Brasil • Expedição 2020: Belas Rotas • Paraty • Rio de Janeiro
Dia 14: Paraty – RJ
11 de Novembro, 2020Hoje iniciamos nossa caminhada pela área central de Paraty – RJ partindo da Praça Presidente Pedreira.
A praça, que fica de frente para a rua que delimita o centro histórico da cidade (leste) com a parte nova (oeste), tem em seu centro um chafariz construído em 1851.
Dali caminhamos até a Capela de Santa Cruz de Gragoatá.
Localizada às margens do Rio Perequê-Açú, a pequena capela é popularmente conhecida como Capela da Generosa pois foi construída por iniciativa da Dona Maria Generosa no ano de 1901, em memória a um escravo liberto de nome Theodoro, que se afogou no rio em uma Sexta-Feira Santa.
Na sequência cruzamos a Ponte do Pontal sobre as águas do Rio Perequê-Açú.
Passamos em frente à prefeitura municipal.
E em logo chegamos na Praia do Pontal.
A praia de areias claras e macias é repleta de grandes árvores que, além de proporcionar sombra, dão um charme a mais ao local.
Diversos quiosques, restaurantes e lanchonetes estão espalhados ao longo da praia mais próxima do centro da cidade.
Após percorrer toda a extensão da praia subimos até o alto do Morro da Vila Velha, que separa as praias do Pontal e do Jabaquara e abriga o Forte Defensor Perpétuo.
Ali um simpático guia de quatro patas nos aguardava ao lado do portão de entrada.
Seguindo o guia percorremos uma pequena trilha em meio à mata de onde eventualmente era possível avistar partes de Paraty.
Em minutos chegamos na edificação construída em 1703 e reformada em 1822.
Forte Defensor Perpétuo
Local: Avenida Orlando Carpinelli, 440 | Pontal | Paraty – RJ
Telefone: (24) 3373-1038
E-mail: mfdpp@museus.gov.br
Funcionamento: Terça a domingo das 9h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 1 hora
O Forte Defensor Perpétuo foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo IPHAN em 1957 e desde 1989 abriga o Centro de Artes e Tradições Populares.
Infelizmente, devido à pandemia, o único forte ainda em pé de Paraty estava fechado, tendo disponível à visitação apenas seu pátio externo.
Onde estão expostos diversos canhões do tipo padrão “12 tiros”, que atiravam uma bala pesando aproximadamente 6kg, alçando 2.000 metros de distância, usando 2kg de pólvora.
Eles foram amplamente usados no mar e na terra entre os anos de 1730 e 1860.
A poucos passos da praça de armas, onde estão os canhões, existe um rochedo de frente para o mar.
Sob um calor escaldante nos despedimos do forte e seguimos até a Praia do Jabaquara.
Assim como na Praia do Pontal, a Praia do Jabaquara é repleta de quiosques que dispõem de cadeiras, bancos e espreguiçadeiras sob a sombra das inúmeras árvores, de frente para o mar.
Escolhemos um desses bancos, pedimos um refrescante suco natural e, acompanhados pelo nosso mais novo amigo (o guia do Forte Defensor Perpétuo), passamos alguns minutos curtindo tamanha tranquilidade e beleza.
Depois percorremos toda a extensão da Praia do Jabaquara, famosa por suas lamas medicinais.
E por fim retornamos até o Rio Perequê-Açú, onde nos despedimos do nosso amigo, que nos acompanhou até a ponte.
Nas margens do rio avistamos diversos barcos que realizam passeios turísticos pelas inúmeras e belas ilhas da Baía de Paraty.
Dentre os barcos estava o Senna, o único no qual o valor do passeio condizia com nossa realidade financeira.
Chegamos mais perto do barco e ao constatar que ele estava praticamente submerso optamos por adiar nosso passeio pelas águas da baía para outra oportunidade, e de preferência com outra embarcação.
Cruzamos novamente a Ponte do Pontal e fomos até a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.
Hoje as portas da igreja matriz estavam abertas.
E pudemos conhecer seu interior que ostenta um notável e altíssimo arco cruzeiro de cantaria simples e sete altares laterais.
A igreja fica em frente à Praça Monsenhor Hélio Pires, mais conhecida como Praça da Matriz, o núcleo mais antigo de Paraty.
Da praça caminhamos até a Rua Fresca.
Nesta rua, de frente para o mar, fica a casa onde viveu o Príncipe Dom João de Orleans Bragança, neto da Princesa Isabel e bisneto do imperador Dom Pedro II.
Atualmente o sobrado de 1830 é moradia de seu filho, Dom João Henrique de Orleans e Bragança.
O verde da bandeira brasileira desde a independência em 1822 e dos detalhes desta casa é a cor da Casa Real de Bragança.
Após fotografar a histórica construção voltamos a caminhar pelo centro histórico de Paraty, onde algumas ruas estavam encobertas pelas águas provenientes da maré alta.
Esse sistema utilizado pelos portugueses na construção de Paraty (deixando as ruas no nível do mar com uma inclinação voltada para seu centro, formando um “V”, e as casas um nível acima) tinha como função aproveitar a invasão das águas da maré alta para limpar a sujeira acumulada nas ruas, onde ficavam os estrumes de cavalos e burros de cargas e também era despejado o esgoto.
Reza a lenda que as sinhás da época, para evitar que os escravos olhassem para dentro das casas através das janelas muito baixas, pediram para colocar pedras irregulares no calçamento, assim eles deveriam olhar para baixo evitando quedas e tombos.
Verdade ou não é fato que devemos caminhar com bastante cuidado pelo calçamento pé-de-moleque, em especial durante a noite, debaixo de chuva e após degustar alguma (ou algumas) taças de vinho.
Enfim, o encantador centro histórico da cidade é um verdadeiro museu a céu aberto.
Caminhar por suas estreitas ruas de pedra em meio ao casario colonial de 33 quarteirões nos faz voltar no tempo e imaginar o período áureo da cidade.
E um ótimo local para se inteirar sobre a história local é o antigo casarão de 1754 localizado na Rua Dona Geralda, número 194.
Que abriga a Casa da Cultura de Paraty desde 2003.
Casa da Cultura de Paraty
Local: Rua Dona Geralda, 194 | Centro Histórico | Paraty – RJ
Telefone: (24) 3371-2800
E-mail: faleconosco@casadaculturaparaty.org.br
Site: https://www.casadaculturaparaty.org/
Funcionamento: Terça a sábado das 12h00 às 18h00
Ingresso: Gratuito
Tempo médio de visitação: 1 hora
Ali ficamos sabendo que em 2019 Paraty e Ilha Grande (Angra dos Reis – RJ) receberam o título de Patrimônio Mundial Misto no Brasil pela UNESCO devido à sua cultura e biodiversidade.
Ao todo são 38 bens mundiais mistos em todo mundo, porém, o caso de Paraty e Ilha Grande é especialmente importante por se tratar de um bem vivo, o primeiro de toda a América Latina.
Na região há outros sítios na mesma categoria, mas são ruínas, como Machu Picchu no Peru.
A Casa da Cultura de Paraty conta com um auditório, café cultural, diversas salas de exposições e uma agenda repleta de projetos educativos e culturais.
O Salão Nobre, principal espaço expositivo do local, fica no segundo andar.
Na ocasião a ampla sala abrigava a exposição “Saberes e Fazeres: Armazém Paraty” que retratava, através de objetos, fotografias e textos, os diversos ciclos da cidade.
O segundo piso do museu também proporciona uma vista dos sobrados vizinhos por um outro ângulo.
Após conhecer um pouquinho mais da história paritiense, deixamos o museu.
Percorremos alguns quarteirões do centro histórico.
E como Paraty é uma cidade que respira arte e cultura, logo nos deparamos com outro espaço artístico, desta vez o Atelier do Dalcir.
Ali pudemos acompanhar o mestre Dalcir Ramiro modelar e dar vida a uma obra de arte.
Apaixonado pela arte, o artista aprendeu com antigas paneleiras o processo indígena de trabalhar a argila, manipular a forma e queimar a cerâmica. Consagrado como talentoso escultor, atualmente desenvolve técnicas próprias com os mais variados materiais.
O fim do dia se aproximava quando a agitada vida noturna do centro histórico de Paraty começava a ganhar vida.
E após caminhar por vários quilômetros nos despedimos desta cansativa, mas extremamente proveitosa, quarta-feira.
Oba! Já são 2 comentários nesta postagem!
Muito bem colocado como sempre uma verdadeira aula de Cultura…belas fotos…Parabéns…
Valeu, abraços…
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