Amaicha del Valle • Argentina • El Mollar • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Tafí del Valle • Tucumán
Ciudad Sagrada de Quilmes, Museo Arqueológico Los Menhires e Tafí del Valle em Tucumán, Argentina
28 de Setembro, 2019
Descubra a fascinante Ciudad Sagrada de Quilmes, o impressionante Museo Arqueológico Los Menhires e os encantos de Tafí del Valle em um roteiro inesquecível pela província de Tucumán, Argentina.
No décimo sexto dia da Moto Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán, nos despedimos de Cafayate, na província de Salta, e seguimos pela lendária Ruta 40 em direção à província de Tucumán. Nosso roteiro incluiu a fascinante Ciudad Sagrada de Quilmes, um dos sítios arqueológicos mais importantes da Argentina. A viagem de moto continuou pela impressionante Abra del Infiernillo, o ponto mais alto transitável de Tucumán, e pelo encantador Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires, em El Mollar. Para fechar o dia, caminhamos pelas tranquilas ruas de Tafí del Valle, um destino que combina história, natureza e cultura de forma única.

O dia amanheceu envolto em um clima encantador em Cafayate, na província de Salta, Argentina.

Após um café da manhã reforçado, carregamos nossos equipamentos na Formosa, vestimos as roupas para viagem e nos despedimos do centro dessa cidade acolhedora e deslumbrante.

Cafayate, conhecida por seus vinhedos e paisagens impressionantes, já havia conquistado nosso coração, mas a estrada nos chamava para novas aventuras.

Partimos pela lendária Ruta Nacional 40, rumo ao sul, imersos em uma paisagem de tirar o fôlego. A estrada, a mais longa e uma das mais emblemáticas da Argentina, nos presenteou com cenários deslumbrantes: montanhas coloridas, vales vastos e formações rochosas que pareciam esculpidas pela natureza.

Sem falar nas imensas plantações de uvas que embelezavam ainda mais a paisagem. Esse trecho faz parte da famosa Rota do Vinho de Salta, um circuito turístico imperdível que serpenteia pelos Vales Calchaquíes, na Argentina.

A região é conhecida por seus vinhedos de altitude, tendo como destaque a casta Torrontés, um vinho branco característico de Salta, com aromas intensos e sabores frutados que conquistam até os paladares mais exigentes.

Logo adiante, cruzamos pelas pacatas localidades de Tolombón e El Molino, pequenos tesouros escondidos nos Vales Calchaquíes.

Tolombón, com sua atmosfera tranquila e rica herança cultural, é um convite para conhecer mais sobre as tradições locais e a produção artesanal da região.

Já El Molino, com seu nome que remete aos antigos moinhos, encanta pela simplicidade e pela paisagem bucólica que o cerca.

Dali, foram apenas alguns quilômetros até alcançarmos a divisa entre as províncias de Salta e Tucumán.

Mais uma província argentina para a nossa lista de conquistas! Tucumán, conhecida como “El Jardín de la República” (O Jardim da República), prometia surpreender com sua diversidade natural e cultural.

Essa pequena província, a menor da Argentina em extensão territorial, é gigante quando o assunto é história, gastronomia e paisagens exuberantes.

Tucumán, uma das províncias mais vibrantes da Argentina, abriga atualmente cerca de 1.735.000 habitantes, distribuídos em uma superfície de 22.524 quilômetros quadrados.

Sua capital, San Miguel de Tucumán, é um verdadeiro tesouro histórico e cultural, conhecida por seu papel fundamental na independência do país. Além disso, a cidade encanta com sua arquitetura colonial, praças arborizadas e uma atmosfera acolhedora que convida a explorar cada cantinho.

Tucumán é um destino que combina urbanidade com natureza, oferecendo desde trilhas em meio à selva até experiências gastronômicas inesquecíveis. Uma parada obrigatória para quem deseja conhecer o coração da Argentina!

A origem do nome Tucumán é envolta em mistério, mas duas versões se destacam entre as teorias existentes. A primeira sugere que a palavra “Tucumán” deriva de “Yucumán”, que no vocabulário quéchua significa “lugar onde nascem os rios”, uma referência à abundância de cursos d’água na região.

A segunda versão propõe que o termo vem de “Tucma”, também do quéchua, que significa “onde terminam as coisas”. Essa interpretação indica que a região era considerada o último reduto do império Inca, marcando o limite de seu domínio. Antes mesmo da chegada dos espanhóis, o território já era habitado por tribos indígenas de grande desenvolvimento cultural, como os calchaquíes, quilmes, tolombones e amaichas, que deixaram um legado histórico impressionante.

Aliás, Tucumán foi palco de importantes civilizações pré-colombianas, cujos vestígios ainda podem ser explorados hoje. Esses povos, estabelecidos principalmente na região montanhosa do oeste, construíram cidades, fortalezas e sistemas agrícolas avançados, cujas ruínas são testemunhas de seu engenho e resistência.

E é justamente um desses resquícios arqueológicos que se torna nosso primeiro atrativo a ser explorado na província de Tucumán: um convite para mergulhar na história e descobrir os segredos dessas antigas civilizações que moldaram a identidade da região.

Cerca de 50 km após deixarmos Cafayate, desviamos da asfaltada Ruta Nacional 40 e adentramos uma estrada de rípio – uma mistura de terra batida, areia fofa e pedras soltas que exige atenção, mas promete recompensas incríveis.

Nosso destino? A fascinante Ciudad Sagrada de Quilmes, também conhecida como Ruínas de Quilmes. Esse sítio arqueológico, um dos mais importantes da Argentina, guarda os vestígios de uma das civilizações pré-colombianas mais resistentes e organizadas da região: os quilmes.

À medida que nos aproximávamos, a paisagem árida e imponente dos Vales Calchaquíes nos preparava para uma viagem no tempo, rumo a um lugar que respira história e cultura.

Após percorrer um curto trecho de aproximadamente 5 km de estrada de rípio, com direito a algumas reboladas da Formosa, que só aumentaram a sensação de aventura, finalmente chegamos ao sítio arqueológico Ciudad Sagrada de Quilmes, no coração do Valle Calchaquí.

O local, que já foi uma próspera cidade fortificada, hoje se revela como um testemunho impressionante da resistência e da engenhosidade do povo quilmes. Ao pisar naquele solo histórico, sentimos a energia de um lugar que foi palco de batalhas, tradições e uma cultura rica que ainda ecoa entre as ruínas. A visita prometia ser uma imersão profunda na história e na grandiosidade dessa civilização que deixou marcas indeléveis na região.

Sitio Arqueológico Ciudad Sagrada de Quilmes – Ruínas de Quilmes
A Ciudad Sagrada de Quilmes é formada pelos restos do maior assentamento pré-colombiano da Argentina, sendo considerada o sítio arqueológico mais importante do país.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Sitio Arqueológico Ciudad Sagrada de Quilmes – Ruínas de Quilmes partindo do centro de San Miguel de Tucumán – Tucumán – Argentina:
Contatos do Sitio Arqueológico Ciudad Sagrada de Quilmes – Ruínas de Quilmes
- Endereço: Ruta Nacional 40, Km 4292 – Valles Calchaquíes | Amaicha del Valle – Tucumán – Argentina
- Telefone: +54 381 430-3644
- E-mail: informes@tucumanturismo.gob.ar
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Sitio Arqueológico Ciudad Sagrada de Quilmes – Ruínas de Quilmes.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 8h30 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: $10.000
- Público em geral (argentinos): $5.000
*Todos os preços estão em pesos argentinos.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 2 horas
Recursos para sua Visita

Com a Formosa devidamente estacionada à sombra, iniciamos nossa exploração pelo local, começando pelas lojinhas que oferecem artesanato, produtos regionais, lanches e bebidas. Essas pequenas paradas são uma ótima oportunidade para conhecer um pouco mais da cultura local e levar lembranças únicas da viagem.

Em seguida, seguimos para o Centro de Interpretación de la Ciudad Sagrada de los Quilmes, um espaço que nos proporcionou uma verdadeira imersão na história e no cotidiano dessa fascinante civilização. Dividido em quatro salas, o centro utiliza recursos visuais, auditivos e táteis para contar a trajetória dos quilmes.

A primeira sala aborda as origens dessa comunidade e seu estabelecimento no Vale Calchaquí. A segunda recria cenas do dia a dia, mostrando a organização familiar e os locais mais emblemáticos da cidade fortaleza. Lá, é possível admirar réplicas de roupas, ornamentos, armas, ferramentas agrícolas e objetos utilizados em rituais religiosos e funerários.

O Centro de Interpretação da Cidade Sagrada de Quilmes também conta com um auditório, onde um vídeo emocionante narra a história dos quilmes, desde suas raízes até o trágico exílio imposto pelos conquistadores espanhóis.

Por fim, na última sala, visitamos um laboratório onde peças arqueológicas ainda estão sendo estudadas, um lembrete de que a história dos quilmes continua viva e em constante descoberta. Essa experiência enriquecedora nos preparou para explorar as ruínas com um olhar mais atento e conectado ao passado.

Após conhecer o Centro de Interpretación de la Ciudad Sagrada de los Quilmes, partimos para a parte mais emocionante da visita: caminhar pelas estreitas vielas do Sítio Arqueológico Ciudad Sagrada de Quilmes, também conhecido como Ruínas de Quilmes.

A origem dos nativos Quilmes (também chamados de Kilmes) ainda é envolta em mistério, mas o legado que deixaram permanece vivo, oferecendo pistas valiosas sobre seu modo de vida.

Sua cidade, a Ciudad Sagrada de Quilmes, estrategicamente camuflada e escondida nas encostas de uma imponente montanha no profundo Valle de Yokavil, é um testemunho impressionante de sua engenhosidade e resiliência.

Formada pelos restos do maior assentamento pré-colombiano da Argentina, essa cidade sagrada é considerada o sítio arqueológico mais importante do país. Suas ruínas revelam uma sociedade complexa e organizada, que construiu uma cidade fortificada adaptada ao terreno acidentado, com sistemas de defesa, áreas residenciais e zonas de cultivo.


Explorar a Ciudad Sagrada de Quilmes – Ruínas de Quilmes é como decifrar um enigma do passado, onde cada pedra conta uma parte da história fascinante dessa civilização que resistiu ao tempo e às adversidades.

Localizada no Cerro Alto del Rey – Sierras del Cajón, no coração do Valle Calchaquí, a 1.850 metros acima do nível do mar, a Ciudad Sagrada de Quilmes está situada em terras que hoje pertencem à comunidade de Amaicha del Valle, no departamento de Tafí del Valle, a 180 quilômetros da capital San Miguel de Tucumán.


Este sítio arqueológico, de imponente significado e beleza, se estende aos pés de uma majestosa montanha, carregado de história e mistérios que envolvem a antiga civilização quilmes.

Restaurada na década de 1970, a Cidade Sagrada de Quilmes foi preservada para que as novas gerações possam conhecer e se inspirar no legado impressionante desse povo, que deixou marcas profundas na cultura e na história da região.

A visita a esse local é uma jornada fascinante, onde a grandiosidade das ruínas se combina com a riqueza de um passado que continua vivo e pulsante.


Uma série de trilhas bem sinalizadas atravessa o sítio arqueológico, permitindo que os visitantes explorem os edifícios, os morteiros, os locais cerimoniais e as habitações que compõem a Ciudad Sagrada de Quilmes.


A paisagem ao redor é de tirar o fôlego, e, à medida que se sobe, as vistas panorâmicas do local e do vasto Valle Calchaquí se tornam cada vez mais impressionantes. É uma experiência que combina história, natureza e uma sensação de conexão com o passado.

Segundo o guia, apenas 10% do total das construções originais foram restauradas, o que nos faz imaginar a grandiosidade e a complexidade da cidade em seu período de auge. Essa informação nos dá uma dimensão ainda maior da importância e do tamanho desse assentamento, que chegou a abrigar milhares de pessoas.

Caminhar pelas Ruínas de Quilmes em Tucumán é como viajar no tempo, permitindo que nossa imaginação reconstrua a vida vibrante que um dia pulsou naquele lugar.

Os Quilmes desenvolveram um sistema econômico avançado e sustentável, em perfeito equilíbrio com a natureza local. Esse sistema permitiu que alimentassem uma população que chegou a abrigar entre 2.500 e 4.000 pessoas, um feito impressionante para a época.

Um dos aspectos que mais chama a atenção na Ciudad Sagrada de Quilmes é seu sofisticado sistema de irrigação. Eles construíram diversas barragens entre as edificações, projetadas para represar a água da chuva. Essa água era então canalizada por meio de estruturas cuidadosamente feitas com pedras, garantindo a irrigação eficiente das terras cultiváveis.


Esse sistema não apenas permitia a produção de alimentos durante todo o ano, mas também garantia a sobrevivência da comunidade mesmo em períodos de seca, demonstrando o profundo conhecimento que os Quilmes tinham do ambiente e sua capacidade de adaptação.

Essa engenhosidade é um testemunho do legado dessa civilização, que soube harmonizar tecnologia e natureza de forma exemplar. Explorar essas estruturas é uma lição viva de sustentabilidade e inovação, deixando claro por que os Quilmes são considerados uma das civilizações mais avançadas de seu tempo.


As paredes das construções na Ciudad Sagrada de Quilmes foram erguidas com grande espessura, utilizando uma técnica engenhosa que demonstra a expertise arquitetônica desse povo. Eles empregaram o método de dupla camada de muro de pedra, sem o uso de argamassa, preenchendo o espaço intermediário com uma mistura de terra e cascalho.

Essa técnica não apenas garantia uma estrutura extremamente resistente, mas também proporcionava um excelente isolamento térmico, protegendo os habitantes do calor intenso durante o dia e do frio à noite, típicos do clima árido da região.


Esse detalhe construtivo revela o profundo conhecimento dos Quilmes sobre materiais locais e sua capacidade de criar soluções eficientes para enfrentar os desafios do ambiente. A durabilidade dessas paredes, que resistiram ao tempo e às intempéries, é um testemunho da habilidade e da inteligência dessa civilização, que soube transformar recursos naturais em estruturas funcionais e duradouras. Caminhar entre essas construções é como admirar uma obra-prima da engenharia ancestral, que continua a inspirar admiração e respeito.


Para os Quilmes, a morte não era vista apenas como um evento natural, mas sim como um dano causado por maldições, frequentemente atribuídas a membros de sua própria comunidade ou até mesmo a indivíduos de outras tribos. Essa crença, profundamente enraizada em sua cultura, muitas vezes desencadeava conflitos e brigas entre famílias e até mesmo entre cidades vizinhas.

A morte, portanto, não era apenas uma questão pessoal, mas um evento que podia ter repercussões sociais e políticas significativas, refletindo a complexidade das relações e das crenças que permeavam o cotidiano dessa civilização.

Devido aos constantes conflitos com tribos rivais, a Ciudad Sagrada de Quilmes foi construída com duas fortalezas defensivas estratégicas, projetadas para proteger a comunidade de ataques inimigos. Essas estruturas permitiram que os Quilmes resistissem bravamente até meados dos anos 1480, quando enfrentaram uma nova e formidável ameaça: a invasão Inca.

Dominados pelos incas, os Quilmes tiveram que se adaptar a uma nova realidade. Eles foram obrigados a aprender o quéchua, a língua oficial do Império Inca, e assumir obrigações perante o império, como o pagamento de tributos, a manutenção de estradas e o fornecimento de alimentos. Além disso, precisaram aceitar a presença de representantes imperiais dentro de sua comunidade, o que alterou significativamente sua organização social e cultural.


Essa transição marcou um capítulo complexo na história dos Quilmes, que, apesar da dominação, conseguiram preservar parte de sua identidade e tradições. A resistência e a capacidade de adaptação dessa civilização são evidentes não apenas em sua arquitetura, mas também na maneira como enfrentaram os desafios impostos pela conquista Inca.

Porém, o pior ainda estava por vir. Os Quilmes, conhecidos por sua resistência feroz, foram o último bastião da luta indígena contra o avanço espanhol.

Em 1667, após décadas de conflitos, a resistência finalmente caiu, e os espanhóis impuseram uma das punições mais cruéis da história colonial: cerca de 1.700 sobreviventes Quilmes foram forçados a marchar uma distância inimaginável de aproximadamente 1.400 quilômetros até Buenos Aires, onde hoje se localiza o distrito de Quilmes. Essa jornada, feita sob condições desumanas – sem água, comida ou abrigo adequado –, foi um verdadeiro genocídio.


Como era de se esperar, a maioria dos reféns não sobreviveu à travessia. Dos 1.700 que iniciaram a marcha, apenas pouco mais de 400 chegaram ao destino final, exaustos, doentes e desesperançados. Essa trágica história é um dos capítulos mais sombrios e impactantes da dominação espanhola na Argentina, um exemplo brutal da violência e da opressão enfrentadas pelos povos originários.

A resistência dos Quilmes, no entanto, não foi em vão: seu legado de bravura e resiliência permanece vivo, tanto nas ruínas de sua cidade sagrada quanto na memória de um povo que lutou até o fim para preservar sua identidade e liberdade.


Após nos impressionarmos com a grandiosidade do Sítio Arqueológico Ciudad Sagrada de Quilmes – Ruínas de Quilmes e nos emocionarmos com a história comovente desse povo, voltamos à estrada com a Formosa. A experiência de explorar as ruínas e mergulhar na trajetória dos Quilmes deixou uma marca profunda em nós, reforçando a importância de preservar e honrar a memória das civilizações que moldaram a história da América do Sul.

Agora, com o coração cheio de reflexões e os olhos ainda maravilhados pela paisagem deslumbrante do Valle Calchaquí, seguimos viagem pela icônica Ruta Nacional 40. Após percorrer pouco mais de 2 quilômetros, chegamos ao trevo de acesso à Ruta Provincial 307, que pegamos rumo ao sudeste.

Após vencer cerca de 13 km pela Ruta Provincial 307, uma estrada que, neste trecho, infelizmente está em péssimo estado de conservação – repleta de enormes buracos e irregularidades –, finalmente chegamos ao centro de Amaicha del Valle.

Apesar dos desafios do percurso, a recompensa foi imediata: Amaicha del Valle nos recebeu com seu charme único, uma mistura de tradição indígena, cultura viva e uma atmosfera acolhedora que convida à exploração. Essa pequena vila, conhecida por sua rica herança cultural e pela hospitalidade de seus habitantes, é um verdadeiro refúgio no coração do Valle Calchaquí, e já sentimos que valeria cada solavanco para conhecer esse lugar especial.

Amaicha del Valle, situada a impressionantes 2.000 metros de altitude, é um verdadeiro tesouro escondido no noroeste da Argentina. Com uma população de aproximadamente 5.000 habitantes, essa pequena cidade se orgulha de ter 360 dias de sol por ano, um clima que não só favorece a agricultura local, mas também cria um ambiente perfeito para os visitantes explorarem suas belezas naturais e culturais.

Uma curiosidade fascinante sobre Amaicha del Valle é que ela é uma comunidade nativa do povo originário calchaquí, o que significa que mantém instituições ancestrais, como a chefia de um cacique e o Conselho de Anciãos. Essas tradições, que resistiram ao tempo e às mudanças históricas, conferem à cidade uma identidade única e profundamente enraizada na cultura indígena.

Localizada no departamento de Tafí del Valle, na província de Tucumán, Amaicha del Valle é um destino que combina história, tradição e paisagens deslumbrantes, oferecendo uma experiência autêntica e inesquecível para quem a visita.

Ao lado do principal trevo de acesso à cidade, está um dos mais emblemáticos atrativos turísticos de Amaicha del Valle: o Museo de la Pachamama – La Casa de Piedra.

Museo de la Pachamama – La Casa de Piedra
O Museo de la Pachamama, também conhecido como La Casa de Piedra, é uma joia cultural que nasceu em 1996 pelas mãos do talentoso artista plástico Héctor Cruz, um descendente direto dos nativos dos Valles Calchaquíes.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo de la Pachamama – La Casa de Piedra partindo do centro de Salta – Salta – Argentina:
Contatos do Museo de la Pachamama – La Casa de Piedra
- Endereço: Ruta Provincial 307, Km 118 | Amaicha del Valle – Tucumán – Argentina
- Telefone: +54 389 242-1004
- E-mail: informes@tucumanturismo.gob.ar
Horários de Funcionamento
- Segunda a sábado: 9h00 às 18h00
- Domingo: 9h00 às 13h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: $5.000
*Todos os preços estão em pesos argentinos.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 45 minutos

O Museo de la Pachamama, também conhecido como La Casa de Piedra, é uma joia cultural que nasceu em 1996 pelas mãos do talentoso artista plástico Héctor Cruz, um descendente direto dos nativos dos Valles Calchaquíes, na Argentina. Cruz, inspirado por suas raízes e pela rica herança de seu povo, concebeu o museu como um tributo à Pachamama (Mãe Terra), figura central na cosmovisão dos povos andinos, e à cultura calchaquí.


O Museu Pachamama de Amaicha del Valle – Tucumán, construído inteiramente com pedras da região, é uma verdadeira obra de arte em si, refletindo a conexão profunda entre o homem e a natureza. O local não apenas exibe um rico acervo, mas também impressiona pela arquitetura única, que se integra harmoniosamente à paisagem ao redor.


Além de sua arquitetura impressionante, o Museo Pachamama – La Casa de Piedra abriga em seus 10.000 metros quadrados uma coleção fascinante de artefatos arqueológicos, pinturas, esculturas e exposições que contam a história, os costumes e as crenças dos povos originários da região.


Cada detalhe do Museo Pachamama foi cuidadosamente pensado para transmitir a espiritualidade e a sabedoria ancestral dos calchaquíes, tornando-o um espaço único e imperdível para quem visita Amaicha del Valle, Tucumán, Argentina.


Ao explorar o Museo Pachamama, os visitantes têm a oportunidade de mergulhar na história, nas tradições e na espiritualidade do povo calchaquí, entendendo sua profunda conexão com a natureza e o universo.


É um passeio que combina aprendizado, reflexão e admiração, tornando-se uma parada obrigatória para quem deseja conhecer a essência de Amaicha del Valle e sua herança cultural.


Um dos grandes destaques do Museo de la Pachamama é seu impressionante pátio externo, que lembra uma fortaleza de pedra e serve como um verdadeiro santuário a céu aberto.


Nesse espaço, os visitantes podem admirar uma série de símbolos mitológicos e esculturas monumentais que representam divindades e elementos sagrados da cultura andina. Entre as obras, destacam-se as representações de Pachamama (Mãe Terra), Inti (o deus Sol), Quilla (a deusa Lua), a misteriosa víbora de duas cabeças da cultura Awada, o guerreiro da lua e a icônica mesa dos 12 caciques.


Cada escultura e símbolo conta uma parte da rica mitologia e das crenças dos povos originários, criando uma atmosfera mística e reflexiva. O pátio, com sua grandiosidade e significado, convida os visitantes a se conectarem com a espiritualidade e a sabedoria ancestral, tornando a experiência no Museo de la Pachamama ainda mais profunda e memorável. É um lugar onde a arte, a história e a cultura se encontram, oferecendo uma imersão única no universo dos calchaquíes.


Ao nos despedirmos do Museo de la Pachamama, nos dirigimos à Formosa, bem na hora em que um grande ônibus de turismo com placas argentinas parou em frente ao local. Rapidamente, uma dezena de senhores e senhoras desembarcaram, e logo descobrimos que eram turistas vindos de Buenos Aires.

A curiosidade deles foi imediata, e não demorou para que se aproximassem para conversar sobre a moto. Respondemos a um verdadeiro interrogatório sobre a Formosa, sua história e nossa viagem, e, é claro, permitimos que várias fotos fossem tiradas com ela como protagonista.

Depois desse animado bate-papo e das fotos, partimos do local rumo ao centro de Amaicha del Valle, Tucumán. A interação com os turistas foi mais uma prova de como a Formosa, além de ser nossa companheira de estrada, também é uma grande atração por onde passamos, despertando sorrisos e curiosidade por onde quer que vá.

Contornamos a praça principal da cidade, a Plaza San Martín, um espaço cheio de vida e história, onde a comunidade local se reúne e os visitantes podem sentir o pulsar de Amaicha del Valle.

Em seguida, passamos em frente à charmosa Iglesia de San Ramón Nonato, um marco histórico e religioso que começou a ser construído em 1888.

A Iglesia de Amaicha del Valle, com sua arquitetura simples, porém encantadora, reflete a devoção e a tradição da comunidade, sendo um símbolo importante da identidade cultural da região.

Após um breve passeio pelas ruas centrais de Amaicha del Valle, nos despedimos da cidade e retomamos nossa jornada pela sinuosa e esburacada Ruta Provincial 307.


A situação da rodovia provincial é realmente complicada, com buracos e trechos irregulares que exigem muita atenção e cuidado na pilotagem. No entanto, a beleza da Cuesta de los Cardones é tão fenomenal que compensa todos os desafios do percurso.

Essa estrada sinuosa, cercada por montanhas impressionantes e uma vegetação única, nos presenteia com vistas de tirar o fôlego a cada curva. Os cardones, gigantescos cactos que dão nome ao local, pontuam a paisagem como guardiões silenciosos do vale, criando um cenário quase surreal.

A sensação de estar imersos nessa natureza grandiosa e intocada é verdadeiramente recompensadora. A Cuesta de los Cardones, também conhecida como Quebrada de Amaicha, é um daqueles lugares que nos fazem lembrar por que viajar é tão especial: mesmo com os obstáculos, a recompensa de presenciar tanta beleza natural é incomparável.

Após percorrer alguns quilômetros desafiadores, finalmente o estado de conservação do asfalto da Ruta Provincial 307 melhorou, transformando a viagem em uma experiência ainda mais agradável.

A estrada, agora em perfeito estado de conservação, permitiu que aproveitássemos plenamente as paisagens deslumbrantes do Valle Calchaquí, sem a preocupação constante com buracos ou trechos irregulares.

A Formosa parecia bailar com suavidade, enquanto montanhas coloridas, vales extensos e os icônicos cactos continuavam a nos presentear com vistas espetaculares.

Logo chegamos ao Abra del Infiernillo, um dos pontos mais impressionantes da nossa jornada. Esse desfiladeiro, que conecta o Valle Calchaquí ao Valle de Tafí, está situado a uma altitude de 3.042 metros acima do nível do mar, sendo o local transitável mais alto da província de Tucumán.

A sensação de estar no topo do mundo era palpável, com o ar mais rarefeito e uma vista panorâmica que se estendia por quilômetros, revelando montanhas, vales e uma paisagem que parecia infinita.


O Abra del Infiernillo, além de sua grandiosidade natural, é um marco geográfico e simbólico, representando a transição entre duas regiões ricas em história e beleza. A expressão “Abra” é bastante comum na Argentina e se refere a um pequeno vale ou passagem entre montanhas, um termo herdado dos marinheiros espanhóis.


Já a palavra “Infiernillo” compõe o nome do local devido às dificuldades extremas que os viajantes enfrentavam no passado para acessar essa área. O nome, que pode ser traduzido como “Pequeno Inferno”, reflete os desafios impostos pela altitude, pelo terreno acidentado e pelas condições climáticas adversas que tornavam a travessia uma verdadeira prova de resistência.


Hoje, apesar de o acesso ser mais fácil graças às estradas modernas, o Abra del Infiernillo ainda mantém sua aura de mistério e grandiosidade.


O local nos lembra das histórias de superação e determinação daqueles que, no passado, enfrentaram as adversidades para cruzar essa passagem estratégica. Estar ali, no ponto mais alto transitável de Tucumán, era uma experiência que nos conectava não apenas com a natureza, mas também com o legado de coragem e perseverança dos que vieram antes de nós.


Cada curva vencida na Ruta Provincial 307 nos presenteava com novos ângulos de um cenário verdadeiramente magnífico. Aos poucos, começamos a avistar o azul profundo das águas que preenchem o esbelto Dique La Angostura, um contraste impressionante com o tom amarelo-esverdeado das montanhas que o cercam.


Essa barragem artificial, também conhecida como Lago La Angostura ou Embalse La Angostura, além de ser uma importante fonte de recursos hídricos para a região, cria uma paisagem de tirar o fôlego, onde a serenidade das águas se harmoniza com a grandiosidade das montanhas.


E, finalmente, chegamos a Tafí del Valle, um dos destinos mais encantadores do noroeste argentino. Localizado no coração do vale que leva seu nome, Tafí del Valle é um refúgio cercado por montanhas imponentes, selvas exuberantes, riachos cristalinos e uma atmosfera tranquila que convida ao descanso e à contemplação.


A cidade, conhecida pelo turismo rural e atividades náuticas no Dique La Angostura, nos recebeu com um clima ameno e uma paisagem deslumbrante. As ruas charmosas, as construções de estilo colonial e o ar puro da montanha criam um ambiente acolhedor, perfeito para explorar a gastronomia local, visitar os mercados de artesanato ou simplesmente relaxar enquanto se admira o cenário natural.

Tafí del Valle – Tucumán é um daqueles lugares que parecem parar no tempo, onde a natureza e a cultura se encontram de forma harmoniosa, proporcionando uma experiência única para quem o visita.


O nome da cidade, Tafí del Valle, tem origem na palavra dieguita “Taktikllakta”, que significa “Cidade de Entrada Esplêndida”. E, de fato, essa definição se mostrou mais do que precisa conforme nos aproximávamos do destino. A paisagem ao redor, com montanhas imponentes, vales verdejantes e um céu azul de tirar o fôlego, confirmava que estávamos prestes a adentrar um lugar verdadeiramente especial.


O primeiro atrativo que decidimos explorar em Tafí del Valle foi o Museo Jesuítico de La Banda, um local que respira história e cultura.

Museo Jesuítico de La Banda – Antigua Estancia Jesuítica
O Museo Jesuítico de La Banda está situado na Antigua Estancia Jesuítica de Tafí del Valle, uma construção histórica erguida pelos jesuítas em 1718.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo Jesuítico de La Banda – Antigua Estancia Jesuítica partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos do Museo Jesuítico de La Banda – Antigua Estancia Jesuítica
- Endereço: Avenida Gobernador Silva (Ruta Provincial 325), 4137 | Tafí del Valle – Tucumán – Argentina
- Telefone: +54 386 742-1685
- E-mail: informes@tucumanturismo.gob.ar
Horários de Funcionamento
- Terça a domingo: 8h00 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: $3.000
*Todos os preços estão em pesos argentinos.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 45 minutos

A menos de 1 quilômetro do centro da cidade fica o Museo Jesuítico de La Banda, situado na Antigua Estancia Jesuítica de Tafí del Valle, também conhecida como Conjunto Jesuítico de La Banda, uma construção erguida pelos jesuítas no século XVIII e declarada Monumento Histórico Nacional em 1978.

Esse local, que já foi um importante centro de produção agrícola e pecuária, hoje abriga um acervo rico em objetos, documentos e reconstruções que contam a história da presença jesuíta na região. A estância, com sua arquitetura colonial bem preservada, é um testemunho do legado deixado pelos jesuítas, que desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento cultural e econômico de Tafí del Valle, Tucumán, Argentina.

O Conjunto Jesuítico de La Banda funcionou como uma estância jesuíta a partir de 1718, quando a Companhia de Jesus adquiriu o terreno e construiu o casarão, a capela e um moinho hidráulico. Com a expulsão dos jesuítas em 1767, a estância foi adquirida por Don Julián Ruiz Huidobro e, posteriormente, pelo governador José Manuel Silva, chegando a abrigar até o presidente argentino Nicolás Avellaneda. Em 1973, o conjunto passou para as mãos do governo de Tucumán e foi transformado em museu.

O Museo Jesuítico de La Banda possui seis salas repletas de um patrimônio histórico, religioso e arqueológico de valor incalculável. Hoje, o museu oferece uma experiência imersiva que estimula todos os sentidos.

Ao entrar, os visitantes podem explorar diferentes espaços, como a capela ao lado da sacristia, o quarto principal de uma casa do século XIX, a sala de estar onde a família passava seu tempo livre, a sala de jantar e a fábrica de queijos. Cada cômodo é fielmente decorado com móveis de época, transportando os visitantes para o passado.

A experiência é enriquecida por uma montagem envolvente de luz, sombra, narrações, música, animações e efeitos sonoros e olfativos, que mergulham o público na história do local. O acervo inclui objetos das culturas indígenas, itens do período colonial e valiosas pinturas da escola cusquenha, embora a fotografia não seja permitida.

Essa combinação de elementos torna a visita ao Museo Jesuítico de La Banda uma jornada única, conectando os visitantes ao passado jesuíta, ao estilo de vida da época e à tradição da produção de queijos artesanais, que ainda hoje é um símbolo de Tafí del Valle, Tucumán.

Após uma visita guiada encantadora e repleta de aprendizado no museu histórico, deixamos o centro de Tafí del Valle e retomamos nossa jornada pela Ruta Provincial 307.


E, logo, passamos a viajar tendo como companhia o Dique La Angostura, um cenário deslumbrante que se estendia ao nosso lado.

Este é o lago artificial mais alto da República Argentina e um dos poucos no mundo situado a mais de 2.000 metros de altitude. Com uma profundidade máxima de 6 metros, o grande reservatório se tornou um ponto de lazer tanto para os moradores locais quanto para os turistas. Suas águas límpidas são ideais para atividades como passeios de iate e caiaque, além de ser um local popular para a prática de pesca esportiva.

A vista do Lago La Angostura, com suas águas azuis contrastando com o verde das montanhas ao redor, era de tirar o fôlego. Era impossível não admirar a harmonia entre a obra humana e a natureza, criando um espaço que convida ao relaxamento e à contemplação.

Cerca de 10 km após deixarmos o centro de Tafí del Valle, chegamos a El Mollar, uma pequena localidade cheia de charme e história.


Situada no coração do Valle de Tafí, El Mollar é conhecida por sua atmosfera tranquila e por ser um ponto de partida para explorar as belezas naturais da região.


Com pouco mais de 3.000 habitantes, El Mollar está situada a 2.100 metros acima do nível do mar. Seu nome tem origem na palavra quechua “molle” (Schinus molle), uma árvore típica da flora local que, no Brasil, conhecemos como Aroeira-salso ou Aroeira-mole.


A vila é repleta de vestígios arqueológicos da cultura calchaquí, que lhe conferem uma atmosfera única e mágica. Entre esses vestígios, destacam-se os famosos menhires, grandes pedras alongadas com gravuras zoomórficas e rostos humanos, que fascinam arqueólogos e historiadores há décadas. Essas pedras estão expostas no Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires.


O termo menhires tem origem celta e significa “pedras longas” (de men = pedra e hir = longa). Também são chamados de huacas ou wankas (palavra quechua que significa “os ancestrais”) ou piedras paradas, como são conhecidos pelos locais.

Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires
O Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires exibe cerca de 150 peças arqueológicas entre menhires ou huacas e elementos de moagem pertencentes a cultura Tafí, que habitou o vale entre os anos 500 a.C. e 800 d.C.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires partindo do centro de Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil:
Contatos do Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires
- Endereço: Avenida Los Menhires | El Mollar – Tucumán – Argentina
- Telefone: +54 381 514-9840
- E-mail: museolosmenhires@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires.
Horários de Funcionamento
- Terça a sábado: 9h00 às 19h00
- Domingo a segunda: 9h00 às 14h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 45 minutos

No Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires, encontramos uma dezena dessas enormes pedras, algumas com até 4 metros de altura e 4 toneladas, esculpidas com entalhes antropomórficos, zoomórficos e fálicos. Essas esculturas, feitas com técnicas de lascamento, desbaste, abrasão e alisamento, têm mais de 2.000 anos e foram criadas por indivíduos da cultura Tafí.

Originalmente, os menhires estavam espalhados por todo o Vale do Tafí, em locais cerimoniais, áreas agrícolas ou residências domésticas. Acredita-se que eram imagens sagradas, usadas para rezar pela fertilidade e fecundidade da terra, das mulheres e dos animais, ou para representar os ancestrais. Em 1993, a Reserva Arqueológica Los Menhires foi declarada Patrimônio Arqueológico Nacional.


Os wankas expostos no Museo Arqueológico a Cielo Abierto Los Menhires foram transportados várias vezes para diferentes locais até serem finalmente levados, no início dos anos 2000, para o parque onde estão hoje, visando sua proteção e preservação.

Acredita-se que as esculturas tenham sido feitas entre 500 a.C. e 800 d.C, período em que não existiam metais, e as ferramentas utilizadas eram confeccionadas à base de pedras, o que torna suas formas ainda mais impressionantes.


Emoldurados por vales que relaxam os sentidos, os menhires são uma atração clássica para quem visita El Mollar. Para os povos indígenas, esses monumentos estavam ligados ao culto da fertilidade, com algumas pedras representando rostos humanos ou de animais, especialmente felinos.


Além dos menhires, o local também exibe algumas pedras modeladas que serviam como ferramentas para moer grãos, oferecendo um vislumbre das técnicas e do cotidiano dos povos que habitaram a região há milênios.


Explorar a Reserva Arqueológica Los Menhires foi como viajar no tempo, conectando-nos com as raízes profundas da cultura e da história do noroeste argentino.


Após explorar o Parque Los Menhires, regressamos a Tafí del Valle, onde encontramos um hotel para nos hospedar.


Deixamos a Formosa segura na garagem, trocamos de roupa e saímos para uma caminhada relaxante no fim da tarde, já no início da noite. Rodeada por uma natureza deslumbrante, Tafí del Valle é um dos principais destinos turísticos da província de Tucumán, e sua atmosfera tranquila era perfeita para um passeio a pé.


Caminhamos pelas ruas pacatas da cidade, passando pela Municipalidad de Tafí del Valle e, em seguida, pela Parroquia Nuestra Señora del Carmen, a igreja principal da cidade. A arquitetura simples, porém encantadora, da igreja nos chamou a atenção, e não resistimos a parar para fotografar o local.


Após capturar algumas imagens, aguardamos o sol se pôr completamente para então jantar em um dos restaurantes locais.


Com o estômago satisfeito e o corpo relaxado, retornamos ao hotel para descansar, pois o dia seguinte promete mais estradas, aventuras e descobertas pelo noroeste argentino.

Acima o mapa com o trajeto percorrido entre Cafayate – Salta – Argentina e Tafí del Valle – Tucumán – Argentina.


Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
Muito obrigado pelo retorno, estou em taffi hj e amanhã sigo para cafayate. Ajudou muito!!!! Abs
Maravilha, que tu tenha um ótimo passeio!
Apenas complementando, de Cafayate para cima (direção norte) a Ruta 40 tem cerca de 30km asfaltados (até San Carlos) e depois o pavimento passa a ser rípio.
Se tu for a Salta pode seguir pela Ruta 68 (Quebrada de Cafayate – Quebrada de las Conchas), a qual é toda asfaltada e cercada por lindas paisagens. Dica: leve água para se hidratar durante este trajeto, pois quando passamos por ele não encontramos nenhum local vendendo bebidas e fazia um calor insuportável.
Bons ventos. Abraços.
Este trecho da ruta 40 entre Tafi e cafayate possui ripio ou e todo asfaltado?
Olá Eduardo!
Todo o trajeto de Tafí del Valle a Cafayate é asfaltado, inclusive o pequeno trecho da Ruta 40.
Apenas a estrada que dá acesso às Ruínas de Quilmes é de rípio (5km).
Abraços…
Mais um dia de visitações a lugares pequenos mas sempre com suas peculiaridades, muito interessante pois são regiões praticamente desconhecida para nós..
Valeu
Sim, lugares fantásticos e com uma receptividade incrível!
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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