Explorando Porto Alegre – RS: Encantos e Histórias da Capital Gaúcha

Buenas indiada. Bah, o domingo amanheceu afudê em Poa, né? Aham! Este dia prometia ser memorável na capital gaúcha, pois tínhamos um roteiro incrível planejado: iniciar com uma caminhada pelas vibrantes ruas centrais, explorar o emblemático Parque Farroupilha (também conhecido como Parque da Redenção), descobrir os tesouros do tradicional Brique da Redenção, maravilhar-nos com a grandiosa Catedral Metropolitana de Porto Alegre, admirar a arquitetura singular do Theatro São Pedro, capturar as belezas do Palácio Piratini e do Palácio Farroupilha, passear pela charmosa Hidráulica e pelo Parque Moinhos de Vento, e, para fechar com chave de ouro, relaxar na belíssima Orla do Guaíba.

Tchê, com este entusiasmo gaúcho, deixamos a Formosa relaxando na garagem do hotel e, após saborearmos cacetinhos tri bons no café da manhã, conhecidos Brasil afora como pão francês, fomos dar umas bandas pela capital gaúcha… mazah!

Começamos nossa exploração com uma caminhada entre fascinantes edificações históricas, mergulhando na rica história e arquitetura que Porto Alegre RS tem a oferecer.

Hospedados em um hotel no coração de Porto Alegre – RS, rapidamente nos encontramos na Rua Gonçalo de Carvalho, aclamada como “A Rua Mais Bonita do Mundo”!

Mais de 100 árvores tipuanas criam um espetacular túnel verde ao longo dos aproximadamente 500 metros de comprimento da via.

Na década de 1930, funcionários de origem alemã, que trabalhavam em uma cervejaria local, foram responsáveis pelo plantio das árvores.

Em 2006, a Rua Gonçalo de Carvalho foi oficialmente reconhecida e tombada como patrimônio histórico, cultural, ecológico e ambiental de Porto Alegre – RS, garantindo a preservação de sua beleza única e do seu valor inestimável para as futuras gerações.

A visita à Rua Gonçalo de Carvalho evocou lembranças da Rua Marechal Floriano Peixoto, localizada em Santa Cruz do Sul, também no Rio Grande do Sul, que se assemelha pela presença marcante e beleza das tipuanas que igualmente a ornamentam.

Após nossa imersiva experiência na “Rua Mais Bonita do Mundo”, o próximo destino em nossa jornada por Porto Alegre foi o Parque Farroupilha, mais conhecido como Parque da Redenção.

O Parque Farroupilha, coração verde de Porto Alegre e um dos seus espaços mais emblemáticos, estende-se por mais de 35 hectares de pura beleza e diversidade. Este parque tradicional, um verdadeiro oásis no meio da capital do Rio Grande do Sul, é pontilhado com uma variedade de atrações: monumentos históricos, recantos acolhedores, jardins meticulosamente cuidados, lagos serenos, um espelho d’água, além de um parque de diversões, quadras esportivas, uma pista de atletismo e o renomado Auditório Araújo Vianna.

Assim que chegamos ao parque, fizemos uma pausa para preparar um tereré, a bebida ideal para nos hidratar e proporcionar um alívio refrescante enquanto explorávamos a vasta área verde.

Doado à cidade em 1807, o espaço que hoje abriga o Parque Farroupilha tem uma rica história. Originalmente conhecido como Potreiro da Várzea, ou Campos da Várzea do Portão, seu nome foi alterado posteriormente para Campos do Bom Fim. Essa mudança foi influenciada pela proximidade com a Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim, refletindo a conexão do local com marcos históricos e culturais da região.

Em 1884, o local foi rebatizado como Campos da Redenção, em uma homenagem significativa à libertação dos escravos. Essa mudança de nome celebra um marco histórico importante, pois Porto Alegre distinguiu-se ao ser a primeira cidade do país a abolir a escravatura, evidenciando seu papel pioneiro na luta pela liberdade e igualdade.

Finalmente, em 1935, durante a Exposição Comemorativa do Centenário da Revolução Farroupilha, o local foi oficialmente denominado Parque Farroupilha. Esta mudança de nome não apenas honrou a memória da Revolução Farroupilha, um dos movimentos mais significativos da história brasileira, mas também marcou o espaço como um símbolo de resistência, liberdade e orgulho cultural na capital gaúcha.

Atualmente conhecido tanto por Parque Farroupilha quanto por Parque da Redenção, este espaço representa um verdadeiro pulmão verde na cidade de Porto Alegre, RS. Abrigando aproximadamente 10.000 árvores de diversas espécies, o parque é um refúgio de biodiversidade. Entre as espécies que embelezam o local, encontram-se chal-chal, pitangueira, paineira, tipuana, cocão, palmeira da califórnia, grinalda de noiva, jacarandá, ipê-roxo e cipreste. Essa diversidade botânica não só contribui para a qualidade do ar e o microclima da área, mas também proporciona um cenário colorido e variado que encanta todos os que visitam o parque.

Tombado como patrimônio histórico, cultural, natural e paisagístico de Porto Alegre em 1997, o Parque da Redenção é um museu a céu aberto que abriga 45 estátuas, construções e monumentos. Essas estruturas representam não apenas importantes capítulos da história gaúcha e brasileira, mas também aspectos da cultura europeia. Sua rica coleção contribui para a educação e o lazer dos visitantes, tornando o parque um local de imenso valor cultural e histórico na capital gaúcha.

Entre os diversos monumentos que adornam o Parque da Redenção, o Gaúcho Oriental merece destaque especial. Esta estátua captura a pose espontânea e característica do trabalhador rural gaúcho, simbolizando a essência do espírito campeiro que permeia tanto o Rio Grande do Sul quanto o Uruguai. Foi um presente da comunidade uruguaia ao parque na década de 1930, servindo como um elo de união cultural entre os dois países e homenageando a compartilhada herança gaúcha.

Além disso, o Parque da Redenção é o lar do Monumento ao Expedicionário, inaugurado em 1957. Este monumento foi erguido em honra aos integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB), uma destacada força militar composta por 25.834 bravos homens e mulheres que representaram o Brasil nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial. Este tributo permanente simboliza o reconhecimento e a gratidão às contribuições e sacrifícios feitos por esses heróis na luta pela liberdade e pela paz mundial.

A inspiração para a criação do Monumento ao Expedicionário originou-se de um concurso público promovido em 1946, idealizado para o desenvolvimento de um arco do triunfo. Esta iniciativa foi lançada pelo jornal Correio do Povo, visando homenagear de forma grandiosa os membros da Força Expedicionária Brasileira.

O projeto vencedor, que definiu a estética e o conceito do Monumento ao Expedicionário, é uma criação de Antônio Caringi, artista notável também por esculpir a icônica estátua O Laçador.

O nome atribuído por Antônio Caringi ao seu projeto vitorioso é “Altar da Pátria”, uma escolha que reflete profundamente o propósito e a reverência do monumento. Segundo o próprio Caringi, a decisão de projetar o monumento com duas aberturas, ao invés de uma passagem única, visa subverter a forma tradicional do arco. Essa inovação arquitetônica não apenas distingue o “Altar da Pátria” de outros monumentos similares, mas também simboliza uma porta aberta para a reflexão sobre a liberdade, a história e o sacrifício dos heróis nacionais, enriquecendo ainda mais o valor simbólico e estético do Parque da Redenção.

A parte posterior do Monumento ao Expedicionário apresenta uma notável estrutura de bronze, onde se destaca uma figura feminina alegórica, fortemente inspirada nas representações da deusa Atena. Esta estátua, além de adornada com armaduras, pisa sobre uma serpente, simbolizando a conquista da vitória e a manifestação da bravura.

Situado em frente ao Parque Farroupilha, o Colégio Militar de Porto Alegre ocupa um edifício majestoso datado de 1872, conhecido popularmente como Velho Casarão da Várzea.

O frontispício da construção, caracterizado pelo seu elegante estilo neoclássico, é embelezado pelas maiores estátuas de adorno presentes na cidade de Porto Alegre, RS. Essas figuras imponentes não apenas realçam a beleza arquitetônica do edifício, mas também contribuem significativamente para o patrimônio artístico e cultural da capital gaúcha.

Nas imediações do Colégio Militar de Porto Alegre encontra-se a Capela do Divino Espírito Santo, uma construção realizada no período de 1929 a 1935. Esta capela representa um importante elemento do patrimônio histórico e espiritual da cidade, marcando a paisagem local com sua arquitetura distintiva e sua atmosfera de tranquilidade e reflexão.

Além disso, a região abriga a bela Igreja do Santíssimo Sacramento e de Santa Teresinha de Lisieux, um verdadeiro tesouro arquitetônico e espiritual. Esta igreja, dedicada a duas figuras de profunda veneração na fé católica, destaca-se por sua magnífica construção e pelos detalhes artísticos que adornam tanto seu interior quanto sua fachada.

Inaugurada em 1931, a Igreja do Santíssimo Sacramento e de Santa Teresinha de Lisieux é uma obra-prima do estilo neogótico, caracterizada por uma decoração interna requintada, que inclui esculturas e frisos detalhadamente trabalhados

Aos domingos, a Avenida José Bonifácio, situada em frente ao Parque Farroupilha, se transforma com a realização do tradicional Brique da Redenção. Este evento semanal é um verdadeiro ponto de encontro cultural, onde artesãos, colecionadores e vendedores de antiguidades expõem seus produtos.

Inspirado na renomada Feira de Tristán Narvaja, em Montevidéu, Uruguai, o Brique da Redenção teve seu início em março de 1978, originalmente batizado como Mercado de Pulgas. Composta inicialmente por apenas 40 expositores focados em antiguidades, a feira se expandiu consideravelmente ao longo dos anos. Hoje, todos os domingos, das 9h às 17h, uma vasta gama de expositores, abrangendo desde artesanato e antiguidades até artes plásticas e gastronomia, se congrega neste espaço icônico de Porto Alegre, RS.

O Brique da Redenção se consolidou como um dos símbolos emblemáticos de Porto Alegre, uma cidade vibrante com aproximadamente 1.500.000 habitantes, situada a meros 10 metros acima do nível do mar.

Após explorarmos o tradicional Brique da Redenção, fizemos nosso caminho de volta ao Parque Farroupilha, buscando um momento de descanso e apreciação da serenidade que o parque oferece. Este retorno nos permitiu mergulhar ainda mais na atmosfera tranquila e revitalizante do espaço, proporcionando uma pausa bem-vinda após a agitação e as descobertas culturais do dia.

Minutos depois, continuamos nossa caminhada até alcançarmos a Ponte de Pedra, conhecida também como Ponte dos Açores.

A Ponte de Pedra, como a conhecemos hoje, foi inaugurada em 1848, substituindo uma anterior estrutura de madeira que havia sido erguida praticamente no mesmo local em 1825.

Situada no Largo dos Açorianos, a Ponte dos Açores fica próxima ao Monumento aos Açorianos, uma estrutura moderna que presta homenagem aos 60 casais açorianos que se estabeleceram em Porto Alegre em 1752. Este monumento, além de ser um marco visual impressionante por sua concepção artística contemporânea, simboliza a contribuição significativa desses imigrantes no desenvolvimento inicial da cidade.

Retomando nossa jornada pelas ruas centrais de Porto Alegre, passamos em frente ao icônico Cine Theatro Capitólio. Inaugurado em 1928, este emblemático espaço cultural representa um marco na história da cidade, destacando-se por sua arquitetura imponente e por ter sido palco de inúmeras manifestações artísticas ao longo dos anos.

Após o Cine Theatro Capitólio, nosso passeio nos levou às escadarias do Viaduto Otávio Rocha. Este emblemático viaduto não é apenas um importante eixo de conexão viária em Porto Alegre, mas também se destaca como um dos principais cartões postais da cidade.

A imponente estrutura de concreto armado do Viaduto Otávio Rocha, com três vãos que atravessam uma das regiões mais movimentadas da cidade, foi inaugurada em 1932. Os detalhes e adornos que decoram a estrutura remetem ao esplendor e à elegância de Porto Alegre no início do século XX, oferecendo aos visitantes uma verdadeira viagem no tempo. As escadarias do viaduto, em particular, proporcionam uma vista privilegiada da cidade, permitindo observar a dinâmica urbana e sentir o pulsar da história que flui pelas ruas da capital gaúcha.

Após superarmos a escadaria do Viaduto Otávio Rocha, nos deparamos com uma instituição histórica significativa: o primeiro museu do Rio Grande do Sul. Fundado em 1903 e originalmente batizado de Museu do Estado, esse espaço representa um marco cultural e educacional na trajetória do estado.

Em 1907, o museu foi rebatizado com o nome pelo qual é conhecido atualmente: Museu Júlio de Castilhos. Essa mudança foi uma homenagem ao ex-presidente do Rio Grande do Sul, reconhecendo sua importância e contribuição para a história e cultura do estado.

O acervo do Museu Júlio de Castilhos encontra-se distribuído em dois antigos casarões situados na Rua Duque de Caxias: o primeiro, no número 1.231, foi erguido em 1887, enquanto o segundo, no número 1.205, data de 1918. Essas construções históricas não só abrigam parte significativa do patrimônio cultural do Rio Grande do Sul, mas também são elas próprias testemunhas da evolução arquitetônica e social de Porto Alegre.

A história do casarão de 1887, localizado no número 1.231 da Rua Duque de Caxias, é marcada por tragédias pessoais: tanto Júlio de Castilhos quanto sua esposa, Honorina, encontraram seus finais trágicos dentro de suas paredes. Esses eventos sombrios contribuíram para que o prédio fosse envolto em lendas urbanas e considerado por muitos como mal-assombrado, adicionando uma camada de mistério e fascínio ao Museu Júlio de Castilhos.

O Museu Júlio de Castilhos abriga uma impressionante coleção, contendo mais de 10.000 itens que abrangem diversas épocas e locais significativos para a narrativa histórica do Rio Grande do Sul. Infelizmente, durante nossa passagem, o local estava fechado, assim sendo, não pudemos apreciar a riqueza de seu acervo, tampouco atestar sua assombração.

Situada a uma curta distância do Museu Júlio de Castilhos, encontra-se outro marco emblemático de Porto Alegre: a Catedral Metropolitana. Este magnífico templo não apenas se destaca na paisagem urbana pela sua incrível arquitetura, mas também serve como um importante centro espiritual e cultural para a cidade.

Iniciada em 1921, a edificação da suntuosa Igreja Matriz Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre é um marco no panorama arquitetônico da cidade. A conclusão deste monumental projeto, no entanto, estendeu-se até 1986, refletindo o cuidado e a dedicação investidos em cada detalhe da sua construção.

A Catedral Metropolitana de Porto Alegre, um esplêndido exemplo do estilo neorrenascentista, foi concebida pelo talentoso arquiteto italiano Giovanni Battista Giovanele.

A fachada da Catedral Metropolitana de Porto Alegre é adornada por um impressionante conjunto de mosaicos que exibe aproximadamente dez mil nuances de cores. Esta obra-prima foi idealizada por Dom Antônio Cheuiche, bispo de Santa Maria e Porto Alegre, e meticulosamente executada pela renomada Academia de Mosaicos do Vaticano.

Dentro das imponentes torres da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, repousam seis magníficos sinos, cada um com o impressionante peso de aproximadamente 3.800kg.

A escolha estratégica do local para a construção do templo religioso inspirou o arquiteto a criar uma cúpula de proporções notáveis, destinada a capturar a atenção dos fiéis e marcar a paisagem. Alcançando uma altura imponente de 65 metros e um diâmetro interno de 18 metros, a cúpula da Catedral Metropolitana de Porto Alegre não apenas domina o horizonte da cidade como um ponto de referência espiritual e arquitetônico, mas também serve como um convite visual aos visitantes e à comunidade local, para explorar o sagrado interior e se envolver com o espaço de adoração.

A Igreja Matriz Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre se estende por 80 metros de comprimento e oferece assentos para aproximadamente 1.100 pessoas, projetada para acolher uma vasta congregação. Em nossa visita, infelizmente encontramos o templo fechado, o que nos impediu de explorar seu interior e apreciar a grandiosidade e beleza que abriga.

Ao caminhar pela acolhedora Rua Dom Sebastião, entre a imponente Catedral Metropolitana de Porto Alegre e o histórico Palácio Piratini, encontramos um tributo permanente a uma figura marcante da política brasileira: uma estátua de bronze dedicada a Leonel Brizola. Brizola não apenas serviu como governador do Rio Grande do Sul, mas também governou o estado do Rio de Janeiro, deixando um legado profundo na história política do Brasil.

O Palácio Piratini, sede do poder executivo do Rio Grande do Sul e também residência oficial do governador, se destaca como um dos símbolos arquitetônicos mais emblemáticos do estado. Este edifício majestoso não só testemunhou inúmeros eventos históricos significativos, mas também reflete a rica herança cultural e política gaúcha. Sua arquitetura imponente e seu papel central na administração estadual o tornam um marco indispensável para quem deseja compreender a essência e a história do estado gaúcho.

Inaugurado em 1921, o Palácio Piratini exibe um elegante estilo neoclássico, uma escolha de design meticulosa do renomado arquiteto francês Maurice Gras. Este prédio não só serve como um símbolo do poder executivo do Rio Grande do Sul, mas também como uma obra-prima arquitetônica que reflete a influência europeia na estética urbana de Porto Alegre. A escolha do estilo neoclássico para o Palácio Piratini destaca a busca por uma expressão de solidez, ordem e beleza, elementos que harmonizam perfeitamente com a sua função central na vida política e cultural gaúcha.

Embora o interior do luxuoso Palácio Piratini normalmente esteja aberto para visitação, permitindo aos visitantes admirar de perto sua rica decoração e arquitetura imponente, o acesso ao local está temporariamente fechado devido à pandemia.

Adjacente ao Palácio Piratini, encontra-se o edifício mais antigo de Porto Alegre – RS, erguido em 1790. Originalmente, esta construção histórica foi projetada para abrigar a Provedoria da Real Fazenda, desempenhando um papel fundamental na administração financeira da região naquele período. Hoje, este edifício não só se destaca por sua antiguidade, mas também como um testemunho da arquitetura colonial e da importância de Porto Alegre como centro administrativo desde os tempos coloniais.

A região circundante à Praça Marechal Deodoro, que fica em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre, é marcada por uma notável concentração de edifícios históricos. Essa área é um verdadeiro mosaico arquitetônico, onde cada construção antiga conta uma parte da história da capital gaúcha.

O Solar dos Câmara, erguido entre os anos de 1818 e 1824, é um exemplar marcante da rica herança histórica e cultural da cidade.

A moderna estrutura do Palácio Farroupilha, sede do parlamento gaúcho inaugurado em 1967, apresenta um interessante contraste com as edificações históricas que circundam a Praça Marechal Deodoro, como o Solar dos Câmara.

Este edifício, caracterizado por sua arquitetura contemporânea, simboliza o progresso e a evolução política do Rio Grande do Sul. Localizado no coração de Porto Alegre – RS, o Palácio Farroupilha não apenas serve como o centro das atividades legislativas do estado, mas também como um marco da modernidade e inovação arquitetônica. A sua presença, ao lado de prédios de valor histórico, reflete a rica tapeçaria cultural e a diversidade arquitetônica que definem a capital gaúcha, enfatizando a coexistência harmoniosa entre o antigo e o moderno.

No coração da Praça Marechal Deodoro, amplamente conhecida como Praça da Matriz, atualmente em um processo de revitalização e reforma, se destaca um imponente monumento dedicado a Júlio de Castilhos, uma obra artística concebida pelo renomado Décio Villares. Esta homenagem a uma das figuras políticas mais influentes do Rio Grande do Sul, responsável por moldar o cenário político estadual no final do século XIX, simboliza o respeito e a admiração pela liderança e visão de Castilhos.

Situada na Praça Marechal Deodoro, a configuração urbana oferece um contraste arquitetônico e cultural singular: de um lado, a imponente Catedral Metropolitana, com sua majestosa presença neorrenascentista, e do outro, o Theatro São Pedro, um dos mais antigos e importantes teatros do Brasil, que se destaca por sua arquitetura neoclássica e sua programação cultural diversificada.

Inaugurado em 1858, o Theatro São Pedro possui um interior capaz de acomodar 650 espectadores. Esta joia arquitetônica não só se destaca por sua beleza estética, mas também pelo papel crucial que desempenha na vida cultural da capital gaúcha, servindo como palco para uma ampla gama de apresentações artísticas, desde óperas e concertos até peças de teatro e eventos culturais, atraindo tanto moradores quanto visitantes em busca de uma experiência cultural enriquecedora na capital gaúcha.

Vizinho do Theatro São Pedro, o Palácio da Justiça se destaca na paisagem urbana de Porto Alegre como um exemplo emblemático da arquitetura moderna no Rio Grande do Sul. Construído entre os anos de 1953 e 1968, esse edifício é um marco pelo movimento arquitetônico que representa e também por seu papel fundamental na administração da justiça estadual. Com linhas limpas e design inovador, o Palácio da Justiça simboliza a modernização e o progresso, contribuindo significativamente para o patrimônio histórico e cultural da capital gaúcha.

Situada estrategicamente atrás do Palácio da Justiça, encontra-se a Biblioteca Pública do Estado, uma instituição de suma importância para a cultura e educação em Porto Alegre, RS.

Desde a sua inauguração em 1877, com um modesto acervo inicial de 1.809 obras, a Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul vem desempenhando um papel crucial na disseminação do conhecimento e na promoção da cultura em Porto Alegre.

No primeiro ano, a biblioteca já havia atraído 1.483 leitores, um número impressionante para a época. Hoje, após décadas de dedicação ao enriquecimento de seu acervo, a instituição orgulha-se de contar com uma coleção de aproximadamente 240 mil volumes, abrangendo uma vasta gama de temas e áreas do conhecimento. Além disso, a biblioteca continua a ser um ponto de encontro para a comunidade, recebendo cerca de 50.000 visitas anuais.

O imponente casarão de três andares que abriga a Biblioteca Pública do Estado, projetado pelo arquiteto Alphonse Herbert, é uma verdadeira obra de arte arquitetônica em estilo neoclássico. Sua fachada é meticulosamente adornada com bustos de figuras históricas de grande relevância, escolhidos entre os patronos do calendário positivista. Personalidades como Aristóteles, Júlio César, Carlos Magno, Guttemberg e Descartes são homenageadas, refletindo a importância desses ícones nas diversas áreas do conhecimento humano.

Após visitar a Biblioteca Pública do Estado do RS, seguimos nosso percurso até nos depararmos com o antigo Palácio do Governo, coloquialmente conhecido como “Forte Apache”. Este apelido peculiar reflete o aspecto imponente e a natureza estratégica de sua localização, características que evocam a fortaleza homônima dos filmes de faroeste.

O edifício, que outrora serviu como centro do poder executivo estadual, permanece como um marco histórico e arquitetônico significativo em Porto Alegre, simbolizando uma era importante na história política e social do Rio Grande do Sul.

Continuando nossa exploração pelo centro histórico de Porto Alegre, nos dedicamos a capturar a essência das construções de época que se alinham pelas ruas, cada uma contando sua própria história através de fachadas, detalhes arquitetônicos e a aura de tempos passados.

Fotografar esses marcos não apenas nos permite preservar a memória visual da cidade, mas também destacar a rica herança cultural que a capital gaúcha mantém através de seus edifícios históricos.

Finalizando nossa caminhada pelo centro histórico de Porto Alegre – RS, decidimos nos deslocar até um dos pontos mais charmosos e pitorescos da cidade: a Hidráulica Moinhos de Vento. A bordo de um Uber, desfrutamos do conforto e da conveniência dessa opção de transporte, enquanto nos dirigíamos até esse emblemático local.

O Jardim do Dmae, situado no coração do bairro Moinhos de Vento, abriga a imponente estação do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), vital para o fornecimento de água de qualidade para 14 bairros de Porto Alegre – RS. Esse oásis verde, mais conhecido como Jardim da Hidráulica Moinhos de Vento, destaca-se não apenas por sua importância funcional, mas também por ser um espaço de lazer, cultura e beleza incomparável.

Com sua arquitetura histórica, áreas verdes bem cuidadas e um ambiente que respira tranquilidade, o Jardim do Dmae é um convite aberto à população para desfrutar de momentos de serenidade e conexão com a natureza, bem no meio da agitação urbana.

Um histórico e charmoso chafariz adornado por quatro estátuas que representam os principais afluentes do Guaíba, destaca-se no Jardim da Hidráulica Moinhos de Vento, conferindo um toque de mitologia e história ao local. As figuras femininas, ou Ninfas, simbolizam os rios Caí e Sinos, enquanto as masculinas, referidas como Netunos, representam os rios Jacuí e Gravataí. Essas estátuas, juntamente com uma outra que simbolizava o lago Guaíba no local do atual chafariz, formam um conjunto escultural de grande significado cultural e histórico para Porto Alegre, RS.

Originalmente instalado em 1866 na Praça da Matriz como o mais antigo monumento público da cidade, com a função de fornecer água potável à população, esse conjunto escultural foi meticulosamente esculpido em mármores de Carrara. A estética clássica das peças, idealizada pelo renomado arquiteto italiano José Obino, confere uma atmosfera de elegância e tradição ao Jardim da Hidráulica Moinhos de Vento.

Em 2014, essas estátuas, que antes embelezavam a Praça Dom Sebastião, no bairro Independência, foram cuidadosamente transferidas para seu atual lar, agregando valor histórico e artístico ao espaço. Além do chafariz e das estátuas emblemáticas do Jardim da Hidráulica Moinhos de Vento, destacam-se duas notáveis construções históricas.

Uma delas, edificada em 1928, exibe uma arquitetura inspirada no magnífico Palácio de Versalhes, caracterizando-se pelos seus traços ecléticos positivistas. A segunda, a torre da antiga casa de filtros, construída em 1910 e desativada em 1969. Esta estrutura, que outrora desempenhou um papel crucial no processo de filtragem e abastecimento de água para Porto Alegre, hoje se ergue como um símbolo do avanço tecnológico e do cuidado com os recursos naturais.

Após explorar as maravilhas do Jardim da Hidráulica Moinhos de Vento, retomamos nossa caminhada e atravessamos a Rua Fernando Gomes, carinhosamente apelidada de “Calçada da Fama”.

Essa rua pitoresca e cheia de personalidade é conhecida por abrigar uma série de estabelecimentos comerciais, restaurantes e bares que a tornam um ponto de encontro animado para moradores e visitantes. Seu charme peculiar, aliado à sua vibrante vida noturna e à diversidade de opções gastronômicas, faz da Rua Fernando Gomes um verdadeiro ícone da vida urbana em Porto Alegre. Ao passear por suas calçadas, é possível sentir a energia pulsante da cidade e desfrutar de um pouco da sua autenticidade e estilo únicos.

Em seguida, nossa jornada nos levou ao Parque Moinhos de Vento, carinhosamente conhecido pelos moradores como “Parcão”.

Inaugurado em 1972 e estendendo-se por mais de 11 hectares, o Parque Moinhos de Vento é um verdadeiro complexo de lazer ao ar livre, oferecendo uma diversidade de atividades para todos os gostos e idades. Os visitantes podem usufruir de uma ampla pista de caminhada, áreas dedicadas à patinação, bem como quadras esportivas para futebol, tênis e vôlei. Além disso, o parque dispõe de um parque infantil, garantindo a diversão das crianças, e de aparelhos de ginástica ao ar livre, permitindo que os frequentadores mantenham a forma enquanto desfrutam do contato com a natureza.

Logo após nossa chegada ao Parque Moinhos de Vento, os céus começaram a sinalizar uma mudança no tempo, com os primeiros pingos de chuva delicadamente marcando sua presença.

Mesmo sob a chuva persistente, decidimos percorrer boa parte do Parcão, mergulhando na atmosfera serena e revigorante que permeia suas paisagens. Enquanto caminhávamos pelas suas alamedas sinuosas, pudemos apreciar a beleza natural que o parque oferece, com seu amplo lago refletindo os delicados pingos de chuva e suas margens adornadas por uma profusão de árvores majestosas.

Além de suas características naturais encantadoras, o Parque Moinhos de Vento reserva uma surpresa adicional aos seus visitantes: uma réplica de um moinho açoriano, evocando os primeiros tempos do bairro e da cidade. Este moinho, que ecoa os traços arquitetônicos dos antigos moinhos que um dia pontuaram a paisagem, abriga a Biblioteca Infantil Ecológica Maria Dinorah.

Este espaço cultural único oferece uma experiência educativa e lúdica para as crianças, promovendo o amor pela leitura e pelo meio ambiente de maneira criativa e interativa. Em meio à serenidade do Parcão, esta biblioteca se destaca como um ponto de encontro para a imaginação e a aprendizagem, proporcionando momentos de descoberta e inspiração para as gerações futuras.

Depois de aproveitar momentos agradáveis no Parque Moinhos de Vento e esperar que a chuva desse uma trégua, retomamos nossa caminhada exploratória pelas pitorescas vias de Porto Alegre, RS.

As ruas, repletas de charme próprio da capital gaúcha, convidam a descobertas contínuas, oferecendo um mosaico vibrante de cultura, arquitetura e história. A cada passo, revelam-se facetas únicas da cidade, desde construções históricas até expressões contemporâneas de arte e vida urbana.

Logo nos deparamos com a Praça Júlio de Castilhos com seus jardins bem cuidados, bancos sombreados e uma atmosfera serena, convidativa a momentos de relaxamento e contemplação.

Ao deixar a Praça Júlio de Castilhos, nossos passos nos guiaram, quase como por magia, de volta à rua considerada a mais bonita do mundo, mas agora, estávamos explorando sua outra extremidade.

A Rua Gonçalo de Carvalho, com sua alameda de árvores imponentes que formam um túnel verde vivo, parece diferente a cada visita, oferecendo novas sombras, luzes e perspectivas que capturam a essência da beleza natural em meio ao urbano.

O encantamento se renova ao caminhar por este trecho, revelando detalhes antes não notados e proporcionando uma experiência única de conexão com a cidade. A presença de pedestres que também se deixam levar pela beleza do lugar, parando para fotografar ou simplesmente admirar a vista, reforça a sensação de estar em um lugar verdadeiramente especial.

Chegar às instalações da antiga Cervejaria Continental foi como fechar um círculo em nossa jornada pelo coração de Porto Alegre, RS. Esse local histórico, outrora vibrante com a produção de cerveja, hoje serve de elo com o passado, especialmente pela ligação com a “Rua Mais Bonita do Mundo”. Foi aqui que trabalharam os responsáveis por plantar as árvores que tanto embelezam aquela rua, transformando-a no cartão-postal vivo que apreciamos hoje.

O imponente edifício, uma verdadeira joia da arquitetura, foi projetado por Theo Wiedersphan. Inaugurado em 1911, foi construído a pedido da família Bopp para abrigar a Cervejaria Bopp Irmãos.

A história da cerveja em Porto Alegre tomou um rumo significativo em 1924, quando ocorreu a união estratégica das cervejarias Bopp Irmãos, Ritter e Becker-Sassen para formar a Cervejaria Continental. Esta fusão nasceu da necessidade de competir com as outras quinze fábricas de cerveja que prosperavam na cidade, demonstrando a importância e o dinamismo do setor cervejeiro na capital gaúcha na época.

Em 1946, a Brahma adquiriu as instalações da Cervejaria Continental, marcando o início de uma nova era para o local. A produção de cervejas continuou sob o comando da Brahma até 1998, quando a empresa decidiu mudar sua sede para instalações mais modernas no município de Viamão, RS.

Em 1999, o antigo local da Cervejaria Continental recebeu o status de patrimônio histórico da cidade, um reconhecimento da sua importância cultural e arquitetônica para Porto Alegre, RS.

Hoje, essa edificação histórica encontrou nova vida e propósito ao se transformar no Shopping Total, um centro de compras que mantém viva a memória do local, ao mesmo tempo em que serve como um espaço moderno de lazer, compras e entretenimento para residentes e visitantes.

Com o fim do dia se aproximando, decidimos aproveitar mais uma vez a deslumbrante vista do entardecer na Orla do Guaíba. Essa experiência única é uma verdadeira celebração da beleza natural e da tranquilidade que encontramos às margens do majestoso lago.

Mesmo com o céu encoberto por nuvens carregadas, despedir-se do dia na Orla do Guaíba é uma experiência incrivelmente relaxante e agradável.

O ambiente tranquilo e a atmosfera serena proporcionam um refúgio da agitação da vida urbana, permitindo-nos apreciar a beleza da natureza mesmo em condições climáticas menos favoráveis.

Observar os pássaros recolhendo-se para enfrentar a escuridão noturna, os barcos desenhando amplas ondas no Guaíba, e o céu alterando suas cores de forma surpreendente e consecutiva é uma experiência cativante.

Esses momentos capturam a transição do dia para a noite de uma maneira que nos convida a refletir sobre a beleza e a constante mudança da natureza.

Sem presenciar o pôr do sol devido à nebulosidade, e com a noite caindo gradualmente, nos despedimos da Orla do Guaíba passado pelo Monumento Supercuias, uma instalação marcante inaugurada em 2004.

Este monumento, com sua presença imponente e design único, destaca-se mesmo sob a luz difusa da noite.

Incialmente, confesso que houve uma certa demora para identificar que as estruturas representavam, de fato, cuias de chimarrão. A princípio, surgiram algumas interpretações equivocadas, levando-me a pensar que se tratavam de super tetas ou algo similar.

Parece que o cansaço do dia finalmente bateu. Melhor encerrar a exploração da capital gaúcha por aqui e retornar ao hotel.

Acompanhados pela presença serena da Lua, trilhamos nosso caminho de volta para descansar. Afinal, o amanhã nos reserva a despedida da vibrante capital gaúcha.