Argentina • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Jujuy • Purmamarca • Susques
Cuesta de Lipán, Salinas Grandes e Susques: Roteiro de Viagem de Moto pelo Norte da Argentina
25 de Setembro, 2019
Faça uma incrível viagem de moto pela Ruta Nacional 52, suba a mística Cuesta de Lipán, alcance 4.170 metros de altitude, explore as Salinas Grandes da Argentina e conheça a histórica Iglesia de Susques.
Hoje foi um dia de aventura sobre duas rodas. Subimos a mística Cuesta de Lipán, atingimos 4.170 metros de altitude no Monolito 4170 MSNM, exploramos as deslumbrantes Salinas Grandes da Argentina e conhecemos a charmosa cidade de Susques, onde visitamos a histórica Iglesia de Susques, a mais antiga do norte da Argentina. Abastecemos a Formosa no tradicional Posto Pastos Chicos e, no fim do dia, enfrentamos uma intensa tempestade de areia.

Ao contrário dos outros dias da Moto Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán, a quarta-feira começou com o céu coberto por nuvens cinzentas na região da Quebrada de Humahuaca, no norte da Argentina. Com calma, aproveitamos um café da manhã reforçado, vestimos nossas jaquetas de couro, ajustamos os capacetes e subimos na Formosa, deixando para trás a hospedagem no centro histórico de San Francisco de Tilcara, em Jujuy, prontos para mais um dia de descobertas.

Poucas quadras após sairmos, nos deparamos com uma cena inesperada: um grupo de pessoas caminhava pelo meio da rua, em direção oposta à nossa, carregando a imagem da Virgen del Valle em uma pequena e singela procissão. A cena, repleta de devoção e tradição, nos fez parar por alguns instantes para observar e respeitar o momento, mergulhando ainda mais na cultura local que permeia cada cantinho da Quebrada de Humahuaca.

Na sequência, entramos na Ruta Nacional 9, e seguimos em direção ao sul, com o cenário deslumbrante da Quebrada de Humahuaca nos acompanhando a cada curva.

Poucos quilômetros adiante, chegamos ao trevo que dá acesso à Ruta Nacional 52, uma estrada que nos levaria a novos destinos. Sem hesitar, seguimos por ela, deixando para trás a icônica Ruta 9 e adentrando um caminho repleto de paisagens surpreendentes e desafios à vista.

Logo depois, atravessamos a encantadora Purmamarca, uma cidade que parece ter saído de um conto de fadas. Dali, tivemos mais uma oportunidade de admirar o deslumbrante Cerro de los Siete Colores, uma montanha que exibe tonalidades vibrantes e únicas, verdadeira obra-prima da natureza.

O céu azul, que timidamente surgia em meio às nuvens cinzentas, acabou se rendendo logo após passarmos por Purmamarca. À nossa frente, nuvens carregadas e densas anunciavam o tempo mais severo que nos esperava pela estrada, transformando a paisagem em um cenário dramático e cheio de expectativa.

A Ruta Nacional 52 é uma das rodovias mais importantes da Argentina, começando exatamente no entroncamento com a Ruta Nacional 9.

Essa rodovia asfaltada não só conecta regiões estratégicas, mas também oferece uma viagem repleta de contrastes, unindo paisagens áridas, montanhas impressionantes e pequenos povoados cheios de histórias.

Com 263 quilômetros de extensão, a rodovia atravessa alguns dos cenários mais deslumbrantes da Argentina, culminando no famoso Paso de Jama, o ponto fronteiriço que separa o país do Chile.

A Ruta Nacional 52 começa a 2.192 metros de altitude e, ao longo do trajeto, alcança impressionantes 4.230 metros na fronteira com o Chile, oferecendo vistas de tirar o fôlego (literalmente) e uma experiência inesquecível para quem se aventura por essa rota.

Sob uma temperatura amena e cercados pelas montanhas multicoloridas da Quebrada de Humahuaca, seguimos em direção ao oeste. Essa região, reconhecida como Patrimônio da Humanidade na categoria Paisagem Cultural pela UNESCO em 2003, nos presenteava com cenários que mesclavam história, cultura e natureza em perfeita harmonia.

Logo após, avistamos os primeiros de muitos motociclistas que cruzaríamos naquele dia. Um casal, pilotando uma ágil big trail com placa europeia, nos ultrapassou. Trocamos a tradicional saudação motociclista e, em instantes, eles desapareceram no horizonte, deixando para trás apenas a poeira da estrada e a sensação de que estávamos todos conectados pela paixão de explorar o mundo sobre duas rodas.

Após percorrer aproximadamente 20 quilômetros pela Ruta Nacional 52, chegamos ao início da mística Cuesta de Lipán. Decidimos parar para nos hidratar e nos preparar para o desafio que estava por vir: uma mudança abrupta de altitude e, muito provavelmente, uma queda significativa na temperatura.

Depois da rápida parada, retomamos o percurso pelo espetacular trecho da Ruta Nacional 52, onde as curvas extremamente fechadas parecem desenhar um caminho sinuoso entre as montanhas. Cada volta trazia uma nova perspectiva da paisagem, com a estrada se entrelaçando ao cenário árido e grandioso da região.

A Cuesta de Lipán está situada no degrau tectônico que divide a Quebrada de Humahuaca da Puna de Jujuy, servindo como um dos principais acessos rodoviários entre essas duas regiões argentinas e o Chile.

Sua paisagem, esculpida ao longo de milhões de anos, é formada por uma variedade impressionante de rochas, que contam a história geológica de um dos cenários mais fascinantes da América do Sul.

Conforme começamos a subir pela majestosa Cuesta de Lipán, a vegetação ao redor da rodovia foi desaparecendo, e as imponentes montanhas, aos poucos, perderam suas cores vibrantes e a infinidade de tons que as caracterizavam. O cenário se transformava em uma paisagem mais austera, mas igualmente impressionante, com formas e texturas que revelavam a força da natureza ao longo do tempo.


Em questão de minutos, estávamos completamente envoltos pelas densas nuvens negras que, pouco antes, observávamos ao longe, no topo das montanhas. A névoa espessa e o ar gelado transformaram a paisagem, criando uma atmosfera quase surreal enquanto avançávamos pela estrada.


Ao avistarmos um ponto de parada, não hesitamos em estacionar a Formosa na área de escape da Ruta Nacional 52, no Mirador de Interpretación del Paisaje Cuesta de Lipán. Dali, era possível contemplar toda a magnitude e a beleza natural que nos cercava, com uma vista panorâmica que capturava a grandiosidade das montanhas e a imensidão do cenário.


Enquanto aproveitávamos o momento, vários outros motociclistas cruzavam a Cuesta de Lipán. Por ser totalmente asfaltada, estreita, repleta de curvas sinuosas e cercada por uma paisagem deslumbrante, além de ser o caminho que leva ao Deserto do Atacama e, posteriormente, ao Oceano Pacífico, essa rodovia se transforma em um verdadeiro paraíso para os apaixonados por aventuras sobre duas rodas.


Minutos depois, após nos hidratarmos com água e nos aquecermos com um reconfortante chá de coca, retomamos a viagem. Em pouco tempo, estávamos ganhando altitude rapidamente, e o frio, como era de se esperar, começou a se intensificar, transformando a paisagem ao nosso redor em um cenário cada vez mais gélido e impressionante.

No meio das montanhas que se elevavam imponentes até se perderem na densa névoa, conseguimos avistar um grupo de vicunhas selvagens. Esses animais, quase camuflados no cenário, observavam atentos nossa passagem pela rodovia, como se fossem guardiões silenciosos daquele ambiente majestoso e intocado.


Finalmente, chegamos a outro ponto marcante da viagem: um mirante às margens da Ruta Nacional 52 que marca o fim da Cuesta de Lipán, na localidade de Abra de Potrerillos.

Ali, destaca-se uma enorme pedra que indica a altitude de 4.170 metros acima do nível do mar, o famoso Monolito 4170 MSNM, um marco que simboliza a grandiosidade e os desafios dessa incrível jornada.

É importante destacar que o início da Ruta Nacional 52, próximo ao centro de Purmamarca, está a 2.192 metros acima do nível do mar. Após percorrermos cerca de 40 quilômetros, serpenteando pela espetacular Cuesta de Lipán, alcançamos a impressionante marca de 4.170 metros de altitude. Isso significa que subimos quase 2.000 metros em um trecho relativamente curto, uma prova da grandiosidade e do desafio que essa rota oferece aos viajantes.

Quando saímos de San Francisco de Tilcara, a temperatura estava em torno de 9°C, com o sol aparecendo entre as nuvens. No entanto, conforme ganhávamos altitude, o tempo fechou e o termômetro despencou, chegando a marcas negativas.

Enquanto conversávamos com uma senhora que vendia artesanato nas proximidades do Monolito 4170 MSNM, sob um vento forte e gelado, ela nos contou que, mais cedo, pequenos flocos de neve haviam caído no local. Essa informação explicava aquelas nuvens escuras que avistamos no início da nossa viagem de moto pela Ruta Nacional 52, completando o cenário de uma aventura repleta de contrastes e surpresas.

Em altas altitudes, como a que estávamos, é essencial manter-se bem hidratado. A hidratação ajuda a prevenir o soroche, também conhecido como mal de altitude, que ocorre quando o corpo sente os efeitos da falta de oxigênio devido ao ar rarefeito. Entre os sintomas mais comuns estão tontura, mal-estar e cansaço extremo. Por isso, além de beber bastante água, é importante evitar esforços físicos intensos, garantindo uma experiência mais confortável e segura durante a viagem.

Além de manter-se bem hidratado, é recomendável evitar o consumo de bebidas alcoólicas, que podem intensificar os efeitos da altitude. Uma alimentação leve também é fundamental, assim como o uso tradicional de folhas de coca, que podem ser mastigadas ou preparadas em chá para aliviar os sintomas do mal de altitude. Outra opção deliciosa são as balas de coca com mel, que proporcionam um alívio natural e saboroso para o organismo.

Após terminar o chá de coca que levávamos, beber muita água mineral e saborear algumas dessas balas de coca com mel, aquecemos as mãos no motor Twin Cam Harley-Davidson da Formosa e seguimos viagem, adentrando a Puna de Jujuy, na Argentina.

Aos poucos, as nuvens começaram a se dissipar, revelando um céu mais claro, e a temperatura foi subindo gradualmente, trazendo um alívio ao frio intenso que enfrentamos durante a subida.

O cenário, agora mais aberto, nos permitiu apreciar a vastidão e a beleza única da Puna de Jujuy na Argentina, com suas paisagens áridas e cheias de personalidade.


Com sua paisagem única e atmosfera rarefeita, a Puna Argentina oferece uma experiência inigualável, repleta de cenários desérticos, salares e uma sensação de estar no topo do mundo.


A Puna de Jujuy, também conhecida como Puna Argentina, faz parte do Altiplano Andino, uma vasta região do planalto dos Andes. Essa área é considerada a mais extensa de planalto no mundo, perdendo apenas para o Tibete em termos de dimensão.


A maior parte do Altiplano Andino está localizada na Bolívia, mas esse imenso planalto se estende também por partes do Peru, Chile e Argentina. Essa região, marcada por sua altitude elevada e paisagens impressionantes, conecta países e culturas, oferecendo uma experiência única para quem se aventura por suas terras altas e deslumbrantes.


Em meio a esse cenário deslumbrante, seguimos avançando pela Ruta Nacional 52. Aos poucos, uma enorme área branca começou a surgir no horizonte, misturando-se gradualmente ao solo de tons marrom-amarelados que nos cercavam até então. Era um contraste impressionante, que anunciava a proximidade de um dos pontos mais fascinantes da nossa jornada.


O que, à primeira vista, poderia parecer uma miragem, revelou-se ser as Salinas Grandes, mais um cartão postal deslumbrante do norte da Argentina.


A brancura intensa do solo contrasta com a imensidão do céu, criando um cenário surreal a 3.450 metros acima do nível do mar. Esse imenso manto branco, que se estende até onde a vista alcança, oferece um panorama mágico e repleto de cores, como se a natureza tivesse pintado sua própria obra-prima.

No quilômetro 65 da Ruta Nacional 52 está localizado o Parador Turístico La Curva – Salinas Grandes, um ponto de apoio administrado por membros da comunidade local pueblo kolla, que fazem parte da comunidad aborigen de Pozo Colorado e são conhecidos como “Os Guardiãos das Salinas Grandes”. Esse espaço não só oferece serviços aos visitantes, mas também preserva e valoriza a cultura e as tradições dos povos originários da região.

Parador Turístico La Curva – Salinas Grandes
Inaugurado em 2014, o Parador Turístico La Curva – Salinas Grandes oferece uma estrutura completa para os visitantes, incluindo banheiros, lojas de produtos locais, lanchonete, espaço de convivência coberto, e serviços de guias turísticos.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Parador Turístico La Curva – Salinas Grandes partindo do centro de Salta – Salta – Argentina:
Contatos do Parador Turístico La Curva – Salinas Grandes
- Endereço: Ruta Nacional 52, Km 65 | Pozo Colorado – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 9404-4680
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Parador Turístico La Curva – Salinas Grandes.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 9h00 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 45 minutos

Inaugurado em 2014, o Parador Turístico La Curva – Salinas Grandes oferece uma estrutura completa para os visitantes, incluindo banheiros, lojas de produtos locais (com destaque para belíssimos artesanatos feitos com pedras, lã e, claro, sal), lanchonete e espaço de convivência coberto, com bancos e mesas feitos de sal, ideal para se proteger do sol intenso. Além disso, o local conta com serviços de guias turísticos, que enriquecem a experiência com histórias e informações sobre a região.


Aliás, é exatamente nesse local que se encontra a bela escultura de sal em forma de lhama, um dos cartões-postais mais conhecidos e fotografados das Salinas Grandes da Argentina. Essa obra, que homenageia um animal tão emblemático da cultura andina, tornou-se um ícone do salar e um ponto obrigatório para quem visita essa maravilha natural.


Geograficamente, as Salinas Grandes da Argentina estão localizadas tanto na província de Jujuy quanto na província de Salta, sendo o quarto maior salar de toda a América do Sul. No entanto, devido a questões climáticas, visuais e à infraestrutura turística disponível, o lado de Jujuy é considerado mais atrativo para os visitantes.


Após fotografar o local, observar de perto as mesas, bancos e até quiosques construídos com enormes blocos de sal, decidimos atender aos desejos da Formosa e pagar uma taxa para levá-la a um passeio sobre o deserto de sal. Era a oportunidade perfeita para explorar essa imensidão branca e viver uma experiência única sobre duas rodas.


Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar
O Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar oferece aos visitantes a chance de explorar as Salinas Grandes da Argentina de forma mais profunda e guiada. Utilizando veículos próprios, percorre-se cerca de 4 quilômetros pelo deserto de sal até chegar ao ponto alto do passeio: os impressionantes Olhos do Salar.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar no Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar partindo do centro de Florianópolis – Santa Catarina – Brasil:
Contatos do Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar
- Endereço: Ruta Nacional 52, Km 65 | Pozo Colorado – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 388 9404-4680
Para obter informações mais detalhadas, visite o site oficial do Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar.
Horários de Funcionamento
- Todos os dias: 9h00 às 18h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: $10.000
*Todos os preços estão em pesos argentinos.
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 1 hora


O Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar é um projeto que teve início em 2015, fruto da iniciativa da própria comunidad aborigen de Pozo Colorado, que habita essa região há gerações. Esse roteiro turístico oferece aos visitantes a chance de explorar as Salinas Grandes da Argentina de forma mais profunda e guiada.


Utilizando veículos próprios, percorre-se cerca de 4 quilômetros pelo deserto de sal até chegar ao ponto alto do passeio: os impressionantes “Olhos do Salar”, formações naturais que parecem crateras cheias de água, criando um cenário quase surreal.


Seguindo uma caminhonete que transportava o guia, percorremos alguns quilômetros pelo imenso deserto de sal até chegar ao primeiro ponto de parada. Lá, o guia nos contou um breve histórico da região, explicando como o salar se formou ao longo de milhares de anos e detalhando os três métodos tradicionais de extração de sal praticados no local. Foi uma aula ao ar livre, que nos conectou ainda mais com a história e a cultura desse lugar fascinante.


Uma das formas de extrair o sal nas Salinas Grandes da Argentina, a mais popular, é por meio das piletas de extracción, que consistem em buracos geométricos escavados no solo salino com o auxílio de maquinário especializado. Essas piscinas naturais, cheias de água salgada, permitem que o sal cristalize e seja coletado, mantendo uma tradição que combina técnicas ancestrais com métodos modernos.


As piletas de extracción das Salinas Grandes de Jujuy medem 1,20 metro de largura por 20 metros de comprimento e têm 80 centímetros de profundidade. Em qualquer ponto do salar, é possível encontrar água a cerca de 70 centímetros abaixo da superfície ao cavar um pequeno poço. Com o tempo, a água (incrivelmente transparente) que preenche essas piscinas evapora, deixando para trás apenas os cristais de sal, prontos para serem coletados. Cada uma dessas piscinas pode produzir entre 3.000 e 4.000 litros de sal, dependendo das condições climáticas.


O processo artesanal de extração de sal, que remonta a tempos ancestrais, ainda é mantido nas Salinas Grandes da Argentina. Esse trabalho é realizado por cerca de 20 homens, que extraem o sal em blocos. Esse formato específico tem origem na tradição de carregar dois blocos de 25 quilos cada em uma única lhama, o que explica por que cada bloco de sal é chamado de “carga”, um termo que carrega consigo séculos de história e cultura.


Na sequência, retomamos o passeio de moto pelo imenso deserto de sal, avançando até o segundo e último ponto de parada do Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar. Cada metro percorrido revelava mais da grandiosidade desse lugar único, com o horizonte branco se estendendo infinitamente ao nosso redor.


No segundo ponto de observação, fomos convidados a caminhar sobre o sal até alcançar a borda de diversos lagos de águas cristalinas, os famosos e deslumbrantes Ojos del Salar, ou Olhos do Salar. Essas formações naturais, que parecem crateras cheias de água transparente, criam um cenário quase surreal, refletindo o céu e as nuvens como espelhos perfeitos no meio do deserto branco.

Ao contrário do que muitos imaginam, as Salinas Grandes da Argentina não se formaram por terem sido cobertas pelo mar em tempos remotos, mas sim pelo acúmulo de sais minerais provenientes das montanhas da Cordilheira dos Andes. Esses sais são carregados pelas águas das chuvas e ficam retidos no platô formado entre a Cordilheira Oriental e a Cordilheira Ocidental.


A origem das Salinas Grandes de Jujuy e de Salta é vulcânica, datando de aproximadamente 10 milhões de anos, quando a placa tectônica do continente colidiu com a placa do Pacífico, a maior placa oceânica do planeta. Esse choque elevou as montanhas e criou uma bacia endorreica.


Com as erupções vulcânicas, águas mineralizadas, água salgada e rochas derretidas fluíram como rios, ficando presas nessa bacia. Ao longo do período Quaternário, essas águas evaporaram gradualmente, formando as salinas em uma região marcada por grandes variações de temperatura.


A extração de sal das Salinas Grandes da Argentina ocorre há muitos anos. Inicialmente, o transporte do sal era feito com o auxílio de lhamas, depois passou a ser realizado por burros e, atualmente, como era de se esperar, é feito por meio de camionetes e caminhões.


A visita ao salar nos remete a algo que aprendemos há poucos dias, durante nossa visita ao Museo Histórico del Norte – Cabildo de Salta. Lá, um grande bloco de sal estava exposto, acompanhado por uma placa que explicava a curiosa origem da palavra salário, derivada do latim salarium, que pode ser traduzido para algo como “pagamento de sal”. Na antiga Roma, o sal era um item extremamente valioso, e os trabalhadores eram pagos com quantidades de sal como forma de remuneração, um fato histórico que ressalta a importância desse mineral ao longo dos séculos.


Após as explicações detalhadas do guia nas proximidades dos Olhos do Salar, um breve espaço de tempo é reservado para que os visitantes possam fotografar o local e imortalizar a beleza única do cenário paradisíaco das Salinas Grandes, momento em que a imaginação ganha asas, permitindo fotos extremamente criativas e divertidas.


O plano de fundo surreal, composto pelo branco imaculado do sal e o reflexo do céu nos Olhos do Salar, transforma cada clique em uma obra de arte, cheia de originalidade e magia.


Em seguida, retornamos ao ponto de partida, onde o passeio teve início, encerrando essa experiência incrível em meio ao deserto de sal.


Após percorrer aproximadamente 8 quilômetros pelo Circuito de Salinas Grandes – Ojo del Salar, em meio ao deserto de sal, retornamos ao asfalto impecável da Ruta Nacional 52. O contraste entre o branco infinito do salar e a estrada que se estende pelo horizonte marcou o fim de uma experiência única, repleta de paisagens deslumbrantes e histórias fascinantes.


Pouco depois, passamos por outro ponto de parada e apreciação do salar. No entanto, como já havíamos explorado o local anteriormente, decidimos seguir adiante, rumo aos próximos destinos que a Ruta Nacional 52 ainda reservava para nós.


Aos poucos, o branco intenso do sal começou a se misturar novamente com os tons marrom-amarelados da terra arenosa, marcando nossa despedida das Salinas Grandes da Argentina.


Aquele cenário mágico, que parecia saído de um sonho, ficou para trás, mas as memórias e as imagens capturadas permaneceriam para sempre em nossas mentes e corações.


O trajeto entre Purmamarca e Susques é uma mistura fascinante de longas retas intermináveis e trechos repletos de curvas sinuosas. Essa variedade no percurso torna a viagem ainda mais emocionante, oferecendo paisagens que alternam entre planícies áridas e montanhas imponentes, sempre com a sensação de estar explorando um dos caminhos mais autênticos do norte argentino.


Aliando isso às paisagens deslumbrantes e aos animais selvagens que surgem ao redor da rodovia, o resultado é simplesmente encantador. A cada curva ou reta, a natureza se revela de forma única, com vicunhas, lhamas e outros animais típicos da região complementando o cenário, tornando a viagem uma experiência visual e sensorial inesquecível.


E assim, a viagem de moto pelo Altiplano Andino se transforma em uma experiência incrivelmente agradável e prazerosa. A combinação de estradas desafiadoras, paisagens de tirar o fôlego e a sensação de liberdade que só uma moto pode proporcionar fazem desse trajeto uma aventura única, repleta de momentos que ficarão guardados na memória para sempre.


Sem dúvidas, este roteiro é um dos mais bonitos que já percorremos até hoje. A mistura de cenários impressionantes, como as Salinas Grandes, a Cuesta de Lipán e a Puna de Jujuy, aliada à riqueza cultural e histórica da região, fazem dessa viagem uma experiência verdadeiramente inesquecível, repleta de magia e descobertas.


Após percorrer aproximadamente 80 quilômetros desde que deixamos as Salinas Grandes, avistamos o encontro das águas, nesta época do ano bastante escassas, do Río Susques com o Río Pastos Chicos. Esse marco natural sinalizou nossa chegada à cidade de Susques, na província argentina de Jujuy.


Em 1888, após a Bolívia e o Peru serem derrotados pelo Chile na Guerra do Pacífico, tropas chilenas invadiram o departamento de Susques. No ano seguinte, em 1889, a Bolívia reconheceu a soberania argentina sobre a Puna de Atacama, que incluía o atual departamento de Susques, com a pequena cidade de Susques como sua capital.


Na época, o local era frequentemente chamado de Susquis e representava o departamento mais ao norte do Território dos Andes. Em 1943, quando a unidade administrativa do Território dos Andes foi dissolvida, o departamento de Susques tornou-se parte integral da província de Jujuy, que reivindicava este departamento desde 1836, marcando um capítulo importante na história geopolítica da região.

Logo na entrada da cidade de Susques, às margens da rodovia, está localizado o centro de informações turísticas. Esse espaço é um ponto de apoio essencial para os visitantes, oferecendo orientações sobre os principais atrativos da região, além de dicas para explorar a cidade e seus arredores com segurança e aproveitamento máximo.

Ali, encontramos um motociclista alemão e, em uma conversa que misturou alemão, inglês, espanhol, português, quechua e até alguns dialetos inventados na hora, conseguimos entender, ou pelo menos pressupor, que ele estava percorrendo a Argentina e o Chile em uma Honda CB 500X. Foi um momento divertido e cheio de conexões, mostrando como a paixão por duas rodas transcende barreiras linguísticas e culturais.


Na sequência, partimos para explorar o centro da pacata e charmosa cidade de Susques, em Jujuy, na Argentina. Com suas ruas tranquilas, casas de adobe e um ar sereno que contrasta com a grandiosidade da paisagem ao redor, a cidade nos recebeu com uma atmosfera acolhedora e autêntica, típica dos pequenos povoados do Altiplano Andino.


Conhecida como o Pórtico de los Andes, Susques está situada a impressionantes 3.896 metros acima do nível do mar, sendo a localidade mais elevada da Argentina que pode ser acessada por vias asfaltadas. Essa característica única a torna um ponto de parada estratégico e fascinante para quem explora o Altiplano Andino, oferecendo uma experiência autêntica e cheia de histórias.


Aliás, todo o trajeto que percorremos de Purmamarca até Susques é asfaltado, com exceção de alguns curtos trechos na Cuesta de Lipán que são derípio, provavelmente devido a desmoronamentos ou manutenção. Ainda assim, a estrada é bem conservada, permitindo uma viagem tranquila e repleta de paisagens deslumbrantes, que variam entre montanhas coloridas, desertos de sal e planícies áridas.


Atualmente, Susques abriga cerca de 4.000 habitantes, e caminhar por suas ruas de terra, rodeadas por casas baixas, muitas delas de adobe, e cobertas com palha, é como fazer uma viagem no tempo. A simplicidade e a autenticidade do local nos transportam para uma era em que a vida seguia um ritmo mais lento e conectado à natureza, preservando tradições que resistem ao passar dos anos.


Além do charmoso casario, Susques guarda um dos maiores tesouros arquitetônicos do norte da Argentina: a verdadeira joia colonial Capilla de Nuestra Señora de Belén, também conhecida como Iglesia de Susques.


Construída no século XVI, a Igreja de Susques é um marco histórico e cultural, com suas paredes de adobe, teto de palha e detalhes que refletem a rica herança colonial da região. Um verdadeiro tesouro que nos conecta com o passado e a espiritualidade do Altiplano Andino.


Capilla de Nuestra Señora de Belén – Iglesia de Susques
Construída em 1598, a Capilla de Nuestra Señora de Belén – Iglesia de Susques é tida como uma das igrejas mais antigas de todo o norte argentino.
Como chegar
Mapa e roteiro de como chegar na Capilla de Nuestra Señora de Belén – Iglesia de Susques partindo do centro de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil:
Contatos da Capilla de Nuestra Señora de Belén – Iglesia de Susques
- Endereço: San Martín – Centro | Susques – Jujuy – Argentina
- Telefone: +54 387 517-3995
- E-mail: parroquia.de.susques@gmail.com
Para obter informações mais detalhadas, visite a página oficial da Capilla de Nuestra Señora de Belén – Iglesia de Susques no Facebook.
Horários de Funcionamento
- Segunda a sexta: 9h00 às 12h00
Valores de Ingresso
- Público em geral: Gratuito
Recomendamos verificar as tarifas antes da sua viagem, pois os valores podem ser alterados a qualquer momento.
Tempo Médio de Visitação
- 30 minutos


A imagem da Virgem de Belém foi encontrada sob uma pedra, exatamente no local onde, no ano de 1598, jesuítas e nativos construíram o templo religioso. Feita de adobe, madeira, couro e coberta com barro e palha, a igreja tem piso de terra e sinos trazidos de Chuquisaca.


Essa construção singular faz da Capilla de Nuestra Señora de Belén – Iglesia de Susques a igreja mais antiga de Jujuy e, segundo algumas fontes, a mais antiga de todo o norte argentino, preservando séculos de história e devoção.


Declarada Monumento Histórico Nacional em 1943, o interior da pequena Iglesia de Susques surpreende com pinturas que lhe conferem uma beleza simples e cativante. As obras retratam santos, mártires, doutores e fundadores, inspiradas na Escola Cusquenha, um dos poucos exemplares desse tipo de arte preservados na Argentina. Esses detalhes fazem da igreja um verdadeiro tesouro histórico e artístico, que encanta visitantes com sua autenticidade e riqueza cultural.


Após nos maravilharmos com o interior da Igreja de Susques e explorar o centrinho da cidade, decidimos nos despedir de Susques e retomar a Ruta Nacional 52. A sensação de ter conhecido um lugar tão rico em história e cultura nos encheu de gratidão, enquanto seguimos adiante, prontos para os próximos desafios e descobertas que a estrada ainda reservava para nós.


Avançando em direção ao oeste, rumo ao Paso de Jama, percorremos cerca de 5 quilômetros até chegar ao famoso Pastos Chicos. Esse ponto de apoio que oferece posto de combustível, restaurante, lanchonete e hotel é estratégico para os viajantes que seguem pela Ruta Nacional 52, especialmente considerando as longas distâncias e a escassez de serviços na região. Um local essencial para garantir que a aventura continue sem contratempos.


Aliás, este é o primeiro posto de combustíveis pelo qual passamos desde San Francisco de Tilcara até aqui, após cerca de 160 quilômetros rodados. Sem pensar duas vezes, paramos para abastecer a Formosa nesse pequeno posto, que tem suas bombas de combustível completamente tomadas por adesivos de viajantes de todo o mundo. Cada adesivo conta uma história, transformando o local em um ponto de encontro simbólico para aventureiros que cruzam essa região remota e fascinante.


Aproveitamos também para nos deliciar com empanadas acompanhadas por um saboroso e reconfortante chá de coca com mel no restaurante anexo ao Posto Pastos Chicos. Essa pausa gastronômica foi mais do que necessária para recarregar as energias e nos preparar para os próximos desafios da estrada, enquanto apreciávamos a simplicidade e o sabor autêntico da culinária local.


Devidamente alimentados e com os ponteiros do relógio marcando 14h30, nos despedimos do Parador Pastos Chicos, sob o olhar curioso de um grande grupo de lhamas do outro lado da rodovia. Em seguida, iniciamos nosso retorno a San Francisco de Tilcara, refazendo o mesmo trajeto da ida, mas agora com a sensação de que cada curva e cada paisagem ganhavam um significado ainda mais especial após a jornada incrível que havíamos vivido.


Durante nosso retorno, ultrapassamos uma infinidade de carretas enormes e carregadas com placas do Paraguai. O motivo é bastante simples: a Ruta Nacional 52 faz parte do chamado Eixo de Capricórnio, uma rota estratégica que conecta a Argentina, o Chile, o Paraguai e o Brasil. Essa via é fundamental para o transporte de mercadorias entre os países, transformando-a em um corredor logístico vital para a região.


Outra curiosidade sobre a Ruta Nacional 52, no norte da Argentina, é que, ao longo de seus 263 quilômetros de extensão, a maior parte — 239 quilômetros — está em território da província de Jujuy, enquanto apenas 24 quilômetros pertencem à província de Salta.


O trecho da Ruta Nacional 52 que pertence à província de Salta começa logo após o fim de uma sequência de curvas e desníveis acentuados em meio a uma quebrada, estendendo-se até praticamente atingirmos as Salinas Grandes.


Justo ali, quando começamos a percorrer as enormes retas nos arredores das Salinas Grandes da Argentina, um vento extremamente forte e inesperado começou a balançar a Formosa violentamente de um lado para o outro. A força do vento, combinada com a vastidão do salar, transformou esse trecho da viagem em um desafio adicional, exigindo concentração e habilidade para manter a moto estável e seguir adiante com segurança.


Avançamos com atenção redobrada e cautela até chegar às Salinas Grandes, onde fizemos uma parada, mas desta vez em um parador localizado exatamente na entrada da Mina Guayatayoc III. Esse ponto de parada ofereceu um respiro necessário após o trecho desafiador, além de uma nova perspectiva do salar, com sua imensidão branca e cenário surreal que continuava a nos impressionar.


Ali, encontramos lindas peças de artesanato confeccionadas a partir do sal extraído do local, com destaque para delicadas e charmosas lhamas em miniatura. Essas pequenas esculturas, além de serem uma lembrança encantadora da região, representam a criatividade e a habilidade dos artesãos locais, que transformam um recurso natural em verdadeiras obras de arte.


Devidamente hidratados, deixamos as Salinas Grandes para trás e partimos em direção à Cuesta de Lipán, enfrentando o vento extremamente forte que continuava a soprar, formando verdadeiras nuvens de areia no horizonte. Apesar das condições desafiadoras, seguimos adiante, determinados a concluir nossa jornada com segurança e aproveitando cada momento dessa aventura única.


O vento, que mudava de direção repentinamente, estava tão forte que, quando soprava contra nós, era necessário reduzir para a quinta marcha e, mesmo acelerando ao máximo, a Formosa, com seu potente motor de 1.584cc, não passava dos 90 km/h. Era uma situação surreal, que exigia muita concentração e paciência para manter a estabilidade e seguir adiante, enfrentando as rajadas que pareciam desafiar nossa determinação a cada quilômetro.


Assim que chegamos ao Abra de Potrerillos, no alto da Cuesta de Lipán, o vento finalmente cessou, e as nuvens voltaram a compor o cenário, acompanhadas, é claro, pelo frio intenso. A mudança brusca de clima nos lembrou mais uma vez da imprevisibilidade e da grandiosidade da natureza nessa região, enquanto apreciávamos a vista deslumbrante que se abria diante de nós.


Decidimos fazer uma parada rápida em outro mirante ao longo da descida da Cuesta de Lipán para admirar mais uma vez o cenário encantador. A vista das imponentes montanhas e do contraste com o céu nublado criavam um espetáculo visual único, reforçando por que essa região é tão especial e inesquecível para todos que a visitam.


A Cuesta de Lipán forma uma verdadeira barreira natural que impede o avanço das nuvens em direção ao Altiplano Andino. O mesmo fenômeno ocorre na Cordilheira Ocidental dos Andes, o que resulta em um índice pluviométrico extremamente baixo na Puna Argentina. Essa característica climática contribui para a formação de paisagens áridas e desérticas, que são ao mesmo tempo desafiadoras e fascinantes, marcando a identidade única dessa região.


Após o breve descanso e o momento de contemplação, retomamos o percurso pela magnífica Ruta Nacional 52.


Rapidamente, descemos a cênica Cuesta de Lipán, e, ao nos aproximarmos de Purmamarca, as nuvens negras ficaram para trás, dando lugar a um céu mais claro e aberto.


Já passavam das 17h quando chegamos ao entroncamento com a Ruta Nacional 9, pela qual seguimos viagem em direção ao norte.


O fim do dia se aproximava, mas a estrada ainda nos reservava mais alguns momentos de contemplação e reflexão, enquanto nos dirigíamos para o próximo destino, com a sensação de dever cumprido após uma jornada incrível.


No fim do dia, chegamos ao centro de San Francisco de Tilcara, em Jujuy, e fomos direto para o hotel descansar. Afinal, amanhã será um novo dia de estrada, com mais aventuras, paisagens deslumbrantes e histórias para contar.

Acima o mapa com o trajeto percorrido no dia entre San Francisco de Tilcara – Jujuy – Argentina e Susques – Jujuy – Argentina.


Oba! Já são 4 comentários nesta postagem!
Olá. Parabéns pelo relato desse trecho da viagem. Você poderia informar o nome do hotel que ficaram em Tilcara?
Olá Cris, tudo bem?
Obrigado :) claro, nos hospedamos na Hospedaje Karallantay (whats: +54 9388 518 0777) e tivemos uma estadia maravilhosa, um ambiente familiar e de excelente receptividade.
Aproveitem a viagem, esta região é sensacional!
Olá, tudo bem? Muito legal essa parte das salinas, conhecer e ver de perto bem como os costumes é muito legal…
Olá, tudo ótimo! Sim, muito bacana rodar pelo salar, algo muito diferente para nós. Abraços.
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