Dia 26: Parque Nacional da Serra dos Órgãos | Teresópolis – RJ
A segunda-feira amanheceu encoberta por nuvens em Teresópolis – RJ, mas sem chuva.
Decidimos então ficar mais um dia na cidade e voltar ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos para percorrer algumas trilhas que deixamos de fazer no último sábado.
Parque Nacional da Serra dos Orgãos – Parnaso – ICMBio | Sede Teresópolis
Local: Avenida Rotariana | Bairro do Alto | Teresópolis – RJ
Telefone: (21) 2152-1100 | (21) 2642-4072
E-mail: icmbioteresopolis@icmbio.gov.br
Site: https://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/
Funcionamento: Todos os dias das 8h00 às 17h00
Ingresso: R$ 21,00
Tempo médio de visitação: 9 horas
De volta ao parque seguimos até o primeiro estacionamento, onde deixamos a Formosa curtindo um ar puro.
Com as mochilas carregadas com água mineral e bananas iniciamos a caminhada do dia pela Trilha da Primavera.
A pequena trilha, com aproximadamente 500 metros de extensão, segue por dentro da mata preservada.
Devido às fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias, inclusive na última noite, o percurso estava bastante molhado e com várias folhas e pequenos galhos no solo.
Nada que atrapalhasse a caminhada, então seguimos curtindo o belo passeio com a cautela necessária.
Logo chegamos ao fim da trilha, que se encerra em uma bifurcação.
Seguindo para a direita volta-se para a estrada que corta o Parnaso, enquanto a esquerda acessa outra trilha, a Trilha 360.
Optamos pela Trilha 360, um percurso circular que conta com duas ramificações, uma que leva até o Mirante Mozart Catão e Alexandre Oliveira e outra até o Mirante Cartão Postal.
A extensão total da Trilha 360 é de 2.600 metros, podendo ser elevada para 4.000 metros caso percorrida as duas ramificações que levam aos mirantes.
O percurso segue em meio a Mata Atlântica.
Pequenos córregos, muitos pássaros e uma infinidade de flores completam o cenário.
Alguns minutos e vários passos depois chegamos na Fonte Othon Leonardos.
A linda queda d’água leva o nome em homenagem a um dos três experientes alpinistas brasileiros que protagonizaram uma das mais trágicas e dramáticas mortes ocorridas no Aconcágua.
Em 1998 uma avalanche levou Mozart Harstenviter Camua, o Catão que dá nome a uma das trilhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e que foi o primeiro brasileiro a atingir o Everest, a desaparecer nos precipícios da Parede Sul da montanha mais alta fora da Ásia, com 6.961 metros de altitude.
Seus companheiros, Othon Leonardos e Alexandre Oliveira, sobreviveram ao choque e ficaram pendurados por uma corda, mas padeceram mais tarde de frio.
Assim que chegamos ao mirante que presta homenagem aos dois alpinistas teresopolitanos (Mozart Catão e Alexandre Oliveira) uma forte névoa surgiu repentinamente.
Nos possibilitando ver parcialmente a cidade de Teresópolis e nos impedindo de ver o Parque Estadual dos Três Picos, que fica aos fundos.
Após recarregar as energias com as bananas e nos hidratar com água voltamos a caminhar.
Passamos por uma área repleta de palmito-juçara, espécie ameaçada de extinção pelo corte indiscriminado.
E com várias espécies de cogumelos, uma mais linda que a outra.
Pelo que nos informaram o melhor período para explorar o Parque Nacional da Serra dos Órgãos é durante o outono e inverno, quando ocorre a chamada temporada de montanhismo.
Durante a temporada de montanhismo as chances de obter uma visão plena das montanhas são grandes, ao contrário da primavera e verão, quando a junção da elevada quantidade de chuvas, alta umidade da Mata Atlântica e o choque térmico local resultam na rápida e constante formação de névoas.
Cercados pela neblina avançamos pela maravilhosa trilha que conta com algumas curvas tão fechadas que nos lembraram da Rodovia Ubatuba-Taubaté, a qual percorremos no décimo terceiro dia da Expedição 2020: Belas Rotas.
Entre uma curva fechada e outra, mas sem raspar as pedaleiras, avançamos até o Mirante Borandá.
Assim que chegamos no mirante que fica voltado para a Serra dos Órgãos e para a cidade do Rio de Janeiro a chuva começou a cair.
Com baixa visibilidade nos sentamos no banco do mirante e durante alguns minutos nos beneficiamos da paz do local, acompanhada pelo silêncio interrompido apenas pelas fortes gotas da chuva caindo na mata, o som das folhas balançando nas árvores e dos pássaros cantando alegremente.
De corpo e alma lavados avançamos pela florida trilha, uma das vantagens e espetáculos proporcionados durante a primavera.
Logo chegamos na bifurcação onde tivemos que optar em seguir para a saída da trilha ou subir até o Mirante Cartão Postal.
Como conhecemos o Mirante Cartão Postal em nossa visita ao parque nacional no sábado e o tempo estava completamente fechado devido à neblina, optamos por caminhar em direção à saída.
Cruzamos por enormes árvores, dentre elas vários jequitibás.
E na sequência retornamos à Estrada da Barragem, via que cruza boa parte do parque e por onde circulam os veículos.
Caminhamos alguns metros pela estrada de calçamento, que fica bastante escorregadia quando molhada.
E adentramos na Trilha Poço Dois Irmãos.
A pequena trilha segue a maior parte de seu trajeto costeando o Rio Beija-Flor.
Em determinados momentos cruza algumas áreas bem fechadas pela densa floresta, mas com o caminho muito bem demarcado.
Aliás, todas as trilhas do parque são bem demarcadas e sinalizadas, contando com diversos mapas espalhados pelos percursos, evitando o pânico até mesmo em aventureiros menos experientes como os que vos narram o relato.
Em minutos chegamos ao belo Poço Dois Irmãos, um ótimo ponto para banho.
A piscina natural formada pelas águas do pedregoso Rio Beija-Flor é de uma beleza ímpar.
Devido à pandemia está proibido entrar nas cachoeiras e poços, então admiramos a beleza local por alguns instantes, fizemos várias fotos e seguimos adiante.
Avançamos pelo trajeto que margeia o belo rio e por fim chegamos ao Poço do Castelo.
O tranquilo e belo poço fica a cerca de 100 metros do portão de entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Ali fizemos uma breve pausa para descanso em meio a toda tranquilidade e agradável som da queda d’água do pequeno rio.
O fim do dia já se aproximava quando nos despedimos do Parnaso tendo em mente retornar assim que possível (na próxima vez durante o período da temporada de montanhismo), não somente para percorrer as mesmas trilhas que fizemos durante a Expedição 2020: Belas Rotas, mas também para percorrer a Trilha da Pedra do Sino (que possui uma extensão de 11km) e, que sabe, fazer a travessia Petrópolis-Teresópolis, que deve ser sensacional.
E como o parque fica a cerca de 2 quilômetros do Mirante do Soberbo não poderíamos ir para o hotel sem antes dar uma passadinha pelo belvedere, na esperança de hoje conseguir avistar a majestosa Serra dos Órgãos do local.
Desta forma rodamos até o mirante, o qual contava com a presença de algumas pessoas, mas novamente a cadeia montanhosa estava praticamente toda coberta pela densa névoa.
Acompanhados pela nebulosidade voltamos ao hotel para descansar, pois amanhã pegamos estrada novamente.