No início da noite desta sexta-feira seguimos até o Aeroporto Internacional de Florianópolis, onde aguardamos alguns instantes para embarcar em um voo com destino à felicidade a uma capital estadual, a qual vamos explorar durante o fim de semana.
A cidade escolhida é rica em história, arte, cultura, gastronomia e belezas naturais.
Foi a primeira capital do Brasil, teve sua fundação no ano de 1549 e atualmente conta com aproximadamente 3.000.000 de habitantes, sendo o terceiro município mais populoso do país.
Sob a vigilância da Lua deixamos a Ilha da Magia e voamos em direção norte, mirando Salvador, na Bahia.
Mas antes de chegar no nordeste fizemos uma breve pausa no Aeroporto Internacional Tom Jobim – Galeão.
Na chuvosa noite carioca trocamos de avião e finalmente chegamos em Salvador, próximo da meia-noite.
Cansados fomos direto ao hotel, descansar para amanhã iniciar o passeio pela capital dos baianos.
Próximo das 5h30 fomos acordados por barulhos de cadeiras e mesas sendo arrastadas, seguido por batidas de pratos, copos e talheres… e desta forma descobrimos que nosso quarto fica ao lado da cozinha do hotel onde estamos hospedados.
Ficamos nos enrolando no quarto até os ponteiros do relógio marcarem 7h30, horário em que o hotel começa a servir o café da manhã, e na companhia de Finlay Santos Manning, o cachorrinho que é o mascote do local, fizemos a primeira refeição do dia.
E que refeição! Um café da manhã repleto de delícias com direito a tapioca de banana com creme de avelãs.
Devidamente alimentados iniciamos oficialmente o passeio pela capital baiana.
Caminhamos algumas quadras pelo Bairro da Barra, onde estamos hospedados.
E na sequência adentramos em um Uber, com o qual passamos a percorrer algumas movimentadas ruas e avenidas de Salvador.
Passamos pela Igreja São Joaquim.
Pela Igreja Nossa Senhora dos Mares.
Pelo Memorial Irmã Dulce.
Até desembarcarmos em frente ao primeiro atrativo do dia, a famosa Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim.
Mal desembarcamos do carro já fomos recepcionados por uma infinidade de vendedores ambulantes que rapidamente nos cercaram e nos “presentearam” com imagens de santos e fitinhas do Senhor do Bonfim.
Simpáticos, os ambulantes nos orientaram a entrar na igreja para rezar e na saída amarrar as fitinhas com três nós (fazendo um pedido em cada nó) no portão que rodeia o templo religioso.
Desta forma adentramos na igreja construída entre 1746 e 1754 para abrigar a imagem do Senhor Bom Jesus do Bonfim trazida de Lisboa em 1745.
No exato momento em que a pequena Natália era batizada nós nos encantávamos com os incríveis detalhes do ornamentado interior da igreja e seus afrescos.
Com arquitetura de estilo neoclássico e fachada em rococó, a Igreja do Bonfim segue o modelo das igrejas portuguesas dos séculos XVIII e XIX.
No ano de 1927 o papa Pio XI elevou a Igreja Senhor do Bonfim à dignidade de Basílica.
O Senhor do Bonfim é o padroeiro dos baianos e símbolo do sincretismo religioso da Bahia, motivos que explicam o fato desta igreja ser uma das mais conhecidas e visitadas de Salvador.
Anualmente o local celebra a Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim, um dos atrativos da Bahia que uniram aspectos das culturas africana e portuguesa, marcadas pela religiosidade.
Tombada como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Festa do Senhor do Bonfim ocorre todo mês de janeiro e é composta por novenas, celebração de missa, procissão pelas ruas da capital baiana, apresentações de grupos de afoxé e pela tradicional lavagem das escadarias.
O evento da lavagem das escadarias reúne cerca de duzentas baianas que esfregam os degraus da igreja com vassouras de palha e derramam sobre eles um líquido perfumado, mantendo viva a tradição realizada desde 1773, quando os escravos eram forçados a lavar a igreja para a realização da Festa do Senhor do Bonfim.
Conhecido o interior da Igreja do Bonfim amarramos as fitinhas na grade em frente ao templo.
Fitinhas, aliás, que foram criadas em 1809 com o objetivo de angariar fundos para manter o culto ao Senhor do Bonfim.
As fitinhas são também conhecidas como medidas do Senhor do Bonfim pelo fato de medir 47 centímetros, tamanho exato do braço direito da estátua do santo localizada no altar-mor da igreja.
Inicialmente as fitinhas eram feitas de forma artesanal em seda ou algodão, com o tempo a fabricação tornou-se industrial, reduzindo o seu tamanho e substituindo o material por nylon e poliéster.
As cores das fitas do Bonfim não são aleatórias, ao contrário, cada uma delas tem um significado e corresponde a um orixá, sendo: Amarelo: Oxum / Azul claro: Iemanjá / Azul escuro: Ogum / Branco: Oxalá / Preta com letras brancas: Omulu / Preta com letras vermelhas: Exu e Pomba gira / Rosa ou colorido: Ibeji(erê) e Oxumaré / Roxo: Nanã / Verde: Oxossi / Verde com letras brancas: Ossain / Vermelha: Iansã / Vermelha com letras brancas: Xangô.
Com as fitinhas amarradas na cerca descemos as escadarias da igreja e logo encontramos nossos “amigos” vendedores ambulantes, que nos aguardavam ansiosos.
Pois bem, como cada um deles nos “deu” uma lembrancinha, agora deveríamos retribuir a boa ação e comprar pelo menos um item de cada vendedor.
Detalhe que os produtos vendidos por eles são, digamos, superfaturados, haja visto que a própria fitinha do Bonfim, por exemplo, é vendida a R$ 1,00 cada, sendo que em outros locais, como na loja de artesanato na esquina em frente à igreja, é possível comprar 10 fitinhas pelo mesmo valor.
Pois bem, com os bolsos cheios de fitinhas e alguns chaveirinhos do Bonfim deixamos rapidamente o local e decidimos não aceitar mais nenhum “presente” durante nossa visita a Salvador.
Pelas pacatas ruas do bairro passamos pela Clínica Senhor do Bonfim.
E em determinado ponto da caminhada tivemos uma privilegiada vista da Orla de Salvador.
Dali conseguimos ver com nitidez o Porto de Salvador, que fica bem próximo da ponta da península que separa a Baía de Todos os Santos do Oceano Atlântico.
Na sequência passamos pelo Hospital Geral Couto Maia.
E por fim chegamos no Bairro Monte Serrat, onde um quiosque vendendo água de coco gelada atraiu toda a nossa atenção.
Degustando a refrescante e saborosa água de coco fizemos uma breve pausa no canto direito da Praia da Boa Viagem.
Praia que podemos resumir da seguinte maneira: águas calmas, areia dourada e vento… muito vento.
Praticamente ao lado da praia fica o Forte de Nossa Senhora de Mont Serrat, também conhecido como Forte de São Felipe.
O Forte de Nossa Senhora de Mont Serrat foi concluído em 1742 e é tido como uma das obras militares mais primorosas do período Brasil Colônia, tanto é que em 1957 foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O estratégico local escolhido para sua construção se deu em função da enseada de águas mansas, escondidas pelos morros que encobriam a área plana limitada na parte ocidental pela Ponta de Humaitá.
A construção, reformada várias vezes por causa de invasões históricas, ainda mantém a planta original, com seis torreões, de onde se avistavam os inimigos, e o poço d’água que abastecia os soldados.
Infelizmente o forte estava fechado, então nos contentamos com a vista exterior e seguimos para a Ponta do Humaitá.
Passamos em frente ao Parque Regional de Manutenção/6, propriedade do exército nacional.
E em instantes chegamos na Ponta de Humaitá, de onde pudemos apreciar uma linda vista da Baía de Todos os Santos.
A Baía de Todos os Santos estende-se por 1.233 km² com profundidade média de 10 metros, chegando a atingir até 70 metros em determinados pontos.
A baía era chamada de kirimurê pelos tupinambás, cujo significado é “grande mar interior”.
A origem do atual nome da baía ocorreu em 1501, quando uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos e acompanhada por Américo Vespúcio foi enviada para mapear as novas terras, descobertas um ano antes por Pedro Álvares Cabral.
A expedição chegou ao local no dia 1º de novembro, dia de Todos os Santos na tradição da religião católica.
Como na época nomeava-se todos os acidentes geográficos de acordo com os santos dos dias nos quais os mesmos eram identificados, o local foi batizado de Baía de Todos os Santos.
Na Ponta do Humaitá visitamos a pequena e charmosa Igreja e Mosteiro de Nossa Senhora de Mont Serrat.
A igreja foi fundada no século XVI, já o mosteiro veio um pouco mais tarde, no século XVII.
Assim como o Forte de São Felipe, a Igreja de Mont Serrat foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1957.
Sua torre é delicadamente revestida de azulejos e destaca-se no conjunto de pequenas proporções.
Nos fundos da igreja fica outra bela e antiga construção, datada de 1619.
E em sua frente existe um pequeno farol, localizado bem na ponta da área rochosa que invade o mar e carrega o nome de Ponta de Humaitá.
Da Ponta do Humaitá retornamos pelo mesmo caminho até a Praia da Boa Viagem.
Da agradável praia, que estava repleta de cadeiras espalhadas por sua faixa de areia, avistamos o ferry boat que faz a ligação de Salvador à Ilha de Itaparica.
Continuamos a caminhada em uma rua paralela à Praia da Boa Viagem e logo chegamos na igreja xará da praia.
A Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem foi construída entre os anos de 1712 e 1748.
Em sua fachada destacam-se os azulejos contendo o brasão da ordem franciscana.
Nas areias da Praia da Boa Viagem, em frente à igreja, chamamos um Uber e a bordo dele rodamos até o Terminal Turístico Náutico da Bahia.
O movimentado Terminal Turístico Náutico da Bahia fica nos fundos do tradicional Mercado Modelo.
Como já passavam das 14 horas e nós não havíamos almoçado, tratamos de resolver logo o problema e nem bem entramos no Mercado Modelo já fomos direto a um restaurante típico.
Ali devoramos um caruru completo com moqueca de peixe, vatapá, feijão fradinho, farofa, arroz e, claro, pimenta. Uma verdadeira delícia!
Após o verdadeiro banquete exploramos as galerias do Mercado Modelo, o maior shopping de artesanato do Brasil, que conta com 263 lojas espalhadas pelos dois pisos do prédio de estilo neoclássico construído em 1861 para ser utilizado como terceira alfândega de Salvador, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN em 1979.
De frente para o Mercado Modelo fica a Praça Visconde de Cairu, de onde é possível avistar o famoso Elevador Lacerda.
Símbolo de Salvador, o Elevador Lacerda foi inaugurado no dia 8 de dezembro de 1873 (dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia) e foi o primeiro elevador no mundo a servir de transporte público.
São 72 metros de altura que fazem a ligação entre as cidades alta e baixa, ligação esta que antes era feita através de ladeiras e bondes puxados por burros.
Um fato curioso é que duas de suas quatro cabines passam por dentro de uma enorme rocha.
Bem próximo do elevador, ainda na praça, fica o Monumento à Cidade de Salvador, inaugurado em 1970.
E em suas proximidades o Comando do 2º Distrito Naval.
Dali iniciamos uma caminhada pela Avenida Lafayete Coutinho.
Bastaram alguns passos para chegarmos na imponente Basílica Nossa Senhora da Conceição da Praia.
A construção do templo atual foi iniciada em 1736, e a magnífica igreja foi inaugurada em 1765.
A igreja foi pré-fabricada em Portugal e as pedras de cantaria que vieram do Velho Mundo já estavam devidamente numeradas, prontas para serem montadas em Salvador.
Em 1946 a igreja foi elevada à categoria de basílica menor, infelizmente ela estava fechada durante nossa passagem pelo local.
Mais adiante passamos pela longa escadaria que faz a ligação da cidade baixa com a cidade alta.
Passamos pela Bahia Marina.
E nos maravilhamos com a pequenina, mas linda, Prainha do Solar do Unhão, que é vizinha do Parque de Esculturas, atualmente fechado para reformas.
Mais adiante adentramos no Solar do Unhão.
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) | Solar do Unhão
Local: Avenida Lafayete Coutinho | Comércio | Salvador – BA
Telefone: (71) 3117-6139
Site: http://www.mam.ba.gov.br/
Funcionamento: Terça a domingo das 13h00 às 17h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 1 hora
Solar é sinônimo de mansão, termo muito usado antigamente na Bahia.
O Solar do Unhão é um conjunto arquitetônico do século XVII composto por casa, capela, senzala, armazéns e cais, o qual tinha como função principal receber e despachar a produção açucareira do Recôncavo Baiano.
Em 1943 o conjunto foi tombado pelo IPHAN e em 1966 tornou-se a sede do Museu de Arte Moderna da Bahia.
Durante nossa visita ao museu pudemos contemplar as obras de arte da exposição “Retratos do Mundo Flutuante”, do artista Chico Mazzoni.
A exposição ocorria na antiga capela consagrada à Nossa Senhora da Conceição.
A casa principal do complexo estava vazia.
Na parte inferior ficam os galpões de oficinas, banheiros, lojinha e outras áreas de exposições.
Ali vimos a exposição “Pássaros”, de Denissena.
Por fim seguimos aos fundos do Solar do Unhão.
Neste local, fundos do Solar do Unhão, acontece o JAM no MAM, projeto que leva aos finais de semana do museu uma trilha sonora especial, baseada no melhor estilo das jam sessions.
Pensamos em ficar para acompanhar as apresentações, mas o fato de ter caminhado o dia todo sob um forte calor, além de ter acordado às 5h30, nos fez desistir da ideia e permanecer no local apenas até o pôr do Sol.
As preparações para o JAM no MAM estavam a todo vapor quando o local foi destinado apenas aos participantes do evento, e nós, claro, convidados a se retirar.
Rapidamente subimos a ladeira que fica na entrada do museu e paramos em um local estratégico para acompanhar a despedida do Astro Rei.
E ali pudemos comprovar algo que muitos comentavam: o Solar do Unhão proporciona a vista do mais belo pôr do Sol da cidade de Salvador.
Um verdadeiro espetáculo da natureza, incapaz de ser transmitido em palavras.
Assim nos despedimos do primeiro dia de Salvador.
Após a enorme bola de fogo desaparecer lentamente no horizonte colorindo o céu com uma imensa quantidade de cores e tons retornamos ao hotel.
Já no local de pernoite mudamos de quarto (para um mais distante da cozinha), tomamos um revigorante banho e saímos comprar uma pizza para comer no quarto, na companhia de um bom vinho… só que não, pois ao retornar para o hotel com a pizza quentinha, o vinho escolhido a dedo e muitas águas, tocamos a campainha do estabelecimento diversas vezes sem sucesso.
Ficamos cerca de 20 minutos em frente ao hotel sem ninguém nos atender. A maioria dos vizinhos dos prédios ao lado já haviam saído para entender o que estava acontecendo, inclusive o proprietário de uma pousada vizinha, que prontamente nos convidou a entrar e degustar a pizza, que já estava fria, em sua propriedade.
Agradecemos, entramos e durante a refeição o proprietário da pousada finalmente conseguiu contato com o proprietário do hotel onde estamos hospedados. O dito cujo esta em viagem de férias e não conseguia contato com seu funcionário, que deveria estar na recepção, mas resolveu nosso problema, pois nos forneceu o código de acesso ao hotel e então conseguimos entrar no quarto e finalmente matar nossa janta, agora com vinho.
Enfim, amanhã tem mais Salvador… Pelourinho, estamos chegando!
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