Dia 02: Urubici – SC a Lauro Muller – SC
A sexta-feira amanheceu ensolarada em Urubici – SC!
Ao menos no centro da cidade, pois assim que passamos a rodar pela SC-370 carregadas nuvens cinzentas começaram a surgir.
Antes de chegarmos na chuva (ou da chuva nos encontrar) decidimos parar e colocar as capas.
E já que paramos, aproveitamos para fotografar o belo cenário ao redor da rodovia.
Capas colocadas, seguimos adiante.
Rodamos poucos quilômetros até chegar no primeiro atrativo do dia, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes.
A gruta fica em uma área bem arborizada no distrito de Santa Terezinha.
Com a Formosa estacionada, caminhamos cerca de 100 metros até avistar uma espécie de igreja a céu aberto.
E o fundo desta igreja é justamente a gruta natural cercada por grandes paredões de pedra.
No centro da formação rochosa existe uma queda d’água, que supera os 10 metros de altura.
A gruta abriga a imagem de Nossa Senhora de Lourdes desde 1944.
E recebe inúmeros fiéis em diversas épocas do ano, em especial no mês de outubro, quando ocorre a Romaria da Penitência.
A parte mais alta da gruta proporciona uma bela vista do local.
Gruta conhecida, voltamos a rodar com a Formosa tendo como destino o Morro da Igreja.
Visitamos o Morro da Igreja em 2017 (relembre aqui), mas o local é tão bonito que vale a pena retornar sempre que possível.
O Morro da Igreja fica dentro do Parque Nacional de São Joaquim, a visitação ao local é gratuita e para fazê-la basta pegar a autorização de acesso ao parque (algo que fizemos ontem) no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, que fica no centro da cidade de Urubici.
Com as autorizações em mãos seguimos até a entrada do parque, torcendo para o tempo colaborar.
Passamos pela guarita de acesso ao parque e tudo indicava que o tempo estaria ótimo para contemplarmos a vista oferecida pelo Morro da Igreja.
Morro da Igreja – Pedra Furada
Local: Parque Nacional de São Joaquim | Urubici – SC
Telefone: (49) 3278-4994
E-mail: parna.saojoaquim@icmbio.gov.br
Site: www.icmbio.gov.br/parnasaojoaquim
Funcionamento: Todos os dias das 8h00 às 17h00
Ingresso: Gratuito
*Obs.: é necessário pegar autorização no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, na Rua Pedro Bernardo Warmling, 1542, centro de Urubici – SC.
Tempo médio de visitação: 1 hora
Doce ilusão… poucas curvas adiante uma densa neblina passou a nos envolver.
Não bastasse a neblina, uma chuva fina começou a cair, acompanhada por fortes ventos.
E desta forma chegamos ao topo do Morro da Igreja: sem muita visibilidade (pra não dizer visibilidade nula), molhados e com frio, muito frio!
Frio causado não apenas pela chuva, vento e neblina, mas também pelo fato do Morro da Igreja estar a 1.822 metros acima do nível do mar, o que o torna o ponto mais alto habitado no sul do Brasil.
Uma curiosidade é que o centro da cidade de Urubici fica em uma altitude inferior a 900 metros e a apenas 30km de distância do Morro da Igreja.
Enfim… agora o topo do Morro da Igreja conta com um belo mirante e áreas de estacionamento, algo que não existia em 2017.
Do novo mirante é possível apreciar uma vista incrível de toda a região (juro!).
Além de proporcionar a vista de um dos ícones naturais catarinenses: a Pedra Furada (que deveria aparecer na foto acima).
Aguardamos alguns minutos, mas a chuva e a neblina insistiram em permanecer.
O lado positivo é que agora conhecemos o local em duas situações adversas: nublado em 2017 e agora como vocês podem acompanhar pelas fotos.
Esperamos experimentar uma terceira variação na próxima visita: Sol com céu azul.
Visto Visitado o Morro da Igreja iniciamos a descida e, ironicamente, a neblina, a chuva e os ventos fortes cessaram no mesmo local onde haviam iniciado quando subimos.
Vai entender… assim que passamos pela guarita do Parque Nacional de São Joaquim entramos em uma estrada à esquerda, toda asfaltada, que nos levou até o Restaurante e Pousada Cascata Véu de Noiva.
Restaurante e Pousada Cascata Véu de Noiva
Local: Estrada geral Morro da Igreja, Km 6,5 | Urubici – SC
Telefone: (49) 3236-1110
E-mail: reservas@urubiciveudenoiva.com.br
Site: http://urubiciveudenoiva.com.br/
Funcionamento: Terça a domingo das 8h00 às 17h00
Ingresso: R$ 10,00
Tempo médio de visitação: 3 horas
A famosa Cascata Véu de Noiva fica em uma propriedade particular, a qual abriga cabanas para hospedagem, restaurante e trilhas em meio à mata.
O principal atrativo do local, claro, é a esbelta Cascata Véu de Noiva, que fica a cerca de 150 metros do restaurante.
A queda d’água de aproximadamente 62 metros de altura é de uma beleza ímpar.
A água cristalina se destaca na escura formação rochosa de basalto e escorre suavemente até formar uma pequena e bela lagoa em sua base.
Da Cascata Véu de Noiva em diante uma trilha suspensa, na qual as placas indicam que a partir dali o local não é mais propriedade do Restaurante e Pousada Cascata Véu de Noiva, segue em meio à mata nativa.
Dela conseguimos avistar a Cascata Véu de Noiva por outro ângulo.
Mais à frente a trilha segue por uma área repleta de xaxins, alguns enormes.
Na sequência passamos pela tirolesa do Parque de Aventura Morro da Igreja, caminhamos alguns metros por uma estrada de terra e por fim entramos em outra trilha.
Trilha que segue pelo Cânion do Xaxim Gigante.
Além de ser mais íngreme, afinal começamos a caminhada pela parte alta do cânion, esta trilha é mais fechada e estava bastante escorregadia, provavelmente devido à chuva da noite anterior.
Uma beleza para se fazer com os trajes de motoqueiros malvadões: calça de cordura e jaqueta de couro (pois é, deveríamos ter deixado as jaquetas na Formosa).
Pelo menos estávamos sem os capacetes.
Pois bem… conforme avançávamos o som de uma forte queda d’água ficava mais nítido.
E em questão de minutos ficamos frente a frente com uma magnífica cachoeira, a Cascata das Três Irmãs.
A linda cascata impressiona, não somente por sua altura (não localizei esta informação em nenhum local), mas por estar rodeada por enormes paredões rochosos.
A sensação de estar dentro de um cânion e ainda contar com uma queda d’água destas é incrível.
O sopro do vento acompanhado pelo cantar dos pássaros e pela água batendo nas pedras tornava o lugar de uma paz única.
Ali nos sentamos, nos hidratamos, apreciamos tamanha beleza natural e agradecemos.
Minutos depois nos despedimos do local e voltamos pelo mesmo caminho até chegar na área da tirolesa, onde entramos em outra trilha.
Esta mais tranquila, passa ao lado do topo da Cascata das Três Irmãs.
E segue até a Cachoeira dos Namorados.
A Cachoeira dos Namorados tem cerca de 35 metros de altura, forma um belo poço para banho e fica a poucos metros do início da Cascata das Três Irmãs.
De alma lavada (corpo não pois a água estava muito fria) retornamos ao restaurante, onde nos deliciamos com um dos pratos típicos da região: truta. E de quebra pudemos almoçar admirando uma linda gralha azul.
Após o almoço retornamos ao centro de Urubici pela rodovia SC-370.
Cruzamos o centrinho da cidade.
E seguimos pela SC-110 sentido São Joaquim, até parar a Formosa às margens da rodovia estadual para contemplar um cenário de tirar o fôlego.
Em determinada curva bem fechada da rodovia, poucos quilômetros após o centro da cidade, fomos presenteados com uma vista sensacional da Cascata do Avencal, que encanta com seus mais de 100 metros de queda livre.
O local onde paramos para fotografar a cachoeira símbolo do município é o estacionamento do Guardião do Avencal Bar e Café.
Além do bar e café o estabelecimento abrange em sua área externa um sítio arqueológico declarado patrimônio nacional, formado por gravuras rupestres com figuras humanas, de animais e geométricas.
Sítio Arqueológico Morro do Avencal 1 – Guardião do Avencal Bar e Café
Local: Rodovia SC-110, Km 380 | Morro do Avencal | Urubici – SC
Telefone: (49) 99985-1172
E-mail: tiaguul@hotmail.com
Funcionamento: Segunda, terça, quinta, sexta e sábado das 9h00 às 19h00 | Domingo das 9h00 às 20h00
Ingresso: R$ 10,00
Tempo médio de visitação: 1 hora
O Sítio Arqueológico Morro do Avencal 1 era um local de rituais dos povos nativos que habitaram a região desde aproximadamente 2 mil anos até o início do século XX.
As inscrições rupestres ocupam uma área de aproximadamente 120 metros quadrados e estão agrupadas em 4 diferentes painéis dispostos por 40 metros no sentido norte-sul ao longo do paredão de arenito.
Para a confecção dos desenhos as pessoas envolvidas no ritual preparavam a rocha esculpindo uma moldura para delimitar a gravura.
Em seguida as incisões eram feitas por picoteamento, abrasão e/ou polimento da superfície da rocha.
A dureza da rocha, a dificuldade de produção e a forma das figuras reforçam a ideia de ritual em sua elaboração.
Estudos recentes indicam que alguns desenhos foram pintados com uma tinta composta de uma mistura de carvão vegetal e cera de abelha, dando uma coloração preta nas incisões das figuras.
Uma característica que faz do Sítio Arqueológico Morro do Avencal 1 um lugar único na arte rupestre do planalto sul brasileiro é a presença de máscaras antropomórficas.
Os significados dos grafismos ainda não estão totalmente esclarecidos, mas a semelhança entre a arte rupestre encontrada no Sítio Arqueológico Morro do Avencal 1 e os desenhos encontrados nos artefatos cerâmicos em outros sítios arqueológicos dos povos Jê do Sul reforça a conexão entre esses lugares.
Nas proximidades das inscrições rupestres existem algumas cavernas.
Assim que o FredLee viu uma das cavernas já pulou pra dentro… deve ser o instinto de coelho, não pode ver uma toca que se apossa.
Enquanto isso a Sayo e eu fizemos um sorteio para ver quem entraria e quem ficaria na posição de guardião na entrada da caverna.
Por sorte perdi o sorteio (ou ganhei, não sei) e ela foi a premiada, afinal, alguém tinha que adentrar na estreita caverna para fotografar seu interior.
De dentro para fora uma luz no fim do túnel… no caso da caverna.
Na sequência subimos até outra caverna, essa com a entrada bem ampla.
E de lá pudemos contemplar a beleza ao redor por outro ângulo.
Na sequência nos despedimos do Guardião do Avencal e poucos metros à frente paramos no Mirante de Urubici.
E do mirante nos despedimos desta maravilhosa cidade.
Valeu Urubici, até a próxima!
Seguimos pela SC-110 sentido sul acompanhando o vai e vem de carregadas nuvens.
E apreciando os belos cenários ao redor da rodovia estadual.
Até que, com o fim do dia chegando acompanhado por nuvens de chuva e vento gelado, paramos para, novamente, colocar as capas.
E voltamos a rodar até chegar em um trevo, onde deixamos a SC-110 e passamos a percorrer a SC-390.
Poucos quilômetros após passar pelo trevo alcançamos a chuva.
Que nos acompanhou até Bom Jardim da Serra.
Abastecemos a Formosa no centro da cidade e seguimos em direção à Serra do Rio do Rastro.
Aliás, a Serra do Rio do Rastro está passando por reformas, as quais devem seguir até meados de 2021, e com isso o trecho da rodovia que cruza a serra está ficando interditado em determinados horários e dias da semana.
Na ocasião a passagem estava liberada de segunda a sexta-feira das 18h às 8h, sábado a partir das 13h e domingo e feriados o dia todo.
Assim que passamos pelo pórtico de Bom Jardim da Serra a chuva engrossou e uma forte neblina surgiu repentinamente.
Isso explica a ausência de fotos, uma vez que a câmera fotográfica estava devidamente abrigada, até que não resistimos e paramos em uma área de escape no meio da Serra do Rio do Rastro para registrar o momento.
E também pra correr, pular e dançar no meio da Serra do Rio do Rastro no início da noite de uma sexta-feira.
O que a chuva molha o vento seca (e gela).
Após a breve pausa voltamos à pista.
E não tardou muito até uma longa fila se formar em nossa frente.
Tudo parado, por sorte estávamos ao lado de uma área de escape, então aproveitamos para curtir a beleza da serra, mesmo debaixo de chuva.
O motivo da fila foi o encontro de dois caminhões em uma das curvas da Serra do Rio do Rastro.
Após alguns minutos (e muita habilidade por parte dos caminhoneiros) os baús se beijaram e cada caminhão seguiu seu rumo, fato que ocorreu diversas vezes durante a descida.
Até que após uma determinada curva a majestosa Lua apareceu por entre as nuvens.
A Lua cheia, com todo seu esplendor, passou a iluminar nosso caminho e a tornar aquele momento único.
Subir ou descer a Serra do Rio do Rastro é algo surreal, agora, fazer isso no cair da noite, debaixo de chuva, neblina, frio, em meio a um fluxo intenso de veículos e com o privilégio de acompanhar o emergir da Lua… ai já é demais.
E com este luar sensacional, que ficará para sempre em nossas memórias, nos despedimos da sexta-feira!
Trajeto percorrido no dia:
Belos lugares e belo passeio! 👏
Lugares lindos mesmo Fábio. Valeu, abraços…
É muito lindo tudo isso, tivemos a sorte da 1ª vez pegarmos um dia de céu azul no Morro da Igreja, já na 2ª vez (de moto) foi de muita neblina e vento, curtimos um friozinho de 11º. Ah ! gostei do deck do mirante, não tinha visto como estava por lá até então.
Serra do Rio do Rastro é realmente surreal, dá um medinho….hehehe !
Grande abraço.
Maravilha Fernando! É muito bom ter duas vivências distintas no mesmo local, como foi o caso de vocês, mas nada deve se comparar à vista do Morro da Igreja em um dia de céu azul (que sorte). Serra do Rio do Rastro dispensa comentários, e deve ser sempre respeitada, independente das condições ;) abraços!
Apesar da chuva, valeu o passeio, belas fotos….
Valeu! O passeio foi ótimo e a chuva serviu para aumentar nossa experiência, afinal, mar calmo nunca formou bons marinheiros. Abraços.