Turismo Religioso no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e Basílica Histórica de Aparecida – SP

Dedicamos esta sexta-feira para explorar os principais atrativos turísticos de Aparecida, SP, referência nacional em turismo religioso. Iniciamos o roteiro pela Igreja de Monte Carmelo, também conhecida como Basílica Histórica de Aparecida, e seguimos pela Passarela da Fé até a Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida, a segunda maior igreja do mundo. Vimos de perto a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, visitamos a Capela das Velas, o Mirante da Torre Brasília, a impressionante Cúpula Central e a tradicional Sala das Promessas. Finalizamos o passeio pelo Santuário Nacional de Aparecida  caminhando pelo Morro do Presépio e desfrutando dos Bondinhos Aéreos até o Morro do Cruzeiro.

Após um café da manhã reforçado, deixamos o hotel, onde a Formosa permaneceu estacionada na garagem, e começamos nossa caminhada pelas ruas centrais de Aparecida, cidade situada no interior do estado de São Paulo.

Nosso primeiro destino do dia foi a Igreja de Monte Carmelo, popularmente conhecida como Basílica Histórica de Aparecida ou, simplesmente, Basílica Velha.

Inaugurada em 1888, a Igreja de Monte Carmelo impressiona com sua arquitetura barroca, cuidadosamente preservada até os dias atuais.

Um detalhe curioso sobre a Basílica Histórica de Aparecida é que sua imponente fachada, juntamente com as duas torres, foi concluída antes mesmo da construção da nave principal e do altar.

No topo de cada torre, destacam-se a esfera da cruz e a figura do galo, ambos criados pelo artista João Júlio Gustavo. Nesse contexto simbólico, o galo representa o despertar para a fé, reforçando a relevância espiritual da igreja.

O relógio instalado na fachada, na torre esquerda da Igreja de Monte Carmelo, data de 1906 e foi importado diretamente da Alemanha, acrescentando um elemento histórico e internacional à edificação.

Em 1908, a Igreja de Monte Carmelo foi oficialmente elevada à categoria de basílica, após uma solicitação formal realizada pelos bispos brasileiros à sede da Igreja Católica na Europa.

Por meio de decreto, o Papa Pio X elevou o templo à categoria de basílica menor, um título concedido a igrejas de significativa importância, que promovem cultos especiais, mas sem ligação direta com o papa. A nomeação oficial como Basílica Menor de Nossa Senhora da Conceição Aparecida ocorreu em setembro de 1909, realizada pelo arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, tornando-se assim a primeira basílica do Brasil.

Como presente pela nomeação, o Papa Pio X enviou fragmentos dos ossos e uma pedra com sangue de São Vicente, mártir espanhol do século IV. Além disso, o templo foi agraciado com um ganfalone (um guarda-chuva listrado nas cores da Santa Sé) e um tintinábulo, haste que carrega um pequeno sino utilizado em cerimônias litúrgicas. Esses símbolos são distintivos tradicionais que identificam uma basílica.

As relíquias enviadas pelo Vaticano estão cuidadosamente expostas no presbitério da Basílica Velha, permitindo que os fiéis as visitem e contemplem esse valioso patrimônio histórico e religioso.

Durante nossa visita, a porta principal da Basílica Histórica de Aparecida estava fechada devido às restrições impostas pela pandemia, e o acesso era permitido somente pela porta lateral direita.

Já no interior do templo, onde a circulação estava limitada, seguimos até a frente do altar e admiramos uma réplica fiel da imagem original de Nossa Senhora Aparecida.

O nicho que abriga a réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida na Basílica Velha foi doado em 1911 pela viúva do general Neiva, do Rio de Janeiro.

Produzido na Alemanha, o nicho possui revestimento interno em metal dourado, com duas pequenas portas adornadas por pedras preciosas e dois anjos em prata, conferindo um acabamento sofisticado e de elevado valor artístico.

Na nave central da Basílica Velha de Aparecida, chamam a atenção dois púlpitos de madeira com detalhes em talha dourada, trazidos da Bahia, que adicionam um toque artesanal e histórico ao ambiente.

O teto central da Igreja de Monte Carmelo exibe pinturas que retratam os principais milagres de Nossa Senhora Aparecida, assinadas pelo renomado artista alemão Thomas Driendl.

Reconhecendo seu valor cultural, a Basílica Histórica de Nossa Senhora Aparecida foi tombada em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

Após explorar o interior da Basílica Velha, saímos pela porta lateral esquerda e caminhamos até a vizinha Praça Nossa Senhora Aparecida.

Da praça, em poucos passos, alcançamos a Galeria Recreio, ponto de partida da famosa Passarela da Fé em Aparecida, SP.

Inaugurada em 1971, a Passarela da Fé liga a Basílica Velha ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, com impressionantes 392,2 metros de extensão e 35,52 metros de altura em seu ponto mais elevado.

Após uma breve caminhada pela extensa Passarela da Fé, que proporciona uma vista deslumbrante do complexo, chegamos ao Santuário Nacional de Aparecida, o maior do mundo dedicado à Nossa Senhora.

Passamos ao lado do imponente campanário do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida , que abriga 13 sinos e se destaca como um dos símbolos arquitetônicos mais emblemáticos do complexo.

Cada sino do campanário do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é dedicado a um dos 12 apóstolos, além de prestar homenagem a bispos e cardeais que marcaram a história da padroeira brasileira desde 1717.

O 13º sino, o maior do campanário, é dedicado à Virgem de Aparecida e a São José, além de homenagear a Família Campanha dos Devotos, reconhecida pela devoção à padroeira do Brasil.

A pedra fundamental da Basílica Nova de Aparecida foi lançada em 10 de setembro de 1946, porém a construção só começou efetivamente em 1955.

Em 1980, o altar da Basílica de Aparecida foi consagrado pelo Papa João Paulo II, que também conferiu ao santuário o título de Basílica Menor.

Em 1983, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional.

O primeiro atrativo que visitamos no vasto Complexo do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi a Capela das Velas. Construída na década de 1970, ela conta com um sistema inovador: em determinados períodos do dia, a base onde as velas são colocadas é aquecida, fazendo com que a cera derreta e seja conduzida por tubos até o subsolo da basílica. Lá, a cera é resfriada, transformada em placas e encaminhada para reciclagem, reforçando o compromisso do santuário com a sustentabilidade.

Assim como o Nicho de Nossa Senhora Aparecida, a Capela das Velas está entre os pontos mais visitados do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, atraindo fiéis e turistas em busca de momentos de fé e reflexão.

Localizado na Nave Sul da Basílica de Aparecida, o Nicho de Nossa Senhora Aparecida, também chamado de Trono de Nossa Senhora Aparecida, está instalado em um imponente totem dourado, simbolizando a figura “Vestida de Sol”, conforme descrito no livro bíblico do Apocalipse.

Aproveitamos o momento em que uma missa era celebrada na Basílica de Aparecida, quando a fila para ver de perto a imagem da santa diminuiu consideravelmente, para nos aproximar da venerada imagem original de Nossa Senhora Aparecida, datada do século XVII.

A imagem original de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, esculpida em barro paulista, mede 36 centímetros de altura e pesa 2,5 kg. Ela está entronizada em um nicho decorado com detalhes em pastilhas de porcelana pintadas a ouro, realçando sua importância histórica e religiosa.

Um episódio marcante na história da Basílica Velha de Aparecida ocorreu em 16 de maio de 1978. Durante uma missa, houve uma repentina queda de luz, momento em que Rogério Marcos de Oliveira saltou cerca de dois metros até o cofre de ouro com frente de vidro que protegia a imagem da santa. Ele quebrou o vidro e subtraiu a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, causando choque entre os fiéis presentes.

O homem correu até a rua e, mesmo sendo alcançado por um guarda, atirou a imagem de Nossa Senhora Aparecida ao chão.

Imediatamente após o ocorrido, Rogério foi levado à prisão, enquanto a imagem de Nossa Senhora Aparecida, quebrada em aproximadamente 200 pedaços, foi encaminhada ao Museu de Arte de São Paulo (MASP) para restauração.

A artista plástica Maria Helena Chartuni foi a responsável pelo, literalmente, milagroso processo de restauração da imagem original de Nossa Senhora Aparecida, concluído em apenas 33 dias.

Atualmente, a imagem original de Nossa Senhora Aparecida está protegida por um vidro blindado de 205 kg, posicionada a quatro metros do solo, em um ambiente com iluminação especial e climatização controlada para assegurar sua preservação. Além desses cuidados, a própria restauradora, Maria Helena Chartuni, realiza uma verificação anual das condições da imagem.

A imagem original de Nossa Senhora Aparecida foi descoberta em 1717 por três pescadores no Rio Paraíba do Sul. Primeiro, encontraram o corpo e, logo em seguida, a cabeça, em um local próximo ao que hoje é o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Embora a imagem de Nossa Senhora Aparecida tenha sido encontrada pelos pescadores no dia 17 de outubro de 1717, desde 1953 a data oficial da celebração da padroeira do Brasil é 12 de outubro.

A escolha do dia 12 de outubro não foi aleatória: a data coincide com eventos históricos significativos, como o descobrimento da América (12/10/1492), a aclamação de Dom Pedro I como imperador do Brasil (12/10/1822) e a inauguração da estátua do Cristo Redentor (12/10/1931).

Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua principal padroeira em 16 de julho de 1930, por decreto do Papa Pio XI.

Nossa Senhora Aparecida é considerada o primeiro símbolo verdadeiramente brasileiro e de alcance nacional, surgindo antes mesmo da criação da Bandeira do Brasil (1889) e do Hino Nacional (1922).

Não houve um batismo oficial da santa, mas, por ter sido encontrada, ou seja, “aparecida” nas águas do rio, o povo passou a chamá-la de “Aparecida”. O termo ganhou inicial maiúscula e consolidou-se como nome próprio.

Aliás, ao contrário do que ocorreu em Fátima, Lourdes ou Guadalupe, não foi a cidade que deu nome à santa, mas sim a própria santa que, em 17 de dezembro de 1928, emprestou seu nome à recém fundada cidade paulista de Aparecida, que atualmente abriga cerca de 33 mil habitantes, recebe todos os anos mais de 12 milhões de turistas e é tida como a “Capital Nacional da Fé”.

Curiosamente, a cidade de Aparecida é popularmente conhecida como “Aparecida do Norte”, apelido que surgiu com a inauguração da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em agradecimento a Nossa Senhora Aparecida, Dom Pedro II ordenou a construção da “Estação de Aparecida” para facilitar a chegada dos romeiros. Muitos peregrinos embarcavam em trens partindo da capital paulista com destino à estação “Norte”, mas desembarcavam antes, na Estação Aparecida, passando a chamar o local de “Aparecida do Norte”. Esse apelido foi eternizado na música “Aparecida do Norte”, da dupla Tonico & Tinoco, embora o nome oficial da cidade seja apenas Aparecida.

Sobre a imagem da santa, é muito provável que ela tenha ido parar no fundo do Rio Paraíba do Sul após ter sido quebrada e, possivelmente lançada por algum fiel para evitar mau agouro.

Pelas características da obra e pelo material utilizado em sua confecção, acredita-se que o autor da imagem tenha sido o frei carioca Agostinho de Jesus, discípulo do renomado artesão português Agostinho da Piedade.

Como a imagem esculpida mostra a santa grávida, é possível que ela represente Nossa Senhora da Conceição, proclamada padroeira de Portugal em 1646 por Dom João IV.

Duas hipóteses explicam o tom escuro da escultura de Nossa Senhora Aparecida: uma sugere que a coloração se deve ao lodo do Rio Paraíba do Sul; a outra, que o escurecimento resultou da exposição contínua à fumaça de candeeiros, velas e tochas durante 28 anos.

O manto azul e a coroa de ouro 24 quilates, cravejados de diamantes, que adornam a imagem original da padroeira do Brasil, foram doados pela princesa Isabel em 1884.

No Centro de Apoio ao Romeiro, localizado no Santuário Nacional de Aparecida, está um dos maiores estacionamentos da América Latina, com 285 mil m² e capacidade para mais de 5 mil veículos. Além disso, o complexo oferece 330 lojas, farmácia, uma ampla praça de alimentação, 874 banheiros, ambulatório médico, serviço de socorro mecânico, achados e perdidos, central de informações, entre outros serviços.

Durante nossa visita ao Centro de Apoio ao Romeiro do Santuário de Aparecida, tivemos a oportunidade de apreciar verdadeiras relíquias em uma exposição de motos da Polícia Rodoviária Federal.

Entre as diversas máquinas expostas, uma das que mais se destacava era uma clássica Lambretta dos anos 1960.

Além disso, entre as motocicletas, estavam as icônicas BMW R90/6 e uma Harley-Davidson FLH equipada com motor Shovelhead 1200cc.

Na sequência, estavam duas motos da marca Honda: uma CB 750 Four e uma esportiva CBR 1100.

Em seguida, apareciam outras duas japonesas: a Kawasaki KZ 1000 Police, famosa por sua participação no seriado “Chips”, e a Honda CB 500.

E, claro, não poderia faltar a tradicional moto de patrulha da Polícia Rodoviária Federal, uma Harley-Davidson Road King com motor Twin-Cam, o mesmo motor da Formosa.

Por último, mas não menos importante, a moderna, tecnológica e versátil BMW F 800 GS.

Vale destacar que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi a primeira força de segurança pública nacional a contar com um corpo de motociclistas. A origem remonta à primeira escolta realizada pela PRF em 5 de setembro de 1947, quando a então “Polícia das Estradas” recebeu a missão de escoltar e garantir a segurança do presidente norte-americano Harry Truman, durante sua participação na Conferência Interamericana da Paz, realizada em Petrópolis – RJ, no pós-guerra.

No entanto, a relação da PRF com o motociclismo existe desde a sua criação, em 1928, quando “Turquinho”, considerado o primeiro patrulheiro rodoviário federal brasileiro, patrulhava as rodovias Rio-Petrópolis, Rio-São Paulo e União e Indústria pilotando uma Harley-Davidson.

De lá para cá, embora a PRF tenha priorizado o uso de viaturas de quatro rodas, o motociclismo mantém seu espaço e desempenha um papel fundamental, com importantes contribuições para a sociedade. Em cada estado da federação, a PRF conta com um Núcleo de Motociclismo Policial (NMP), responsável por ações de motopoliciamento, escolta de autoridades, apoio a caravanas, segurança viária, capacitação de outras forças institucionais, entre outras atividades alinhadas à missão institucional da corporação.

Pois bem, após apreciarmos as motocicletas em exposição, seguimos em direção ao Morro do Presépio.

Inaugurado em 2006, o Morro do Presépio do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida apresenta mais de 70 esculturas que retratam o nascimento de Jesus, o encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul, além de atrações como gruta, cascatas, lago e mirante.

Todas as esculturas do Morro do Presépio possuem dimensões em tamanho real e foram cuidadosamente esculpidas em cimento, conferindo realismo e imponência ao cenário.

Ainda no Morro do Presépio, destaca-se o Marco da Paz, estrutura semelhante à que encontramos em nossa visita à cidade de Chapecó, em Santa Catarina.

A idealização e concepção do Morro do Presépio, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, são assinadas pelo padre Ronoaldo Pelaquim, enquanto as esculturas foram criadas pelo artista Alexandre Moraes.

No topo do Morro do Presépio, há um mirante que proporciona uma vista panorâmica deslumbrante de todo o Complexo do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Fica a dica: esse é um excelente ponto para registrar uma bela foto tendo a imponente Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida ao fundo.

Depois de contemplar as impressionantes esculturas do Morro do Presépio, registrar alguns momentos em fotos e desfrutar da paisagem, retornamos ao Centro de Apoio ao Romeiro.

Com diversas opções gastronômicas no Centro de Apoio ao Romeiro, que vão desde lanches rápidos até pratos completos, optamos por almoçar em um buffet por quilo.

Devidamente alimentados, seguimos para mais uma atração do maior santuário mariano do mundo: o Memorial da Devoção Nossa Senhora Aparecida.

O Memorial da Devoção Nossa Senhora Aparecida oferece diversas atrações, como o Cine Padroeira, Museu de Cera, Cantinho dos Devotos Mirins, espaço para exposições e uma loja de artigos religiosos.

Começamos pelo Cine Padroeira, onde assistimos ao filme “A História de Nossa Senhora Aparecida”, uma produção multimídia que retrata a trajetória de fé e devoção à padroeira do Brasil, desde o encontro da imagem nas águas do Rio Paraíba até os dias atuais.

Em seguida, visitamos a sala de exposições, que apresentava uma variedade de peças artesanais delicadas em exibição.

Por fim, exploramos o Museu de Cera do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Inaugurado em março de 2016, o primeiro museu de cera do mundo dedicado a Nossa Senhora Aparecida reúne 70 estátuas em tamanho natural que ilustram a história e os milagres da padroeira do Brasil.

O espaço cultural, cuja construção e organização levaram cerca de um ano, conta com 20 cenários onde as peças estão distribuídas.

As cabeças e mãos das estátuas foram confeccionadas na Inglaterra, Estados Unidos e França, enquanto os corpos foram fabricados em Gramado, no Rio Grande do Sul.

As estátuas, elaboradas em tamanho natural por ateliês especializados, reproduzem com grande realismo santos, papas, imperadores, presidentes, líderes religiosos e figuras contemporâneas.

O acervo inclui personalidades históricas como Dom Pedro I, Princesa Isabel, Getúlio Vargas, Madre Paulina, Frei Galvão, além dos Papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco, entre diversas outras figuras importantes.

Além disso, o museu exibe devotos ilustres, entre eles o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, o humorista Renato Aragão, o cantor Daniel e o cosmonauta Marcos Pontes.

Sem dúvida, o Museu de Cera do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é um excelente espaço para mergulhar na história da santa, oferecendo uma experiência imersiva e envolvente.

Do Memorial da Devoção Nossa Senhora Aparecida, seguimos a pé até a emblemática Sala das Promessas, situada no subsolo do Santuário Nacional de Aparecida.

Os fiéis de Nossa Senhora Aparecida frequentemente visitam o Santuário Nacional para suplicar e expressar gratidão pelas graças alcançadas. Uma das maneiras tradicionais de agradecer e prestar homenagem à santa é por meio dos ex-votos, termo originado da expressão latina “ex-voto suscepto”, que significa “em cumprimento a um voto realizado”.

A Sala das Promessas, o segundo ponto mais visitado do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, também conhecida como Casa da Mãe Aparecida, foi inaugurada em 1974. Esse espaço acolhe ex-votos, que incluem objetos, fotografias, cartas e testemunhos de fé, oferecidos pelos devotos em agradecimento pelas graças recebidas.

Atualmente, a Sala das Promessas, também chamada de Sala dos Milagres, recebe cerca de 19 mil ex-votos por mês, número que pode chegar a 30 mil em outubro, quando a devoção à Nossa Senhora Aparecida atinge seu auge.

Após visitar a Sala das Promessas no Santuário Nacional de Aparecida, seguimos para conhecer outro ponto turístico bastante conhecido do complexo: o Bondinho Aéreo de Aparecida.

O Bondinho Aéreo de Aparecida é composto por 44 cabines, cada uma com capacidade para transportar confortavelmente até seis pessoas sentadas.

O trajeto dos Bondinhos Aéreos de Aparecida possui 1.100 metros de extensão, alcançando uma altura aproximada de 120 metros entre o Santuário Nacional e o Morro do Cruzeiro.

O sistema de teleférico tem capacidade para transportar até 1.500 pessoas por hora, garantindo uma experiência segura e agradável ao longo do percurso.

Além de evitar a subida a pé até o topo do Morro do Cruzeiro, que também pode ser acessado por um caminho conhecido como Via Sacra, onde é possível meditar as 14 estações representadas nos painéis em cimento do artista Adélio Sarro, os bondinhos oferecem uma vista panorâmica privilegiada da cidade paulista de Aparecida e da movimentada Rodovia Presidente Dutra (BR-116).

A origem do Morro do Cruzeiro remonta a 1925, quando a primeira cruz foi instalada no topo do morro. Posteriormente, em 6 de abril de 1948, durante a Semana Santa, foram inauguradas as capelas da Via-Sacra pelo então vigário, Padre Antônio Pinto de Andrade. Desde então, o espaço consolidou-se como um relevante ponto de peregrinação e expressão de fé.

O Morro do Cruzeiro, localizado em Aparecida – SP, possui uma área de 2.210 m², com altitude de 685 metros, extensão de 900 metros e desnível de 87 metros, características que reforçam sua imponência e relevância como atrativo turístico e religioso.

Ao desembarcar na estação superior dos bondinhos aéreos, no topo do Morro do Cruzeiro, nos deparamos com O Cruzeiro, uma obra monumental do artista Claudio Pastro, moldada em aço, com 23 metros de altura e peso aproximado de 25 toneladas.

Esta impressionante estrutura está situada no topo do Mirante do Cruzeiro, uma torre com 30 metros de altura, que oferece uma vista panorâmica de 360° de toda a região, equipada com dois elevadores panorâmicos, cada um com capacidade para até 12 pessoas.

Do Mirante do Cruzeiro, é possível contemplar uma vista deslumbrante de praticamente toda a cidade de Aparecida, das imponentes montanhas ao redor e do majestoso Santuário Nacional, proporcionando um momento de profunda paz.

Após nos encantarmos com a paisagem, embarcamos novamente no Bondinho de Aparecida e retornamos ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, encerrando mais uma etapa dessa experiência inesquecível.

De volta ao complexo do santuário, seguimos para explorar o interior da imponente Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida, um dos pontos mais emblemáticos e visitados do local.

O projeto da atual Catedral Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida foi concebido em 1947, com autoria do arquiteto Benedito Calixto Neto.

Quando submetido ao Vaticano, o projeto foi considerado brilhante pela comissão responsável pela avaliação.

A Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida é reconhecida como a segunda maior igreja do mundo, ficando atrás somente da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O templo religioso de Aparecida possui capacidade para receber até 30 mil fiéis, impressionando pela grandiosidade e riqueza de detalhes arquitetônicos.

O baldaquino da Basílica de Aparecida, formado por quatro imponentes colunas que sustentam a cúpula, destaca-se como uma verdadeira obra de arte.

As quatro colunas direcionam o olhar para o alto e simbolizam os principais biomas do Brasil.

Ao longo das quatro naves da imponente Basílica de Nossa Senhora Aparecida, 34 painéis criados pelo artista sacro Cláudio Pastro retratam passagens marcantes da fé católica.

Os vitrais foram concebidos para enriquecer o ambiente, oferecendo um efeito decorativo, artístico e espiritual, pois cada nave possui um significado próprio que se reflete diretamente sobre o altar.

O interior da Basílica de Nossa Senhora Aparecida abriga cinco capelas: a Capela das Velas, Capela do Batismo, Capela São José, Capela do Santíssimo e Capela da Ressurreição.

Do interior da Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida, descemos ao subsolo, onde estavam expostos 24 quadros, cada um retratando uma santa, sua origem e o país, ou países, dos quais é padroeira.

Entre as imagens expostas, estavam: Nossa Senhora da Caridade do Cobre (padroeira de Cuba), Nossa Senhora da Assunção (padroeira do Panamá), Nossa Senhora de Altagrácia (padroeira da República Dominicana), Nossa Senhora da Paz (padroeira de El Salvador), Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (padroeira do Haiti) e Nossa Senhora de Guadalupe (padroeira do México e de toda a América Latina).

Nossa Senhora da Conceição Aparecida (padroeira do Brasil), Nossa Senhora de Fátima (padroeira da Guiana e do Suriname), Nossa Senhora La Puríssima (padroeira da Nicarágua), Nossa Senhora de Suyapa (padroeira de Honduras), Nossa Senhora da Salete (padroeira da Dominica) e Nossa Senhora de Sipária (padroeira de Trindade e Tobago).

Nossa Senhora de Copacabana (padroeira da Bolívia), Nossa Senhora das Mercês (padroeira do Peru), Nossa Senhora de Chiquinquirá (padroeira da Colômbia), Nossa Senhora de Luján (padroeira da Argentina) e Nossa Senhora do Carmo (padroeira do Chile).

Completam a mostra: Nossa Senhora dos Anjos (padroeira da Costa Rica), Nossa Senhora do Rosário (padroeira da Guatemala), Nossa Senhora da Divina Providência (padroeira de Porto Rico), Nossa Senhora de Caacupê (padroeira do Paraguai), Nossa Senhora dos Trinta e Três (padroeira do Uruguai), Nossa Senhora de Coromoto (padroeira da Venezuela) e Nossa Senhora da Apresentação de El Quinche (padroeira do Equador).

Em seguida, exploramos outro atrativo imperdível dentro do complexo do Santuário Nacional de Aparecida: o Mirante da Torre Brasília.

O Mirante do Santuário Nacional de Aparecida está localizado no 16º e último andar da Torre Brasília. Com 110 metros de altura, incluindo a cruz no topo, a torre foi erguida em 1961 e doada pelo presidente Juscelino Kubitschek.

Com 324 metros quadrados, o Mirante da Torre Brasília oferece uma vista panorâmica espetacular da região. Na face sul, destacam-se a Serra do Mar e o Morro do Presépio; ao norte, a Serra da Mantiqueira e o Rio Paraíba do Sul; na direção leste, o Morro do Cruzeiro e a Via Dutra (BR-116); e a oeste, a Serra da Mantiqueira, o Rio Paraíba do Sul e o Porto do Itaguaçu.

Em seguida, exploramos o Museu Nossa Senhora Aparecida, espaço que não permite registros fotográficos e apresenta exposições permanentes e temporárias que abordam variados temas, sempre com foco na trajetória da devoção à padroeira do Brasil.

Por fim, ascendemos para conhecer a icônica Cúpula Central do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

A Cúpula do Santuário Nacional de Aparecida, situada a 52,86 metros acima do Altar Central, destaca-se no interior do templo com seus 70 metros de altura. Inaugurado em outubro de 2017, o impressionante mosaico que a reveste retrata a árvore da vida e pássaros da fauna brasileira, formado por cerca de 5 milhões de pastilhas distribuídas em uma área de 2 mil metros quadrados.

A partir da Cúpula Central do Santuário Nacional de Aparecida, desfrutamos de uma visão privilegiada do interior da Basílica, permitindo observar minuciosamente cada coluna do seu baldaquino.

O baldaquino nordeste da Basílica de Aparecida apresenta a fauna e a flora típicas da região Sudeste, com especial destaque para o bioma Mata Atlântica.

A vegetação da Mata Atlântica é conhecida por sua exuberância e diversidade. Na obra de Cláudio Pastro, a palmeira (espécie emblemática desse bioma) ganha destaque, enquanto a riqueza de cores e elementos representa a variedade da flora e fauna local.

No baldaquino noroeste da Basílica de Aparecida, estão representados os elementos da fauna e flora típicos da região Nordeste do Brasil.

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, abrigando um patrimônio biológico único, não encontrado em nenhuma outra região do mundo. Além disso, a obra destaca a flora do Centro-Oeste, evidenciando as características típicas do Cerrado.

No baldaquino sudoeste da Basílica de Aparecida, são representadas as espécies de fauna e flora da região Norte, com ênfase no Bioma Amazônico.

A Amazônia, que cobre 40% do território brasileiro, abriga a maior biodiversidade de floresta tropical do mundo. Na concepção do baldaquino, Cláudio Pastro incorporou animais exóticos e espécies ameaçadas de extinção, além de uma vegetação rica e vibrante, marcada pelo verde exuberante característico da região.

A Mata de Araucárias destaca-se na composição do baldaquino sudeste da Basílica de Aparecida, representando de forma singular a riqueza desse bioma típico do sul do Brasil.

A Mata Atlântica, que originalmente cobria cerca de 2,6% do território nacional, enfrenta degradação progressiva ao longo dos anos. Além da imponente Araucária, que pode alcançar até 30 metros de altura, a obra também evidencia animais típicos da região Sul, abrangendo os biomas Mata Atlântica e Pampa.

Após nos encantarmos com a Cúpula Central do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, retornamos ao nível principal do templo, acomodando-nos em um dos bancos para aguardar o início da celebração religiosa. Justamente nesse instante, um forte temporal teve início do lado de fora, acompanhado por ventos intensos e com direito a queda de energia.

A energia foi rapidamente restabelecida, permitindo que acompanhássemos a celebração religiosa na magnífica Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Já noite, deixamos o santuário e seguimos sob a chuva até o hotel, encerrando essa inesquecível sexta-feira 13.