Argentina • Caacupé • Expedição 2018: Asunción - Monday • Paraguai • Presidente Franco
Dia 04: San Bernardino – Cordillera – Paraguai a Puerto Iguazú – Misiones – Argentina
24 de Dezembro, 2018Após desayunar carregamos as bagagens na Formosa e nos despedimos da agradável cidade de San Bernardino.
Assim que chegamos no trevo com a Ruta Nacional 2 passamos por um posto da Policia Caminera repleto de motos em seu pátio, parecia uma plantação de motocicletas.
Em meio a um baixo fluxo de veículos seguimos pela rodovia nacional sentido leste.
Poucos quilômetros adiante iniciamos a subida de uma serra com curvas mais fechadas, algo raro nas vias paraguaias, ao menos pelas quais havíamos percorrido até então, que eram compostas majoritariamente por terrenos planos, de longas retas e curvas bem abertas.
Nos deliciamos com algumas curvas e logo chegamos em Caacupé, cidade natal da cantora paraguaio-brasileira Perla, capital do departamento de Cordillera e considerada a “Capital Espiritual do Paraguai”.
Atualmente cerca de 55.000 pessoas residem no município de nome com origem guarani ka’aguy kupe, que significa “atrás das montanhas”, ou “atrás dos montes”.
Assim que acessamos o centro da cidade estacionamos a Formosa nos arredores da Basílica Santuario Nuestra Señora de los Milagros de Caacupé e fomos conhecer o importante templo religioso paraguaio.
O Santuario de la Virgen de Caacupé foi inaugurado em 1765 e a construção da atual igreja teve sua pedra fundamental lançada em 1945, sendo que no ano de 1980 passou a abrigar a imagem da padroeira do Paraguai.
A pequena imagem de Nuestra Señora de Caacupé, também conhecida como “A Virgem Azul do Paraguai”, é uma bela escultura em madeira de rosto delicado, olhos azuis e altura aproximada de 50cm.
Sua origem remonta ao fim do século XVI, quando um índio guarani subiu ao monte e encontrou um grupo de mbayaes, tribo que havia decidido lutar contra a colonização espanhola, portuguesa e, consequentemente, contra os guaranis.
Ele correu e encontrou um grande tronco, onde se escondeu e prometeu à Virgem que caso conseguisse se safar daquela situação iria talhar a imagem da santa no mesmo tronco usado como esconderijo.
Como é de se imaginar o índio guarani conseguiu escapar e cumpriu com sua promessa, esculpindo duas imagens da santa no grande tronco, sendo que a maior foi destinada à Igreja de Tobatí, povoado onde o nativo residia, e a outra ficou com ele, como forma de devoção pessoal.
Anos mais tarde um lago na região transbordou e alagou todo o vale, arrastando tudo o que estava em seu caminho, incluindo a imagem da santa, porém, ao retroceder as águas milagrosamente apareceu a imagem que o índio havia esculpido.
Os habitantes começaram a difundir sua devoção e a invocá-la com o nome da Virgem dos Milagres.
Em maio de 1988 o santuário recebeu a visita do Papa João Paulo II e em julho de 2015 foi a vez do Papa Francisco percorrer o local.
Durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864 – 1870) o santuário serviu como local de recolhimento e hospital, já na Guerra do Chaco (1932 – 1935) foi considerado o Altar da Pátria.
Conhecido o Santuário de Nossa Senhora de Caacupé abastecemos a Formosa e assim que deixávamos o centro de Caacupé passamos em frente a uma loja de repuestos.
Como não localizamos a lâmpada do farol traseiro da Formosa nas diversas lojas de peças para motos que visitamos em Assunção, decidimos tentar neste estabelecimento, e não é que tinha a dita cuja!
Rapidamente trocamos a lâmpada e, mais seguros e tranquilos, seguimos adelante.
Avançamos pela Ruta 2 e logo cruzamos o movimentado centro de Itacurubí de la Cordillera.
Mais alguns quilômetros e nos despedimos do departamento de Cordillera acessando o departamento de Caaguazú.
Passamos por várias casas que carne que exibiam seus produtos pendurados na área externa, diversas chiperias e alguns quiosques vendendo os mais variados produtos às margens da rodovia.
Quando chegamos em Coronel Oviedo a fome começou a bater, paramos em um posto de combustíveis e perguntamos ao frentista onde havia uma boa chiperia, para nossa surpresa, e tristeza, ele disse que as chiperias tinham ficado para trás, dali em diante não encontraríamos mais nenhuma.
Sabe aquele momento de arrependimento? Pois é, passamos por mais de 6 chiperias e optei por seguir adiante, imaginando parar em uma próxima, mais à frente… enfim, voltamos a percorrer as estradas paraguaias com fome, sem chipa e na esperança do frentista estar enganado.
Passamos por Caaguazú, capital do departamento de mesmo nome, e desta cidade em diante a Ruta Nacional 2 passa a ser duplicada, asfalto novinho, uma beleza.
Desta forma vencemos com facilidade os próximos 150km, adentramos no departamento de Alto Paraná e no início da tarde chegamos em Ciudad del Este.
Sob um calor escaldante e sem chipa (o frentista estava certo) rodamos por algumas ruas da badalada cidade fronteiriça e nos dirigimos à sua vizinha, Presidente Franco.
Presidente Franco abriga cerca de 100.000 habitantes e em seu território encontra-se uma das mais belas maravilhas naturais paraguaias, os saltos do Rio Monday.
Uma das formas de visitar os Saltos del Monday é através do Parque Aventura Monday.
Parque Aventura Monday | Saltos del Monday
Local: Saltos del Monday, Km 3 | Presidente Franco – Alto Paraná – Paraguai
Telefone: +595 982 225 225
E-mail: parqueaventuramonday@gmail.com
Site: https://www.parqueaventuramonday.com/
Funcionamento: Todos os dias das 8h00 às 18h00
Ingresso: US$ 6
Tempo médio de visitação: 1 hora
O Parque Aventura Monday conta com trilhas, restaurante, tirolesa, arquearia, rapel, rafting e dois mirantes que proporcionam uma vista privilegiada dos Saltos del Monday.
Após uma breve caminhada em meio a mata chegamos ao primeiro mirante, e o visual é de tirar o fôlego.
Conseguimos avistar de frente as cataratas do Salto Monday, que impressionaram com o alto volume e incrível força das águas.
Formado por três lindas cachoeiras no Rio Monday, os saltos nos presenteiam com uma paisagem surpreendente.
Monday vem do guarani e significa “água que rouba”, sendo Mondá (ladrão) e Y (água), remetendo a ideia de alguém que venha navegando pelo rio e repentinamente se depara com a queda, onde as águas desaparecem, como alguém às tivesse roubado.
São cerca de 40 metros de altura de pura beleza.
Passamos alguns minutos contemplando a beleza local e depois seguimos pela trilha até o restaurante.
Onde nos refrescamos com dois helados antes de continuar a caminhada até a Travessia Guarani.
Em determinado ponto do percurso é possível avistar um elevador panorâmico que fica bem ao lado da cachoeira.
A bem da verdade eu imaginava que este elevador ficava dentro do Parque Aventura Monday, mas não, trata-se de outro parque, vizinho a este, chamado Parque Saltos Monday.
Mas… como estamos neste parque, encaramos a Travessia Guarani, ao invés de curtir o elevador, e descemos cerca de 80 metros por uma escadaria em meio à mata nativa.
Vários bancos para descanso estão espalhados ao longo do percurso.
Percurso que passa bem pertinho de outra cachoeira, que percorre a montanha pela selva paraguaia até se encontrar com as águas do Rio Monday.
Entre uma pausa e outra para curtir a natureza logo chegamos às margens do Rio Monday.
Devido as chuvas dos últimos dias a força da cachoeira era impressionante.
Curtimos o local por alguns instantes, fizemos fotos e percebemos várias nuvens negras surgindo no horizonte.
Tratamos de encarar a subida da escadaria e retornamos até o estacionamento, onde a Formosa nos aguardava.
Deixamos o parque e rodamos até a balsa que faz a travessia entre Presidente Franco – Paraguai e Puerto Iguazú – Argentina, para evitar retornar ao Brasil e dar uma volta maior.
Chegamos na balsa e estava tudo fechado, afinal de contas hoje é dia 24 de dezembro, ou seja, feriado.
Fizemos o retorno e partimos ao centro de Ciudad del Este, onde fomos até a Ponte da Amizade.
Por ser feriado, as ruas estavam praticamente desertas e rapidamente fizemos o trâmite de saída do Paraguai.
Cruzamos as águas do majestoso Rio Paraná tendo a Ponte Internacional da Amizade praticamente exclusiva para nós.
Hasta pronto Paraguay!
De volta em terras brasileiras cruzamos Foz do Iguaçu e em minutos chegamos em outra fronteira, desta vez entre o Brasil e a Argentina.
Passamos pela Ponte Internacional da Fraternidade e com praticamente nenhum movimento na aduana, rapidamente fizemos os trâmites de entrada no país vizinho.
Localizamos um hotel, tomamos um banho e fomos em busca de comida, porém, não diferente do Paraguai e Brasil, praticamente todo o comércio e restaurantes estavam fechados em Puerto Iguazú – Misiones.
Por sorte encontramos um mercadinho de bairro aberto e ele foi a nossa salvação para a ceia. Feliz Natal!
Trajeto percorrido no dia:
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