Argentina • Cachi • Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán • Salta
Dia 06: Bike tour em Cachi – Salta – Argentina
18 de Setembro, 2019Hoje encaramos uma aventura diferente: um passeio de bicicleta nas alturas, pedalando pela região dos Valles Calchaquíes até a cidade de Cachi.
Salta Biking
Local: Caseros, 1353 | Centro | Salta – Salta – Argentina
Telefone: +54 0387 505-6771
E-mail: info@saltabiking.com
Site: https://saltabiking.com
Pontualmente às 7h00 embarcamos na camionete da empresa Salta Biking e partimos do centro de Salta pela Ruta Nacional 68 atravessando pequenas localidades.
Alguns quilômetros adiante passamos a rodar pela Ruta Provincial 33 e seguimos em direção oeste.
Pela rodovia provincial começamos a ganhar altitude e com isso observamos a brusca mudança da paisagem.
Cruzamos uma densa floresta, que na Argentina é chamada yunga, e em poucos quilômetros a área verde deu lugar a uma cadeia de montanhas coloridas, onde fizemos a primeira pausa para esticar as pernas, ir ao banheiro e apreciar a natureza.
O local onde paramos fica em Chicoana e se chama Parador El Maray.
Localizado às margens da rodovia o parador conta com restaurante, lanchonete, banheiros e uma pequena igreja.
Após a breve pausa seguimos viagem pela RP 33 e iniciamos a subida da Cuesta del Obispo.
O trecho da rodovia que corta a Cuesta del Obispo é formado por um trajeto bastante sinuoso e íngreme revestido por rípio, um cascalho solto, típico em algumas rodovias argentinas.
A Cuesta del Obispo recebeu este nome em homenagem ao bispo Julián de Cortázar que em 1622 fez a viagem de Salta a Cachi caminhando… claro que na ocasião a viagem perdurou vários dias.
Subimos tanto que passamos pelo meio das nuvens que deixavam o dia cinzento e na sequência as ultrapassamos, quando o céu foi tomado por uma incrível e intensa tonalidade de azul.
Na sequêcia fizemos mais uma parada rápida para nos hidratar e curtir o visual.
O cenário ao redor da estrada é encantador.
De volta a bordo do veículo seguimos pelas fechadas curvas da estrada que serpenteia por entre as montanhas.
Passamos por uma placa indicando o início do Parque Nacional los Cardones.
Até que chegamos na Piedra del Molino, o ponto mais alto da rodovia.
Localizado a 3.457 metros acima do nível do mar o lugar é o limite entre a Cuesta del Obispo e os Valles Calchaquíes.
No ano de 1927 uma enorme pedra de moer era transportada por este caminho quando, por algum motivo, a pedra rolou ao chão e se rompeu em duas partes, originando assim o o nome do local.
Ali também existe uma pequena capela construída em pedra, chamada Capilla San Rafael.
Não bastasse toda a beleza do lugar, a Lua ainda nos brindava com sua presença, tornando o dia mais especial.
E em meio a este cenário as bicicletas foram descarregadas e preparadas para iniciarmos a aventura sobre duas rodas.
Devidamente equipados, ansiosos e animados, iniciamos nossa primeira pedalada em altitude elevada, em plena Cordilheira dos Andes.
Embalados por uma paisagem de tirar o fôlego (literalmente) seguíamos contemplando o visual.
Não demorou muito para avistarmos os primeiros guanacos.
Fantástico poder observar os animais selvagens em seu habitat natural.
O vento gelado nos acompanhava e tornava a sensação térmica inferior aos 5 °C indicados no momento.
E em meio a este clima perfeito para pedalar avistamos os primeiros picos nevados da Cordilheira dos Andes.
A sensação ao vê-los pela primeira vez é indescritível.
Esta área por onde estamos pedalando fica dentro do Parque Nacional los Cardones.
O parque, que abrange aproximadamente 65.000 hectares, foi criado no ano de 1996 e tem como principal objetivo proteger esta bela espécie de cacto, a mais característica da região.
Após alguns minutos pedalando chegamos a um mirante, o Mirador Ojo del Cóndor.
O mirante nos proporciona uma bela vista da paisagem e do horizonte.
E nos motiva a, assim como um condor, aguçarmos as vistas e descobrir algumas das principais características locais, enquanto sentimos o vento nos envolvendo em um momento único.
A tradição afirma que os cardones são antigos habitantes que vigiam e protegem as terras da região.
Após a pausa para contemplação e hidratação voltamos a pedalar.
E logo chegamos na Recta del Tin Tin.
A famosa reta de aproximadamente 18km de extensão a cerca de 3.000 metros de altitude fazia parte de um antigo caminho Inca.
A paisagem ao seu redor é fantástica, principalmente pelos enormes cactos e coloridas montanhas que compõem o cenário.
Após ter pedalado um longo trecho até atingir este ponto, o cansaço começou a tomar conta e a interminável Recta del Tin Tin pareceu, de fato, não ter fim.
Optamos então por fazer uma nova pausa, desta vez para nos hidratar e também comer algo, visando repor as energias.
Uma vez reestabelecidos voltamos à estrada.
Nos lembramos então que o casal Rene e Leidi do canal Motociclismo em Foco estava por estes dias realizando a Expedição Humahuaca, e a última postagem que eles fizeram antes de iniciarmos nossa viagem foi exatamente nesta reta, inclusive, eles lançaram uma brincadeira, deixando um presente surpresa em um determinado ponto da Recta del Tin Tin.
FredLee com seu inigualável faro e instinto de coelho curioso não tardou para localizar o regalo.
Seguindo as orientações que o casal postou em sua página no Facebook encontramos a caixinha contendo uma xícara da Expedição Humahuaca, uma mini caneca e um chaveiro da Oktoberfest de Blumenau – SC (cidade onde o casal reside) e uma simpática carta.
Parabéns Rene e Leidi pela bela viagem que vocês estão realizando, pelo desafio/brincadeira e obrigado pelos presentes!
Com o presente na mochila, seguimos a pedalada.
Vencemos a Reta do Tin Tin e iniciamos uma sequência de curvas.
Onde cada curva vencida nos proporcionava uma nova paisagem a ser contemplada, desde picos nevados, coloridas montanhas a enormes cactos.
Até que chegamos em um local repleto de carros estacionados e bastante movimentado.
No local, que fica às margens da rodovia, estão disponíveis banheiros e diversas barraquinhas onde eram vendidas peças de artesanato e itens regionais.
Ali também existem ruínas de uma antiga construção de adobe.
E é possível ter uma linda vista do Nevado de Cachi, a montanha mais alta da região Calchaqui, com uma altitude máxima de 6.380 metros acima do nível do mar.
Antes de partir do parador fizemos uma foto com um enorme cacto.
Maravilhados com tanta beleza, voltamos à ruta.
Os quilômetros seguintes foram bem tranquilos, devido a um longo declive.
Adiante nos despedimos da Ruta Provincial 33 e passamos a pedalar pela lendária Ruta 40.
Cruzamos o pequeno povoado de Payogasta.
E seguimos pela Ruta Nacional 40.
Neste momento a temperatura já estava bem mais elevada.
O que, aliado ao retorno das sapecas ladeiras, tornaram os últimos quilômetros da pedalada bastante cansativos.
Mas não desistimos e seguimos firmes com nosso foco de chegar ao destino traçado.
Lentamente avançávamos pela RN 40, saboreando e comemorando cada metro vencido.
Até que, próximo das 13 horas, exaustos mas maravilhados, cruzamos a ponte sobre as águas do Río Calchaquí e adentramos no centro de Cachi.
Após pedalar aproximadamente 62 quilômetros e descer mais de 1.000 metros atingimos nosso objetivo.
Cansados e com fome seguimos a indicação de nosso guia e fomos direto a um restaurante experimentar o prato típico local: parrilla de cabrito.
Devidamente alimentados e descansados partimos caminhar pela área central de Cachi.
Iniciamos nossa exploração pela Plaza 9 de Julio.
Onde presenciamos uma senhora tocar tambor e entoar cânticos andinos.
A pequena e charmosa Cachi é conhecida por seu legado colonial, ruas de pedras e povo acolhedor.
Em frente à praça central fica a Municipalidad de Cachi e a Iglesia San José, mais conhecida como Iglesia de Cachi.
A igreja, declarada Monumento Histórico Nacional em 1945, foi construída em meados do século XVIII a mando dos antigos proprietários da fazenda Cachi, a qual originou a atual cidade.
Construída com adobe, a igreja de Cachi tem arquitetura típica colonial, com destaque para os três sinos colocados na parte superior de sua fachada.
Em seu interior destacam-se o revestimento do teto e o mobiliário, ambos feitos com madeira de cactos.
Ao lado da Iglesia San José fica o Museo Arqueológico Pío Pablo Díaz.
Fundacíon Museo Arqueológico San José de Cachi Pío Pablo Díaz
Local: Juan Calchaquí | Centro | Cachi – Salta – Argentina
Telefone: +54 0386 849-1080
E-mail: museoarq.ppdiaz@yahoo.com.ar
Funcionamento: Terça a domingo das 9h00 às 18h00
Ingresso: $ 50
Tempo médio de visitação: 45 minutos
O Museo Arqueológico Pío Pablo Díaz, criado em 1969, possui um patrimônio arqueológico que figura todas as etapas da história pré-hispânica do Valle Calchaqui, nos proporcionando uma verdadeira volta no tempo.
Guanacos, vicunhas, alpacas e lhamas… todos são camelídeos andinos e sempre geram confusões sobre qual é qual, mas todos são muito fofos.
O nome do museu é uma homenagem a don Pío Pablo Días, natural de Cachi, colecionador e doador da base do acervo local.
A coleção do museu é formada por mais de 5.000 peças, das quais cerca de 30% estão expostas ao público e as demais devidamente armazenadas em um local propício, a disposição de historiadores e pesquisadores.
Após visitar o museu seguimos para a área mais antiga da cidade, a qual foi toda restaurada.
O pequeno centro histórico da cidade é muito agradável e proporciona uma bela caminhada.
Na sequência retornamos aos arredores da praça principal.
Passamos pelo Salon municipal.
Visitamos algumas lojas de artesanato.
E no meio da tarde voltamos a Salta pelo mesmo trajeto da ida, desta vez percorrendo todo o caminho a bordo o veículo motorizado.
Aqui vale uma observação para quem pretende conhecer a região com veículo próprio: de Salta até Cachi são aproximadamente 160km, sendo que a parte plana está toda asfaltada e do início da Cuesta del Obispo até próximo da parte mais mais alta, Piedra del Molino, o calçamento é de rípio.
São cerca de 16km de rípio em uma subida bastante íngreme com curvas bem fechadas.
Durante o retorno fizemos apenas uma pausa, no Parador El Maray.
Onde aproveiramos para experimentar outra comida típica local, buñuelos con miel.
Que estavam saborosos!
No fim do dia chegamos ao centro de Salta. Agradecemos ao Alejandro e ao Cesar por nos conduzirem com segurança durante o passeio de hoje e nos proporcionarem momentos que ficarão marcados para sempre em nossas memórias.
Trajeto percorrido no dia:
Oba! Já são 6 comentários nesta postagem!
👍🏻👍🏻👍🏻👏👏👏
✌️
Hola!!! Mas bah que lugar trilegal motociclistas aventureiros! E que coragem descer da Formosa e encarar as bikes… super massa. Quanto aos locais não há palavras para descrever o quanto é impressionante e incrível para quem só acompanha de longe imagino para vocês, deve estar sendo maravilhoso realizar esse sonho. Vocês merecem lutaram muito.para chegar até aí. Que Deus abençoe e acompanhe durante todo trajeto. E que venham mais belezas e novidades. 😘❤
Valeu! Lugares encantadores mesmo, a Expedição 2019: Salta – Jujuy – Tucumán está sendo ótima!
Que lugar sensacional! Além dos interessantes locais visitados, dá pra ver que também estão tendo uma bela viagem gastronômica. Aproveitem, amigos! Abrazos desde la isla.
Esta região é mesmo linda Fábio! Com relação à culinária, sempre que possível tentamos experimentar os pratos típicos locais, para não somente conhecer os lugares, mas também sentir seus sabores ;) Abraços.
Estamos ansiosos para ler tudo aquilo que tu tem para dizer! É chegado o momento de abrir este coração e compartilhar tua opinião, crítica (exceto algo desfavorável à imagem da Formosa), elogio, filosofar a respeito da vida ou apenas sinalizar que chegou até aqui ;)
Mas atenção, os campos marcados com * são de preenchimento obrigatório, pois assim mantemos (ou tentamos manter) o blog bonitinho, livre de robôs indevidos.
Ah, relaxe, seu endereço de e-mail será mantido sob sigilo total (sabemos guardar segredos, palavra de escoteiro) e não será publicado.