9h00 às 17h00
Visitas Guiadas
- Domingo: 9h30 e 11h30
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 10,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 2 horas
Fundado por padres e irmãos jesuítas italianos, o Colégio Anchieta de Nova Friburgo iniciou suas atividades em 1886 na casa-grande da antiga fazenda e sesmaria do Morro Queimado, conhecida pelos colonos suíços como “Chateau”. O colégio funcionou como internato para alunos de todo o país.
Com o aumento no número de alunos, iniciou-se a construção do grande e majestoso edifício atual em 1º de janeiro de 1901.
A imponente construção, em estilo neoclássico, levou oito anos para ser concluída.
Rapidamente, o Colégio Anchieta ganhou fama e se tornou conhecido em todo o Brasil pela excelência na educação oferecida aos seus alunos.
Os professores eram todos padres jesuítas, mas, em 1922, com a diminuição dos padres vindos da Itália, tornou-se necessário encerrar o internato e transformar o Anchieta em seminário para a formação de jesuítas brasileiros.
Em pouco tempo, o colégio se encheu de seminaristas, que iam desde o seminário menor, conhecido como Escola Apostólica, até a Faculdade de Filosofia.
Em 1966, com a transferência de várias classes seminarísticas para outras cidades, o Anchieta se transformou em externato, passando a receber alunos não apenas de Friburgo, mas também das cidades vizinhas.
Em 1969, o colégio passou a receber alunas e, atualmente, conta com cerca de 900 estudantes.
O Colégio Anchieta recebeu alguns alunos bastante conhecidos, como o poeta Carlos Drummond de Andrade, o jurista Sobral Pinto, e, mais recentemente, o músico Egberto Gismonti, o cientista social Jairo Nicolau, o ator Jayme Periard e a artista plástica Denise Berbert.
Como chegamos ao local pouco antes das 11h00, aproveitamos para caminhar pela área externa até às 11h30, quando começou a visita guiada pelo interior do tradicional colégio.
Simpáticos guias nos receberam e logo começaram a narrar a história do Colégio Anchieta de Nova Friburgo, RJ.
Inicialmente, visitamos uma sala que exibe peças dos primórdios do colégio.
Em seguida, subimos ao segundo pavimento por uma imponente escadaria de madeira, construída com uma técnica que não utilizou um único prego.
Lá, visitamos outra sala com importantes peças históricas.
Vimos uma exposição de elementos usados na construção da edificação.
Na sequência, adentramos na impressionante Biblioteca Padre Manoel da Nóbrega, conhecida como a Biblioteca da Filosofia.
O espaço, que pertenceu à Faculdade de Filosofia do Colégio Anchieta, possui um vasto acervo de livros sobre teologia, filosofia, religiões, história, história da igreja e hagiografia (biografias de santos).
O local também exibe documentos raros da história do colégio, incluindo o registro das notas de Carlos Drummond de Andrade e um texto seu na “Aurora Colegial”, a primeira revista colegial do Brasil.
No caderno de registro de notas, encontramos a nota 4 de Drummond em português. Curiosamente, mais tarde, o aluno que era identificado como o número 74, apelidado de “o anarquista”, foi expulso do colégio por indisciplina mental.
Finalmente, visitamos o quarto do padre Luiz Yabar, que por várias vezes foi reitor do Colégio Anchieta e o primeiro a ocupar o atual prédio.
Em seguida, fomos até a Sala de Arte Sacra, que abriga objetos religiosos e históricos, incluindo dezenas de itens que pertenceram a diversos santos, além de cálices, taças e outros objetos litúrgicos da Igreja Católica.
Um dos itens mais interessantes e de maior valor histórico é uma roupa original usada pelo Papa Pio X.
Depois, passamos por um quarto onde estão expostas peças relacionadas aos ofícios dos irmãos jesuítas.
Adentramos uma capela.
Visitamos a Sala de Música, que abriga um grande acervo de discos e vinis encontrados no porão do Colégio Anchieta, além de diversos instrumentos musicais.
Conhecemos uma sala de aula retrô que exibe carteiras antigas, um quadro negro de giz, camisas comemorativas e flâmulas antigas encontradas em diversos cômodos do Colégio Anchieta. Também estavam expostos retroprojetores, mimeógrafos e outros objetos que foram amplamente utilizados no passado e hoje servem apenas como peças de museu (com exceção das flâmulas, os demais itens fazem parte de minha infância/adolescência, ou seja, estou me tornando clássicos).
Por fim, acessamos o pátio interno do Colégio Anchieta.
Foi lá que a visita guiada chegou ao fim.
Com os ponteiros do relógio marcando 13h00 e o sol surgindo timidamente entre as nuvens, nos despedimos do Colégio Anchieta e fomos almoçar.
Após uma refeição satisfatória, partimos do centro de Nova Friburgo pela RJ-116. Poucos quilômetros adiante, avistamos uma praça de pedágio.
A praça de pedágio está localizada ao lado da entrada do Parque Ecológico do Cão Sentado, nosso próximo destino.
Parque Ecológico do Cão Sentado
O Parque Ecológico Cão Sentado cobre uma extensa área verde e oferece diversas atividades, como escaladas esportivas, arvorismo, tirolesa, trilhas e passagens por grutas. O parque também conta com um lago, uma lanchonete, banheiros e a atração principal: uma pedra esculpida naturalmente na forma de um Cão Sentado.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Parque Ecológico do Cão Sentado partindo do centro de Nova Friburgo – Rio de Janeiro – Brasil:
Parque Ecológico do Cão Sentado
- Endereço: Rodovia RJ-116, Km 91,2 – Bairro Furnas | Nova Friburgo – Rio de Janeiro – Brasil
- Telefone: (22) 99765-3876
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Parque Ecológico do Cão Sentado.
Horários de Funcionamento
- Sexta a domingo: 9h00 às 17h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 2 horas
O Parque Ecológico Cão Sentado cobre uma extensa área verde da exuberante Mata Atlântica e oferece diversas atividades, como escaladas esportivas, arvorismo, tirolesa, trilhas e passagens por grutas.
Um conjunto geológico fascinante com formações únicas embeleza o parque ecológico, sendo a grande atração a Pedra do Cão Sentado.
Trilha do Parque Ecológico do Cão Sentado
Explore a encantadora Trilha do Parque Ecológico Cão Sentado, que avança pela selva até o mirante de observação. De lá, é possível apreciar a icônica Pedra do Cão Sentado.
Valores de Ingresso
- Público em geral: R$ 15,00
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Informações da Trilha
Extensão, tempo e nível de dificuldade da trilha:
- Percurso: A trilha possui uma extensão de 760 metros.
- Duração: A média de tempo para completar a trilha é de 45 minutos.
- Nível de Dificuldade: O nível de dificuldade é considerado leve.
A entrada no Parque Ecológico Cão Sentado é gratuita, mas é necessário comprar um ingresso para realizar a trilha, que era nosso objetivo. Com os ingressos em mãos e nosso kit de sobrevivência para trilhas (composto por alguns litros de água mineral, bananas e delícias feitas com essa saborosa fruta, comum na região), partimos para a caminhada.
A Trilha do Cão Sentado, bem demarcada, começa com uma íngreme subida.
Após superar a primeira etapa, chegamos a uma bifurcação, onde uma placa indica um desvio para conhecer a “Toca da Onça”, uma pequena gruta.
Em seguida, retornamos ao percurso principal e avançamos pela densa floresta, cruzando algumas pontes de madeira e desviando de grandes pedras.
Durante a caminhada, passamos por vários paredões rochosos e diversas grutas.
Como todo o trajeto é feito em meio à mata, protegido do sol, o passeio é bastante agradável.
Logo chegamos a uma grande caverna chamada “Catedral”, localizada a 645 metros acima do nível do mar.
Passamos por dentro da enorme caverna e, 45 minutos após o início da trilha, atingimos a altitude de 1.111 metros em relação ao nível do mar.
Do alto do morro, avistamos parte da rodovia RJ-116 e apreciamos a lua, que nos vigiava com todo o seu esplendor.
Ali também nos deparamos com um dos ícones de Nova Friburgo, a famosa Pedra do Cão Sentado.
A curiosa formação natural tem 111 metros de altura e sua forma assemelha-se a um cão de guarda sentado.
Declarado Monumento Natural Municipal em 2020, o Parque Ecológico Cão Sentado é um dos atrativos mais visitados de Nova Friburgo, RJ.
Como carregadas nuvens se aproximavam de onde estávamos tratamos de fazer algumas fotos do símbolo de Nova Friburgo, nos alimentar, e então retornar pela trilha de aproximadamente 1km de extensão.
De volta à RJ-116, seguimos em direção a Nova Friburgo.
Nas proximidades do entroncamento com a RJ-130, a chuva nos alcançou.
Com a chuva, seguimos vários quilômetros pela estrada estadual, que estava em mau estado de conservação e apresentava um alto fluxo de veículos.
Passamos pela Casa Suíça, uma fábrica de queijos e chocolates que também abriga o Memorial da Colonização Suíça, e que estava repleta de turistas.
Em seguida, em meio a uma infinidade de lombadas (a grande maioria sem placas indicativas), demos o maior salto a partir de uma lombada com uma Harley-Davidson.
O extraordinário salto, que deixaria Evel Knievel orgulhoso, foi realizado com perfeição pela Formosa, que ficou alguns segundos suspensa no ar.
Nossas colunas, no entanto, não ficaram tão contentes com o feito. Dito isso, reduzimos ainda mais a velocidade e seguimos pela magnífica Estrada Friburgo-Teresópolis, conhecida como Têre-Fri.
Magnífica por seu sinuoso traçado e pelo visual ao seu redor, a estrada é marcada por um asfalto precário que predomina ao longo dos 68 km que separam as duas cidades serranas.
Já em território teresopolitano, a chuva voltou a dar o ar da graça.
Logo deixamos a RJ-116, com direito a gritos de alegria, e acessamos a rodovia federal BR-116.
Com o fim do dia se aproximando e a chuva caindo, decidimos entrar em Teresópolis em busca de um hotel. Mas, antes disso, fizemos uma breve parada no Mirante do Soberbo. Afinal, a esperança é a última que morre; quem sabe hoje conseguiríamos apreciar a Serra dos Órgãos em todo seu esplendor.
Quanta inocência… Percorremos poucos quilômetros pela rodovia federal e logo nos vimos envolvidos por uma densa neblina. Com a forte névoa, seguimos direto ao centro de Teresópolis, onde encontramos um hotel.
Agora, estamos aqui, observando a chuva cair e pensando no que faremos amanhã.
Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre Cachoeiras de Macacu e Teresópolis, passando por Nova Friburgo – RJ.
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Maravilha, que bacana…..uma bela rota para somar o quê há em cada km/destino/parada.
Grande abraço pra vocês !
Sem dúvidas Fernando, uma pena o deplorável estado de conservação da RJ-130, mas o cenário ao seu redor faz o esforço de percorrê-la ser recompensado.
Abraços…
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
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