Argentina • Cafayate • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Salta
Ruta Nacional 68: Quebrada de las Conchas, La Garganta del Diablo e El Anfiteatro em Salta, Norte da Argentina
26 de Setembro, 2019
Descubra a beleza da Ruta Nacional 68, uma das estradas mais bonitas da Argentina! Explore a Quebrada de las Conchas em Salta e admire formações naturais icônicas como La Garganta del Diablo e El Anfiteatro.
Nas primeiras horas da manhã, nos despedimos de San Francisco de Tilcara, no coração da Quebrada de Humahuaca. Cruzamos a divisa entre Jujuy e Salta e, durante a tarde, percorremos a cênica Ruta Nacional 68, uma das estradas mais bonitas da Argentina. Esse trajeto incrível corta a Reserva Natural Manejada Quebrada de las Conchas, passando por formações rochosas impressionantes, como La Garganta del Diablo e El Anfiteatro, na Quebrada de Cafayate.

Após cinco noites incríveis em San Francisco de Tilcara, um dos destinos mais encantadores da província de Jujuy, no norte da Argentina, chegou o momento de nos despedirmos dessa cidade acolhedora e cheia de histórias.

Localizada no coração da Quebrada de Humahuaca, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, Tilcara nos conquistou com sua atmosfera única, rica cultura e paisagens deslumbrantes. A despedida foi difícil, mas deixamos o local com a certeza de que essa experiência ficará guardada na memória para sempre.

De manhã cedo, já com as malas prontas e a Formosa devidamente carregada, vestimos nossas jaquetas de couro, ajustamos os capacetes e iniciamos nossa jornada pela Ruta Nacional 9, rumo ao sul. O céu ainda estava tingido com tons suaves do amanhecer, e o clima fresco da manhã em San Francisco de Tilcara nos despediu com uma brisa suave. A estrada, que corta alguns dos cenários mais impressionantes do norte argentino, prometia uma viagem repleta de paisagens deslumbrantes e aventuras inesquecíveis.

Percorremos aproximadamente 90 quilômetros pela Ruta Nacional 9, admirando as montanhas coloridas e os vales que caracterizam a região, até contornarmos a capital da província, San Salvador de Jujuy. Em vez de adentrar a cidade, seguimos em frente para acessar a curta Ruta Nacional 66, uma estrada que evoca a lendária Route 66 dos Estados Unidos, mas com um charme totalmente argentino.

Os primeiros 25 quilômetros da Ruta Nacional 66 são de pista duplicada, proporcionando uma condução suave e segura. No entanto, após esse trecho, a estrada se transforma em uma via de mão dupla, mantendo seu charme rústico e desafiador por mais 11 quilômetros.

Esse percurso, embora mais estreito, nos presenteou com vistas impressionantes e uma conexão mais próxima com a natureza ao redor. A jornada pela Ruta Nacional 66 termina no entroncamento com a Ruta Nacional 34, um ponto estratégico que marca o início de uma nova etapa da nossa aventura, rumo a destinos ainda mais surpreendentes no norte argentino.

Após percorrermos aproximadamente 30 quilômetros pela Ruta Nacional 34, uma das principais vias do norte argentino, chegamos à divisa entre as províncias de Jujuy e Salta.

Um detalhe interessante e bastante comum nas estradas argentinas é a presença de postos policiais estrategicamente localizados nas divisas provinciais. Nessas barreiras, é frequente que os veículos sejam parados para inspeções de rotina, como verificação de documentos e carga.

O que chama a atenção, no entanto, é o fato de essas paradas ocorrerem diretamente na faixa de rolamento, e não nos acostamentos. Mesmo com o fluxo intenso de veículos, a prática é adotada, o que muitas vezes resulta em filas e lentidão no trânsito. Apesar disso, é uma característica peculiar que faz parte da experiência de viajar pelas estradas do país vizinho, reforçando a importância de estar com toda a documentação em dia e preparado para eventuais paradas.

Na cidade de General Güemes, já adentrando a província de Salta, fizemos uma parada estratégica no posto de combustíveis YPF, localizado ao lado do grande trevo que conecta as Rodovias Nacionais 34 e 9. Era o momento ideal para abastecer a nossa fiel companheira de viagem, a Formosa, e recarregar as energias.

E que melhor maneira de fazer isso do que aproveitar para saborear as famosas empanadas salteñas? Reconhecidas em todo o país por sua massa fina e recheios suculentos, essas delícias gastronômicas foram o combustível perfeito para continuarmos nossa jornada rumo aos próximos destinos incríveis que a Argentina ainda reservava para nós.

Com as energias renovadas e o estômago satisfeito pelas deliciosas empanadas salteñas, nos despedimos da Ruta Nacional 34 e seguimos adiante, agora pela Ruta Nacional 9.

Pela Ruta Nacional 9, contornamos a vibrante cidade de Salta, conhecida como “La Linda” por sua arquitetura colonial e atmosfera acolhedora. Em vez de adentrar o centro urbano, seguimos em frente até acessar a Ruta Nacional 68, uma estrada que nos levaria a um dos destinos mais emblemáticos do norte argentino.

A transição para a Ruta Nacional 68 foi suave, e logo nos encontramos imersos em um cenário deslumbrante, onde a estrada se entrelaça com vales verdejantes e montanhas imponentes, preparando-nos para o que estava por vir: a majestosa Quebrada de Cafayate.

Ao longo da Ruta Nacional 68, passamos por pitorescas localidades como Cerrillos, La Merced e El Carril, onde a rodovia surpreende com a presença de semáforos em plena estrada nacional. Em alguns momentos, paramos nos sinais vermelhos, mesmo sem a presença de outros veículos ao redor, e aguardamos pacientemente alguns segundos antes de seguir adiante.

Essas paradas inesperadas, embora curiosas, nos permitiram apreciar com calma a atmosfera tranquila desses pequenos povoados, onde o ritmo da vida parece seguir um compasso mais sereno, em contraste com a agitação das grandes cidades.

Conforme as horas passavam, o calor começou a se intensificar, característico do clima do norte argentino.


O sol, cada vez mais alto no céu, aquecia não apenas o asfalto, mas também o ar ao nosso redor, transformando a paisagem em um cenário quase surreal de tons vibrantes e luzes intensas.


Apesar do aumento da temperatura, a brisa que cortava o vale enquanto seguíamos pela Ruta Nacional 68 trazia um alívio refrescante, mantendo o clima agradável para continuarmos nossa jornada rumo a Cafayate.


Em La Viña, sentimos a necessidade de fazer uma nova parada, desta vez para nos hidratar e recarregar as energias sob o sol intenso do norte argentino.


Foi uma pausa rápida, mas essencial, para garantir que seguíssimos confortáveis e preparados para o restante da viagem. Após nos refrescarmos, voltamos à estrada, retomando o ritmo e continuando a desbravar a Ruta Nacional 68, ansiosos pelos próximos cenários surpreendentes que nos aguardavam no caminho para Cafayate.


Ontem, enfrentamos temperaturas negativas ao cruzar a imponente Cuesta de Lipán, um desafio que testou nossa resistência ao frio intenso e às estradas sinuosas. Hoje, no entanto, o cenário mudou completamente: o calor forte, com marcas que ultrapassavam os 35 °C, dominou a paisagem, transformando a viagem em uma experiência oposta, mas igualmente marcante.


Esse contraste climático, tão característico do norte argentino, nos lembrou da diversidade e da riqueza natural da região, onde cada dia traz uma nova aventura e uma oportunidade de se adaptar às surpresas que o caminho reserva.


Após percorrermos cerca de 100 quilômetros pela Ruta Nacional 68, partindo da capital Salta, chegamos à pequena localidade de Alemanía, um ponto de referência importante em nossa jornada. Foi ali que adentramos a Reserva Natural Manejada Quebrada de las Conchas, um dos trechos mais espetaculares de toda a viagem.


A partir desse momento, a estrada nos conduziu por um cenário deslumbrante, onde formações rochosas impressionantes, cânions profundos e cores vibrantes se tornaram nossos companheiros de viagem. A Quebrada de las Conchas é um verdadeiro tesouro natural, e cada curva revelava uma nova maravilha geológica.


A reserva natural, batizada com esse nome por ser cortada pelo majestoso Río de las Conchas, é igualmente conhecida como Quebrada de Cafayate, um dos cartões-postais mais famosos do norte argentino.


Essa região é um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza, repleta de formações rochosas esculpidas ao longo de milhões de anos, como o icônico Anfiteatro, a Garganta do Diabo e o Obelisco. A combinação de cores vibrantes nas montanhas, o contraste com o céu azul e a sensação de estar em um lugar intocado tornam a Quebrada de Cafayate uma experiência inesquecível, que nos fez parar diversas vezes apenas para admirar sua beleza única.


O Río de las Conchas recebeu esse nome devido às inúmeras conchas fossilizadas encontradas ao longo de seu curso, um testemunho fascinante de que, há milhões de anos, essa região estava submersa no fundo do oceano. Esses vestígios geológicos, preservados nas rochas e no solo, contam uma história antiga e nos lembram da força transformadora da natureza ao longo do tempo.


Percorrer a Quebrada de Cafayate é como viajar no tempo, onde cada formação rochosa e cada camada de sedimentos revelam segredos de um passado distante, tornando a experiência ainda mais mágica e cheia de significado.


Acompanhados pelo serpenteante Río de las Conchas e envoltos por uma imponente cadeia de montanhas rochosas que exibiam tons impressionantes de vermelho, laranja, amarelo e até verde, seguimos adiante pela Ruta Nacional 68. A paisagem, esculpida pela erosão ao longo de milhões de anos, parecia uma obra de arte natural, com formações únicas que desafiavam a imaginação.


Cada curva da estrada nos presenteava com uma nova visão deslumbrante, reforçando a sensação de estarmos em um lugar especial, onde a natureza se mostra em sua forma mais pura e grandiosa. Era impossível não se sentir pequeno diante de tanta beleza e magnitude. Com um asfalto em ótimo estado de conservação e uma paisagem que parece ter saído de um sonho, a viagem de moto pela rota cênica Quebrada de las Conchas, também conhecida como Quebrada de Cafayate, é verdadeiramente deslumbrante.


A estrada, bem sinalizada e suave, permite que os viajantes se concentrem na beleza ao redor, sem preocupações. As montanhas coloridas, os cânions impressionantes e as formações rochosas únicas criam um cenário que cativa a todos que passam por ali. É uma daquelas rotas que nos fazem sentir gratos por estar ali, vivendo cada momento e cada visão como um presente da natureza. A vontade de parar a cada instante para apreciar e fotografar tamanha beleza natural é quase irresistível.


Cada novo ângulo, cada formação rochosa e cada variação de luz sobre as montanhas coloridas parecem merecer uma pausa para contemplação. A Quebrada de las Conchas é um verdadeiro paraíso para os amantes da fotografia e da natureza, oferecendo cenários únicos que mudam a cada curva da estrada. Mesmo sabendo que o destino final nos aguarda, é difícil resistir ao chamado dessas paisagens impressionantes, que nos convidam a desacelerar e mergulhar na grandiosidade do norte argentino.

Não é por acaso que o trecho da Ruta Nacional 68 que corta a Reserva Natural Manejada Quebrada de las Conchas é considerado um dos mais belos da Argentina. Essa rota, que combina uma estrada bem conservada com cenários de tirar o fôlego, é um verdadeiro presente para os viajantes.

As montanhas multicoloridas, os cânions imponentes e as formações rochosas únicas criam um espetáculo visual que parece ter sido cuidadosamente planejado pela natureza. Percorrer esse caminho é uma experiência que vai muito além de uma simples viagem, é uma imersão em uma das paisagens mais deslumbrantes e memoráveis que o país tem a oferecer.

No quilômetro 47 da Ruta Nacional 68, fizemos uma parada estratégica para conhecer um dos muitos atrativos que enriquecem essa rodovia tão espetacular: La Garganta del Diablo. Essa impressionante formação rochosa, esculpida naturalmente ao longo de milhões de anos, assemelha-se a uma gigantesca garganta que se abre no meio das montanhas.

La Garganta del Diablo
Essa impressionante formação rochosa, esculpida naturalmente ao longo de milhões de anos, carrega o nome de La Garganta del Diablo por assemelhar-se a uma gigantesca garganta que se abre no meio das montanhas.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Garganta del Diablo partindo do centro de Salta – Salta – Argentina:
Contatos da Garganta del Diablo
- Endereço: Ruta Nacional 68, Km 47 | Tres Cruces – Salta – Argentina
- Telefone: +54 387 431-0950
- E-mail: informes@turismosalta.gov.ar
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 00h00 às 24h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

O local, que fica a cerca de 100 metros da rodovia, é de tirar o fôlego, com paredes altíssimas e estreitas que criam uma atmosfera única e quase mística. Caminhar pela Garganta do Diablo e sentir a grandiosidade da natureza ao nosso redor foi uma experiência inesquecível, mais uma prova de que a Quebrada de las Conchas é um destino que surpreende a cada passo.

A formação natural recebe o nome de La Garganta del Diablo justamente por sua característica única: estreita no início e se alargando gradualmente, lembrando a forma de uma garganta. Esse fenômeno geológico, esculpido pela erosão ao longo de milhares de anos, cria um efeito visual impressionante, com paredes rochosas que se elevam majestosamente ao redor.

Ao adentrar o local, é impossível não se sentir pequeno diante da grandiosidade da natureza. O eco das vozes e dos passos ressoa pelas paredes, adicionando um toque místico à experiência, como se estivéssemos em um portal para outro mundo.

A cor avermelhada intensa e a dimensão colossal dos paredões da Garganta del Diablo de Cafayate – Salta são verdadeiramente impressionantes. As tonalidades vibrantes das rochas, que variam entre tons de vermelho, laranja e ocre, ganham vida sob a luz do sol, criando um espetáculo visual que parece quase surreal.

A altura e a proximidade das paredes rochosas transmitem uma sensação de grandiosidade e mistério, enquanto o silêncio quase absoluto do local, interrompido apenas pelo eco de nossas vozes, nos faz sentir como exploradores em um lugar intocado pelo tempo. A Garganta do Diablo da Ruta Nacional 68 é um daqueles lugares que nos lembra da força e da beleza da natureza, capaz de esculpir maravilhas tão impressionantes ao longo de milhões de anos.

Após nos maravilharmos com a grandiosidade da Garganta del Diablo, retomamos nossa jornada pela estrada cênica da Ruta Nacional 68.

A cada quilômetro percorrido, novas paisagens deslumbrantes se abriam diante de nós, como se a natureza estivesse nos presenteando com um espetáculo contínuo. As montanhas coloridas, os vales profundos e as formações rochosas únicas nos acompanhavam, reforçando a sensação de estarmos em um lugar especial, onde cada curva da estrada reserva uma nova surpresa. A viagem pela Ruta Nacional 68 é, sem dúvida, uma das experiências mais memoráveis que qualquer viajante pode vivenciar no norte argentino.

E, menos de um quilômetro após partirmos da Garganta del Diabo, nos deparamos com outro ponto absolutamente fabuloso: El Anfiteatro. Essa impressionante formação rochosa natural lembra um gigantesco anfiteatro ao ar livre, com paredes altíssimas e acústica perfeita.

Ali, nos deparamos com uma cena inspiradora: um casal alemão, a bordo de uma motocicleta BMW adaptada com um sidecar, especialmente projetado para transportar a mulher, que é cadeirante. Ver aquela dupla desbravando a Ruta Nacional 68, superando desafios e aproveitando cada momento da viagem, foi um verdadeiro exemplo de determinação e amor pela aventura.


A moto, equipada com cuidado para atender às necessidades deles, simbolizava a liberdade e a possibilidade de explorar o mundo, independentemente das limitações físicas. Foi um encontro que nos emocionou e reforçou a ideia de que a estrada é para todos, e que cada jornada é única e cheia de histórias inspiradoras.

Nos últimos 500 mil anos, a Terra passou por cinco períodos glaciais. Com o derretimento dessas geleiras, formaram-se enormes cachoeiras que, ao longo do tempo, esculpiram e erodiram as rochas, dando origem a duas das formações mais impressionantes da Quebrada de las Conchas: El Anfiteatro e La Garganta del Diablo.

A concavidade tubular do Anfiteatro de Salta cria uma acústica quase perfeita, onde o som ecoa de forma nítida e envolvente. As paredes rochosas funcionam como um verdadeiro “anfiteatro” natural, dispensando a necessidade de amplificação e proporcionando uma experiência sonora única para quem visita o local.

Ingressar no Anfiteatro da Quebrada de Cafayate é como entrar em um palco da natureza, onde a grandiosidade das rochas e o silêncio quase sagrado do local nos convidam a contemplar e se conectar com a essência da Quebrada de las Conchas, em Salta, na Argentina.

El Anfiteatro
El Anfiteatro de Salta é uma impressionante formação rochosa natural que lembra um gigantesco anfiteatro ao ar livre, com paredes altíssimas e acústica perfeita.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Anfiteatro partindo do centro de São Paulo – São Paulo – Brasil:
Contatos do Anfiteatro
- Endereço: Ruta Nacional 68, Km 46 | Tres Cruces – Salta – Argentina
- Telefone: +54 387 431-0950
- E-mail: informes@turismosalta.gov.ar
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 00h00 às 24h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos

El Anfiteatro de Cafayate, um verdadeiro cenário natural esculpido pela natureza, impressiona não apenas por suas paredes rochosas que ultrapassam 20 metros de altura, mas também por sua acústica perfeita, que transforma o local em uma sala de concertos ao ar livre.

Não é à toa que vários artistas escolhem esse lugar mágico para tocar seus instrumentos, aproveitando a reverberação natural que amplifica cada nota e cria uma experiência sonora única. Enquanto a música ecoa pelas paredes de rocha, os visitantes podem desfrutar de uma paisagem deslumbrante, onde a grandiosidade da natureza se combina com a arte, tornando El Anfiteatro um dos pontos mais memoráveis da Quebrada de las Conchas.

Eventualmente, a Orquestra Sinfônica de Salta realiza concertos nas dependências do Anfiteatro, transformando esse cenário natural em um palco grandioso e único.

Na ocasião, tivemos o privilégio de acompanhar um artista local tocando músicas andinas em sua flauta de pã, um instrumento tradicional que ecoou pelas paredes rochosas do Anfiteatro de uma forma profundamente emocionante.

As melodias suaves e cheias de história, combinadas com a acústica natural do local, criaram um momento mágico e introspectivo. Foi uma experiência que nos conectou não apenas com a cultura andina, mas também com a essência daquele lugar tão especial. A música, envolta pela grandiosidade da natureza, nos fez sentir parte de algo maior, um verdadeiro presente para a alma.

Emocionados com tamanha beleza natural e ainda sob o efeito das melodias andinas que ecoavam em nossa memória, retomamos a viagem pela estrada cênica Ruta Nacional 68.

A estrada, que já nos presenteara com tantas paisagens deslumbrantes, continuava a surpreender a cada curva, com suas montanhas coloridas, formações rochosas únicas e vales que pareciam infinitos. A sensação de liberdade e conexão com a natureza só aumentava, enquanto seguíamos em direção a Cafayate, ansiosos por descobrir quais outras maravilhas essa rota incrível ainda reservava para nós.

Alguns quilômetros adiante, fizemos uma nova parada para admirar a vista magnífica proporcionada pelo Mirador Tres Cruces. Localizado em um ponto estratégico da Ruta Nacional 68, esse mirante natural oferece uma perspectiva panorâmica de tirar o fôlego, com vales profundos, montanhas coloridas e um horizonte que parece se estender infinitamente.

A paisagem, banhada pela luz do sol, ganhava tons ainda mais vibrantes, criando um cenário que parecia uma pintura viva. Foi mais uma oportunidade de nos maravilharmos com a grandiosidade da Quebrada de las Conchas e de capturar imagens que, mesmo em fotos, dificilmente fariam jus à beleza que nossos olhos testemunharam.

Dali, do Mirador Tres Cruces, pudemos observar o Río de las Conchas serpenteando pelo vale, criando um corredor verde vibrante em meio às montanhas de coloração avermelhada. Esse contraste entre o verde da vegetação que margeia o rio e os tons quentes das rochas ao redor dava a impressão de um verdadeiro oásis em meio ao deserto.

A cena era de uma beleza quase surreal, como se a natureza tivesse pintado um quadro perfeito, equilibrando cores e formas de maneira harmoniosa. Foi um momento de pura contemplação, onde nos sentimos privilegiados por testemunhar tamanha grandiosidade e diversidade natural.

Maravilhados com a vista deslumbrante do Mirador Tres Cruces, retomamos nossa jornada pela Ruta Nacional 68, levando conosco a imagem daquele corredor verde cortando as montanhas avermelhadas.


A estrada continuava a nos presentear com cenários impressionantes, cada quilômetro revelando novas formações rochosas e paisagens que pareciam competir em beleza.


No quilômetro 34 da Ruta Nacional 68, nos deparamos com uma formação rochosa curiosa e cheia de personalidade: El Sapo. Como o nome sugere, os traços naturais da rocha lembram claramente a figura de um sapo, esculpido pela erosão ao longo de milhões de anos.


Essa peculiar formação, que parece “observar” os viajantes que passam pela estrada, é mais um exemplo da criatividade da natureza na Quebrada de las Conchas. Parar para admirar El Sapo foi como fazer uma pausa para um momento lúdico, onde a imaginação se mistura com a geologia, tornando a viagem ainda mais encantadora e cheia de surpresas.

Logo após passar pela curiosa formação El Sapo, paramos a Formosa em uma sombra no quilômetro 32, para conhecer outra maravilha geológica da região: El Fraile.


No lado oposto do rio, sobre uma rocha imponente, avistamos a formação natural que deu origem ao nome El Fraile. Sua silhueta, esculpida pela erosão ao longo de milhares de anos, lembrava nitidamente os contornos de um monge, ou um frade franciscano, com os braços cruzados e uma larga túnica que parecia flutuar no vento.


A pose serena e contemplativa da rocha, contrastando com o cenário grandioso ao redor, transmitia uma sensação de paz e mistério. Era como se a natureza tivesse criado uma escultura perfeita, convidando os viajantes a parar, observar e se conectar com a história geológica e cultural da região. Essa impressionante formação rochosa, é mais um exemplo da riqueza natural da Quebrada de las Conchas.


Apreciamos as formações rochosas por alguns minutos, absorvendo cada detalhe daquelas esculturas naturais que pareciam contar histórias de eras passadas. A silhueta imponente de El Fraile, com sua postura contemplativa, e as cores vibrantes das montanhas ao redor nos deixaram maravilhados. Após esse momento de contemplação, retomamos a estrada, seguindo pela Ruta Nacional 68 com a sensação de que cada parada era um presente da natureza.


Rodando em meio a esse cenário surreal, por diversas vezes me peguei imaginando o Coyote correndo atrás do Papa-Léguas, como nos clássicos desenhos animados. As formações rochosas dramáticas, os cânions profundos e as cores vibrantes das montanhas pareciam saídos de um cenário de ficção, perfeitos para as perseguições hilárias e as invenções malucas do personagem.


Em alguns momentos, tive a nítida impressão de ouvir o inconfundível “bip-bip” do Papa-Léguas ecoando pelas montanhas, como se ele estivesse realmente ali, correndo à frente do Coyote em meio àquelas formações rochosas tão peculiares. A paisagem da Quebrada de Cafayate, com seus cenários quase surrealistas, parecia o palco perfeito para aquelas cenas clássicas de perseguição. A imaginação fluía naturalmente, e a viagem ganhava um toque lúdico, como se a estrada fosse um portal para um mundo onde a natureza e a fantasia se misturavam de forma mágica.


Mas, é claro, o som do “bip-bip” não passava de fruto da imaginação, criado pela magia daquele cenário encantador. O único som que realmente ecoava pela Quebrada de las Conchas era o potente ronco do motor Twin Cam da nossa Harley-Davidson Formosa, que parecia dançar suavemente pela estrada mágica da Ruta Nacional 68.


O ronco característico da moto, combinado com o silêncio quase místico da paisagem ao redor, criava uma trilha sonora perfeita para a viagem. Era como se a Formosa e a estrada estivessem em sintonia, nos levando por um caminho repleto de beleza, aventura e descobertas, enquanto a Quebrada de las Conchas continuava a nos surpreender a cada curva.


Entre devaneios e movidos por uma sensação de liberdade em seu estado mais puro, a Formosa nos guiava pela Ruta Nacional 68… que estrada! Cada quilômetro percorrido era uma celebração da natureza, da aventura e da vida. A estrada, com suas curvas suaves e retas convidativas, parecia ter sido feita sob medida para quem busca conectar-se com o mundo de uma forma autêntica e intensa.


Logo adiante, passamos ao lado de outra formação icônica da Ruta Nacional 68: El Obelisco. Essa imponente coluna de rocha, que se ergue verticalmente em meio ao cenário deslumbrante da Quebrada de las Conchas, parece desafiar a gravidade e o tempo.


Sua forma singular e sua localização estratégica fazem dele um ponto de referência inconfundível na paisagem. Parar para admirar El Obelisco foi como testemunhar mais uma obra-prima da natureza, esculpida ao longo de milhões de anos. A formação, com suas camadas sedimentares visíveis e tons que variam conforme a luz do sol, nos lembrou mais uma vez da grandiosidade e da diversidade geológica dessa região incrível.


Na sequência, nos deparamos com outra maravilha geológica da Ruta Nacional 68: Los Castillos. Essa formação impressionante, que lembra as torres e muralhas de um castelo medieval, é mais um exemplo da imponência da natureza na Quebrada de las Conchas.


As paredes rochosas, esculpidas pela erosão ao longo de milhares de anos, criam uma silhueta majestosa que parece guardar segredos de um passado distante. As cores vibrantes das rochas, que variam entre tons de vermelho, laranja e ocre, ganham vida sob a luz do sol, transformando Los Castillos em um verdadeiro espetáculo visual.


E, quando menos percebemos, estávamos chegando a Cafayate, um dos destinos mais charmosos do norte argentino. A paisagem, que antes era dominada por montanhas coloridas e formações rochosas dramáticas, deu lugar a vastos vinhedos, com fileiras ordenadas de parreiras se estendendo até onde a vista alcança.


Era um contraste encantador: depois de uma jornada repleta de cenários grandiosos e selvagens, encontrávamos um refúgio de tranquilidade e sabores, onde a tradição vitivinícola se misturava com a beleza natural da região. A aventura diária na estrada estava chegando ao fim, mas a experiência em Cafayate prometia ser igualmente memorável.


Chegando ao centro de Cafayate, fomos direto ao hotel para descansar e recarregar as energias após um dia repleto de aventuras e paisagens deslumbrantes. A cidade, famosa por seus vinhos de altitude de qualidade excepcional, nos aguardava para um novo dia de descobertas.

Com sua atmosfera tranquila e charme rústico, Cafayate prometia encantar não apenas pelos vinhos, mas também por sua rica cultura, gastronomia e hospitalidade. Mal podíamos esperar para explorar suas ruas, visitar suas vinícolas e degustar os famosos Torrontés, o emblemático vinho branco da região. Mas, por enquanto, era hora de descansar e sonhar com as maravilhas que o próximo dia nos proporcionará.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina e Cafayate – Salta – Argentina.


Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Então amanhã só vinícolas… aproveitem..🍷🍷
Sim hahahaha abraços.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
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