Aparecida • Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • São Paulo
Dia 16: Aparecida – SP
13 de Novembro, 2020Hoje tiramos o dia para conhecer alguns atrativos da cidade de Aparecida – SP, e começamos pela Igreja de Monte Carmelo, atualmente denominada Basílica Velha.
Inaugurada em 1888, a Basílica Velha de Aparecida conta com arquitetura barroca e teve sua fachada e duas torres finalizadas antes mesmo da nave principal e altar serem construídos.
A esfera da cruz e o galo que estão no topo de cada torre foram confeccionados pelo artista João Júlio Gustavo.
O galo traz a representação do despertar para a fé.
O relógio localizado na fachada da igreja é de 1906 e veio da Alemanha.
Como reconhecimento do valor cultural da primeira Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em 1982 ela foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
A porta principal da basílica estava fechada (devido à pandemia), sendo permitida a entrada apenas pela porta lateral da direita.
Uma vez no interior do templo religioso nos foi permitido circular até o altar, onde pode-se observar uma réplica perfeita da imagem original, e então sair pela porta lateral da esquerda.
O nicho onde fica a imagem de Nossa Senhora Aparecida na Basílica Velha foi doado em 1911 pela viúva do general Neiva, do Rio de Janeiro.
Produzido na Alemanha, o nicho é de metal dourado por dentro, com duas portinhas enfeitadas com pedras preciosas e dois anjos em prata.
Na nave central da igreja existem dois púlpitos de madeira, com adornos em talha dourada, vindos da Bahia.
O teto central conta com pinturas que retratam os principais milagres de Nossa Senhora Aparecida e são de autoria do alemão Thomas Driendl.
Após a breve passagem pelo interior da Basílica Velha caminhamos pela Praça Nossa Senhora Aparecida.
E adentramos na Galeria Recreio, de onde parte a Passarela da Fé.
Inaugurada em 1971, a Passarela da Fé une a Basílica Velha ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida através de seus 392,2 metros de comprimento e 35,52 metros de altura em sua parte mais alta.
Uma vez no maior santuário do mundo dedicado à Maria, passamos ao lado de seu campanário, composto por 13 sinos.
Cada um dos sinos é dedicado a um dos 12 apóstolos e homenageiam bispos e cardeais que marcaram a história da padroeira do Brasil desde 1717.
O 13º sino, maior em tamanho, é dedicado a Virgem de Aparecida e a São José, e também homenageia a Família Campanha dos Devotos.
A pedra fundamental da Basílica Nova foi lançada em 10 de setembro de 1946, mas o início efetivo da construção ocorreu apenas no ano de 1955.
Em 1980 seu altar foi consagrado pelo Papa João Paulo II, que lhe outorgou o título de Basílica Menor.
Em 1983 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – declarou, oficialmente, a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional.
A Capela das Velas, construída na década de 1970, conta com um sistema no qual em determinados períodos do dia a base onde as velas são depositas é aquecida, o que faz com que a cera derreta e seja levada por tubos para o subsolo da basílica, onde novamente é resfriada, transformada em placas e enviada à reciclagem.
Assim como o Nicho de Nossa Senhora Aparecida, a Capela das Velas é um dos locais mais visitados do Santuário Nacional.
Localizado na Nave Sul, o Trono de Nossa Senhora Aparecida está em um grande totem dourado, “vestida de Sol”, como diz a citação do livro do Apocalipse.
Aproveitamos o momento em que uma missa era realizada para se aproximar da imagem original do século dezessete.
A imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, feita em barro paulista, tem 36 centímetros de altura, pesa 2,50 kg e está entronizada em um nicho com detalhes em pastilhas de porcelana pintadas a ouro.
No dia 16 de maio de 1978 Rogério Marcos de Oliveira avançou em direção à santa durante uma missa realizada na Basílica Velha, saltou a uma altura de dois metros até o cofre de ouro com frente de vidro, onde estava a santinha, quebrou o vidro e pegou a imagem de Nossa Senhora.
O homem correu até a rua e, apesar de ser alcançado por um guarda, conseguiu derrubar Nossa Senhora no chão.
Na mesma hora Rogério foi mandado para a prisão e a imagem, quebrada em 200 pedaços, para o Museu de Arte de São Paulo (Masp).
A artista plástica Maria Helena Chartuni foi a responsável por restaurar a imagem em milagrosos 33 dias.
Atualmente a imagem é escoltada por um vidro blindado que pesa 205 kg a quatro metros do solo.
A santinha foi encontrada por três pescadores no Rio Paraíba do Sul (primeiro encontraram o corpo e na sequência sua cabeça), em um local bem próximo do Santuário Nacional, no ano de 1717.
Embora tenha sido encontrada no dia 17 de outubro de 1717, desde 1953 o dia da padroeira do Brasil é comemorado em 12 de outubro.
A escolha pela data não foi aleatória, ela condiz com o descobrimento da América (12/10/1492), a aclamação de Pedro I como imperador do Brasil (12/10/1822) e a inauguração da estátua do Cristo Redentor (12/10/1931).
Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua principal padroeira em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI.
Ela é tida como o primeiro símbolo realmente brasileiro e de alcance nacional, antes mesmo de existir em nosso país um hino (1822) ou uma bandeira nacional (1889).
Não houve um batismo oficial da santa, mas como ela foi encontrada (apareceu) nas águas do rio, o povo a chamava de aparecida, o termo ganhou inicial maiúscula e virou nome próprio.
Aliás, diferente do que ocorreu em Fátima, Lourdes ou Guadalupe, não foi a cidade que cedeu o nome para a santa, mas sim a santa que, no dia 17 de dezembro de 1928, emprestou seu nome para a cidade.
É muito provável que a imagem tenha ido parar no fundo do Rio Paraíba do Sul depois de quebrada e atirada por algum fiel, para evitar mau agouro.
Pelas características da obra e material utilizado em sua confecção, acredita-se que seu autor tenha sido o frei carioca Agostinho de Jesus, discípulo do mais respeitado artesão da época, o português Agostinho da Piedade.
Como a santa está grávida, ela representa Nossa Senhora da Conceição, promovida padroeira de Portugal em 1646 por Dom João IV.
Duas hipóteses debatem o tom escuro da escultura, uma sugere que a causa tenha sido o lodo do Rio Paraíba do Sul, e outra defende a exposição da imagem à fumaça de candeeiros, velas e tochas por 28 longos anos.
O manto azul e a coroa de ouro de 24 quilates, cravejada de diamantes, que vestem a imagem foram doados pela princesa Isabel em 1884.
No Centro de Apoio ao Romeiro, que abriga um dos maiores estacionamentos da América Latina, com 285 mil m² e capacidade para mais de 6 mil veículos, 380 lojas, uma ampla praça de alimentação, 874 banheiros, ambulatório médico, socorro mecânico, achados e perdidos, central de informações e outros, havia uma exposição de motos da Polícia Rodoviária Federal.
Dentre as máquinas expostas estava uma clássica Lambretta dos anos 1960.
As icônicas R90/6 da BMW e a CB 750 Four da Honda.
E claro, não poderiam faltar as Harley-Davidson Road King, tradicionais motos de patrulha.
Vistas as motos, seguimos para o Morro do Presépio.
Inaugurado em 2006, o Morro do Presépio possui mais de 70 esculturas que representam o nascimento de Jesus, o encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul e atrações como gruta, cascatas, lago e mirante.
Todas as peças tem tamanho natural e foram feitas em cimento.
A idealização e concepção do projeto do Morro do Presépio é do padre Ronoaldo Pelaquim, e as peças são obra de Alexandre Moraes.
Ali também existe um Marco da Paz, igual ao que vimos em Chapecó – SC.
O alto do Morro do Presépio proporciona uma bela vista do Santuário Nacional.
Após fazer algumas fotos e curtir o visual do local voltamos ao Centro de Apoio ao Romeiro.
Onde fomos almoçar.
Devidamente alimentados seguimos para outro atrativo, desta vez o Memorial da Devoção Nossa Senhora Aparecida.
Memorial da Devoção Nossa Senhora Aparecida
Local: Avenida Doutor Júlio Prestes | Ponte Alta | Aparecida – SP
Telefone: (12) 3104-3536
E-mail: comercial@memorialdadevocao.com.br
Site: https://www.memorialdadevocao.com.br/
Funcionamento: Segunda a quinta das 9h00 às 17h00 | Sexta das 9h00 às 17h30 | Sábado das 8h00 às 18h00 | Domingo das 7h00 às 18h00
Ingresso: R$ 25,00
Tempo médio de visitação: 1 hora
O complexo turístico compõe as seguintes atrações: Cine Padroeira, Museu de Cera, Cantinho dos Devotos Mirins, espaço para exposições e uma loja de artigos religiosos.
Primeiro fomos ao Cine Padroeira, onde assistimos o filme “A História de Nossa Senhora Aparecida”, uma obra multimídia que conta a trajetória de fé e devoção à padroeira do Brasil, desde o encontro da imagem nas águas do Rio Paraíba, até os dias atuais.
Depois passamos pela sala de exposições, onde delicadas peças estavam sendo exibidas.
E por fim adentramos no Museu de Cera.
O primeiro museu de cera do mundo dedicado à Nossa Senhora reúne mais de 60 estátuas em tamanho natural.
As peças estão divididas em 20 cenários, que recriam os principais acontecimentos relacionados à imagem da santa venerada por milhões de devotos no Brasil e no mundo.
As estátuas, feitas em tamanho natural, foram produzidas por ateliês especializados e retratam com realismo: santos, papas, imperadores, presidentes, religiosos e personalidades contemporâneas.
Do Memorial da Devoção caminhamos até a Sala das Promessas, que fica no subsolo do Santuário Nacional.
Os devotos de Nossa Senhora Aparecida vem ao santuário para pedir e agradecer por graças recebidas.
Uma das formas de agradecer e homenagear a santa é trazer ex-votos, palavra que deriva da expressão “ex-voto suscepto” em latim, que significa “por um voto alcançado”.
O segundo lugar mais visitado da Casa da Mãe Aparecida foi inaugurado em 1974 e recebe todos esses ex-votos, que são objetos, fotos, cartas e testemunhos de fé dos devotos.
Atualmente a Sala das Promessas recebe aproximadamente 19 mil ex-votos por mês, sendo que no mês de outubro esse número chega a 30 mil.
Dali embarcamos no Bondinho de Aparecida.
Bondinho de Aparecida
Local: Avenida Doutor Júlio Prestes | Ponte Alta | Aparecida – SP
Telefone: (12) 3104-3470
E-mail: comercial@bondinhoaparecida.com.br
Site: https://bondinhoaparecida.com.br/
Funcionamento: Segunda a sexta das 9h30 às 16h30 | Sábado e domingo das 9h00 às 17h00
Ingresso: R$ 30,00
Tempo médio de visitação: 1 hora
Composto por 47 bondinhos, cada um com capacidade para 6 pessoas sentadas, os bondinhos aéreos de Aparecida ligam o Santuário Nacional ao Morro do Cruzeiro.
O percurso tem uma extensão de 1.170 metros e um desnível de 120 metros.
Além de poupar uma caminhada até o alto do morro, os bondinhos proporcionam uma bela vista da cidade e da Rodovia Presidente Dutra.
Ao desembarcar no alto do Morro do Cruzeiro nos deparamos com uma torre com 30 metros de altura.
Em seu topo fica uma cruz de 23 metros, moldada em aço.
A vista do local, que abriga também uma lanchonete, é sensacional.
Conseguimos ver praticamente toda a cidade de Aparecida com o enorme Santuário Nacional em destaque.
Também é possível subir ao alto da torre, que tem em seu último andar um mirante, acessado através de dois elevadores panorâmicos.
O mirante proporciona uma vista de 360° de toda a região.
Após nos encantar com a vista, voltamos ao santuário.
Onde fomos explorar o interior da Basílica de Aparecida.
O projeto da igreja data de 1947 e é assinado pelo arquiteto Benedito Calixto Neto.
Quando apresentado ao Vaticano, o projeto foi julgado como brilhante pela comissão examinadora.
A Basílica de Aparecida é a segunda maior igreja do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O templo religioso tem capacidade para abrigar 30.000 pessoas e impressiona pela sua grandiosidade e riqueza em detalhes.
O baldaquino, que é um conjunto de quatro colunas que sustentam a cúpula, é uma verdadeira obra de arte.
Suas quatro colunas levam os olhares para o alto e representam os biomas brasileiros.
34 painéis, de autoria do artista sacro Cláudio Pastro, estão espalhados pelas quatro naves e relatam importantes momentos para a fé católica.
Os vitrais foram feitos para valorizar o ambiente com seu efeito decorativo, artístico e espiritual, já que cada nave possui um significado que incide diretamente sobre o altar.
O interior da basílica conta ainda com cinco capelas: Capela das Velas, Capela do Batismo, Capela São José, Capela do Santíssimo e Capela da Ressurreição.
Da basílica seguimos ao seu subsolo, onde estavam expostos 24 quadros, cada um representando uma santa, sua origem e de qual país, ou países, ela é padroeira.
Nossa Senhora da Caridade do Cobre (Cuba), Nossa Senhora da Assunção (Panamá), Nossa Senhora de Altagrácia (Republica Dominicana), Nossa Senhora da Paz (El Salvador), Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Haiti), Nossa Senhora de Guadalupe (México e América Latina).
Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Brasil), Nossa Senhora de Fátima (Guiana e Suriname), Nossa Senhora La Purissima (Nicarágua), Nossa Senhora de Suyapa (Honduras), Nossa Senhora da Salete (Dominica), Nossa Senhora de Sipária (Trindade e Tobago).
Nossa Senhora de Copacabana (Bolívia), Nossa Senhora das Mercês (Peru), Nossa Senhora de Chiquinquirá (Colômbia), Nossa Senhora de Luján (Argentina), Nossa Senhora do Carmo (Chile).
Nossa Senhora dos Anjos (Costa Rica), Nossa Senhora do Rosário (Guatemala), Nossa Senhora da Divina Providência (Porto Rico), Nossa Senhora de Caacupê (Paraguai), Nossa Senhora dos Trinta e Três (Uruguai), Nossa Senhora de Coromoto (Venezuela), Nossa Senhora da Apresentação De El Quinche (Equador).
Na sequência fomos conhecer o Mirante da Torre Brasília.
O mirante fica no último andar da torre, que possui 16 andares, mede 109 metros de altura (com a cruz), foi construída em 1961 e doada pelo, então presidente da república, Juscelino Kubitschek.
Com 324 metros quadrados, do local é possível ter uma linda vista de toda a região.
Face sul: Serra do Mar e Presépio; face norte: Serra da Mantiqueira e Rio Paraíba do Sul; face leste: Morro do Cruzeiro e Via Dutra; face oeste: Serra da Mantiqueira, Rio Paraíba do Sul e Porto do Itaguaçu.
Na sequência visitamos o Museu Nossa Senhora Aparecida, que não pode ser fotografado e conta com exposições permanentes e temporárias sobre diversas temáticas, tendo como plano de fundo a história da devoção a padroeira do Brasil.
Por fim subimos explorar a Cúpula Central.
A cúpula de 70 metros de altura abriga um mosaico entregue em outubro de 2017, o qual retrata a árvore da vida e pássaros da fauna brasileira, é formado por cerca de 5 milhões de pastilhas instaladas em uma área que soma 2 mil metros quadrados.
Dela conseguimos ter uma visão privilegiada do interior da Basílica e podemos ver em detalhes cada coluna do seu baldaquino.
O baldaquino nordeste traz a representação da fauna e da flora predominante da região sudeste, destacando o bioma Mata Atlântica.
Sua vegetação é conhecida principalmente por sua exuberância e diversidade. A palmeira, espécie chave desse bioma, é caracterizada na obra de Cláudio Pastro. A variedade de cores e elementos demonstram a exuberância da flora e fauna.
No baldaquino noroeste são representadas a fauna e a flora da região nordeste.
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A obra mostra também a flora do centro oeste, trazendo características do Cerrado.
Estão representadas no baldaquino sudoeste as espécies de animais e plantas da região norte (Bioma Amazônia).
O bioma ocupa 40% do território nacional e compreende a maior biodiversidade em uma floresta tropical no planeta. Cláudio Pastro ao criar a concepção desse fantástico bioma trouxe animais exóticos e ameaçados de extinção, além de uma rica vegetação onde é predominante o verde.
A Mata das Araucárias é presença marcante na obra do baldaquino sudeste.
Espécie do bioma Mata Atlântica já ocupou cerca de 2,6% do território nacional e como outras espécies brasileiras vem sendo degradada em função do corte ilegal de árvores. Além dessa belíssima árvore que pode chegar a 30 metros de altura, a obra destaca alguns animais da região sul do Brasil, onde predomina os biomas Mata Atlântica e Pampa.
Com a imagem da padroeira do Brasil nos despedimos desta sexta-feira 13 (debaixo de chuva, afinal de contas enquanto estávamos na cúpula da basílica uma forte chuva teve início, com direito a queda de energia elétrica no templo religioso).
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Parabéns pela riqueza de detalhes e pelas lindas fotos.
Valeu, obrigado :)
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